Contam-se os votos no Quénia, um dia depois de novas eleições presidenciais. Apoiantes do líder da oposição Raila Odinga tentaram impedir a votação. Pelo menos quatro pessoas morreram em confrontos com a polícia.
Apenas um terço dos eleitores quenianos registados terão votado nas presidenciais de quinta-feira (26.07), avançou a Comissão Eleitoral do Quénia. A afluência às mesas de voto foi bastante inferior à das eleições de 8 de agosto, anuladas pelo Supremo Tribunal devido a "irregularidades". Na altura, a participação eleitoral rondou os 80%.
A nova votação ficou marcada por protestos violentos de apoiantes do líder da Super Aliança Nacional (NASA, na sigla em inglês), Raila Odinga. Os manifestantes montaram barricadas nos bastiões da oposição e a polícia usou gás lacrimogéneo, canhões de água e balas reais para os dispersar. Pelo menos quatro pessoas foram mortas nos confrontos; mais de 30 ficaram feridas.
"Sem reformas, não há eleições", afirmou um manifestante à DW.
Raila Odinga abandonou a corrida eleitoral a 10 de outubro acusando a Comissão Eleitoral de não querer fazer as mudanças necessárias para impedir novas irregularidades.
Quatro municípios votam no sábado
A polícia reportou episódios de violência em cinco dos 47 condados do país. Em quatro municípios, devido aos protestos violentos, as eleições tiveram de ser adiadas para sábado, 28 de outubro.
"Houve problemas em algumas partes do país, por isso a Comissão Eleitoral decidiu adiar a votação nos bastiões da oposição", explicou o chefe dos observadores eleitorais da União Africana no Quénia e ex-Presidente sul-africano, Thabo Mbeki.
Noutras áreas, a votação decorreu normalmente. Leonard Kegora, apoiante do Presidente Uhuru Kenyatta, foi votar na quinta-feira e criticou os manifestantes.
"Estou aqui para escolher o meu Presidente, porque é um direito meu. Quem apoia a oposição e não veio votar tem essa escolha. Mas os que vieram votar também têm esse direito, e ninguém deve atacá-los por estarem aqui", referiu.
Segundo o jornal queniano "Daily Nation", os altos níveis de abstenção poderão minar a "legitimidade" do vencedor das presidenciais de quinta-feira.
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Samuel