fonte: DW África
Em Moçambique, e quase duas semanas após a passagem do ciclone Idai, morreu este fim de semana a primeira vítima de cólera na cidade da Beira. A informação foi confirmada este domingo (31.03) pela Direção Nacional de Assistência Médica de Moçambique.
Segundo o diretor nacional de Assistência Médica de Moçambique, Ussene Isse, o número de casos confirmados da doença quase que duplicou em apenas dois dias. No sábado, haviam sido reportados na província moçambicana de Sofala 271 casos de cólera. Um número que subiu para 517 no domingo.
Várias agências internacionais estão em Sofala para ajudar as autoridades moçambicanas no combate da doença. David Wightwick, líder da equipa da Organização Mundial da Saúde (OMS) na cidade da Beira, explica que o foco é o controlo do surto.
"Vamos tratar todos os casos de diarreia como se fossem suspeitos de cólera. Os casos muito graves serão encaminhados para os centros de tratamento que estão a ser instalados. Muitos destes centros já estão em funcionamento".
Surto
O primeiro caso de cólera foi detetado na cidade da Beira na passada quarta-feira. E, menos de uma semana depois, foram já confirmados 517 casos, o que faz deste um surto em rápida expansão.
A ajuda internacional é por isso cada vez mais urgente. E continua a chegar de vários países, desde Portugal, à França e Estados Unidos. Também nos próximos dias, devem chegar ao país 12 médicos e enfermeiros vindos de Cabo Verde.
O Governo chinês já enviou para a cidade da Beira uma equipa de médicos para a assistência às vítimas. Este domingo, os profissionais começaram já a pulverizar com sprays anticólera vários locais.
Wang Shenguin é o porta-voz da equipa médica chinesa e disse que a "situação é muito má". "O nosso Governo preocupa-se, está muito preocupado com a situação aqui na Beira. E como a China tem uma boa relação com África, decidiu enviar para cá alguns médicos".
Vacinas
Nesta segunda-feira, anunciou a OMS, chegarão a Moçambique 900 mil vacinas orais contra a cólera, que devem começar a ser administradas na população ainda esta semana.
O ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique no passado dia 14 de março, fez até à data 501 vítimas mortais. No entanto, e ainda que tenha sido concluída na semana passada a fase de salvamento e resgate das vítimas, as autoridades continuam a alertar que este é um número que pode vir a subir. O total de pessoas afetadas pelo Idai voltou a crescer no último sábado, totalizando 843.723.
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Samuel