De acordo com os primeiros resultados e pesquisas de boca de urna, mandatário deve conquistar mais de 70% dos votos em eleição que não contou com candidatos capazes de desafiar seu poder.
A eleição presidencial da Rússia acabou sem nenhuma surpresa. O atual presidente, Vladimir Putin, aparece com 76% do apoio dos eleitores nas eleições presidenciais realizadas neste domingo (18/03) no país, segundo os resultados oficiais. Até o momento, 85% dos votos foram apurados.
Em segundo lugar está o candidato comunista, Pavel Grudinin, com 12,2%, informou a Comissão Eleitoral Central (CEC). O líder ultranacionalista Vladímir Khirinovski, ficou na terceira posição, com 6%.
Putin já celebrou a vitória em um ato ao ar livre perto do Kremlin na noite deste domingo.
"A Rússia está fadada ao sucesso. Devemos manter a unidade", disse Putin perante milhares de pessoas reunidas na praça Manezh, apesar dos 12 graus negativos marcados pelos termômetros.
"Muito obrigado pelo apoio. Muito obrigado pelo resultado. Vocês são nossa equipe e eu sou membro da equipe de vocês e todos os que votaram hoje formam nosso grande time nacional", destacou.
Pleito
Cerca de 110 milhões de cidadãos foram convocados para escolher o líder político do país nos próximos seis anos. Números preliminares apontam que 51,9% dos eleitores compareceram às urnas até o início da tarde deste domingo. Institutos de pesquisa, no entanto, apontam que o comparecimento deve chegar a 60% do eleitorado. Desde o início da campanha, o governo russo incentivou o comparecimento, uma ação que foi encarada por analistas como um desejo de Putin de assegurar um mandato incontestável
O chefe do Kremlin votou pela manhã, na capital Moscou. Assim como em todas as eleições desde que assumiu o poder, em 2000, ele depositou seu voto na seção eleitoral da sede da Academia das Ciências da Rússia, na transitada Avenida Lenin.
O horário escolhido, no entanto, foi uma novidade, já que antes Putin sempre votara pela tarde. "Tenho muitas reuniões de trabalho hoje", explicou. Interrogado por jornalistas sobre o resultado que gostaria de ver nas urnas, disse que se conformará com "qualquer um que obtenha o direito de ser presidente".
Eleito pela primeira vez em 2000, o ex-espião da KGB foi reeleito em 2004 e 2012, com um parêntese como primeiro-ministro, de 2008 a 2012. Nesses quatro anos, Vladimir Putin "cedeu" a presidência a Dmitry Medvedev, atual chefe de governo russo. Desse modo contornou a restrição na Constituição russa, que proíbe mais de dois mandatos consecutivos na presidência.
Suspeitas
O grupo de monitoramento eleitoral Golos disse que recebeu dezenas de queixas, denunciando irregularidades eleitorais e violações em todo o país. As notificações incluem várias urnas fora do alcance decâmeras de observação e mudanças de última hora nas listas de registro de eleitores.
O grupo também disse que registrou um aumento "alarmante" de queixas sobre patrões forçando ou pressionando seus trabalhadores a votar e assim ajudar a dar à eleição uma aparência legítima.
Como o extenso território da Rússia abrange 11 fusos horários, a votação se estendeu por um total de 21 horas. A jornada eleitoral começou às 22h00 do sábado (18h00 em Brasília), em Kamchatka, Chukotka e Magadan, regiões mais orientais do país, e foi concluída no território de Kaliningrado, no extremo ocidental às 19h00 do domingo (15h00 em Brasília).
A votação foi realizada em mais de 97 mil seções eleitorais na Rússia, além de 400 em outros 145 países. Os russos que vivem na Ucrânia, contudo, não exerceram seu direito ao voto. Kiev anunciou que não foi concedida a permissão de entrar nas representações diplomáticas russas em seu território, já que o governo local considera a Rússia "país agressor" e suas eleições presidenciais, "ilegais".
Por sua vez, a península da Crimeia, território ucraniano anexado unilateralmente pela Rússia em 2014, participou pela primeira vez de um pleito presidencial russo, justamente no quarto aniversário da assim chamada "reunificação".
Segundo a CEC, Putin obteve até agora na Crimeia 91,69% dos votos emitidos pelos 1,5 milhão de pessoas aptas a votar. O segundo colocado, após a apuração de 20,49% dos sufrágios emitidos na península, é o candidato comunista, Pável Grudinin, com 2,23% dos votos.
Kiev advertiu aos cidadãos do território – o qual considera ocupado e não desistiu de recuperar – que quem ajude na promoção e organização do pleito sofrerá consequência legais penal na Ucrânia. O governo já elaborou uma lista negra com os nomes dos crimeanos acusados de tais "crimes", e pedirá à União Europeia que os penalize, proibindo-lhes entrada no território comunitário. A Crimeia reúne 1,5 milhão de eleitores.
JPS/ots
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.
Um abraço!
Samuel