Jornalista denuncia mesa redonda de Paris para o Bénin, realizada há três anos, como uma farsa. Nessa mesa redonda foram prometidos vários milhares de milhões de euros, e os resultados foram apresentados internamente com pompa e circunstância pelo então Presidente Yayi e por Marcel de Souza, seu cunhado (também é cunhado de Faure Gnassingbe), o qual anunciou 18 grandes projectos que deveriam servir de "farol". Passado este tempo, constata-se que tudo não passou de uma grande ilusão, tratando-se de simples promessas e não de compromissos financeiros. Ou seja, não deu em nada.
Mas como chegou Marcel de Souza a Presidente da Comissão? Um conselheiro técnico do ex-Presidente Boni Yayi, do Bénin, deu conta das suas memórias e conta que o processo foi o mesmo pelo qual Tchané ascendeu à presidência do BOAD: chantageando e encostando um presidente fraco à parede. Em 2015 Marcel de Souza era acusado de dar um "beijo de Judas" a Yayi, numa votação cerrada (42 a 41) e fez um discurso "com amálgamas e mentiras grosseiras" para se defender, garantindo a sua lealdade ao presidente. No entanto, um ano depois, tomando posse como Presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel de Souza não tardaria uma semana a mudar de campo, passando para o do adversário, que viria posteriormente a ganhar as eleições e é hoje presidente do Bénin.
Yayi ainda tentou mobilizar os bons ofícios de Marcel de Souza perante Patrice Talon, com medo dos dossiers de corrupção abertos pelo novo presidente à sua gestão. Entretanto, o Bénin parece estar a recuperar a confiança dos investidores, com o FMI a distinguir o país com o elogio das suas políticas de saneamento das contas públicas, afectadas por uma década de despesas sem controlo do regime Yayi, tendo merecido mesmo uma visita de Christine Lagarde.
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Samuel