Depois de adiar a realização de eleições duas vezes, o Presidente camaronês, Paul Biya, agendou os pleitos legislativos e municipais para 9 de fevereiro de 2020.
fonte: DW Africa
O presidente camaronês, Paul Biya, durante a votação presidencial de 9 de outubro de 2018
As eleições legislativas e municipais nos Camarões, que foram adiadas duas vezes desde 2018, vão decorrer em 9 de fevereiro de 2020, anunciou a Presidência da República num decreto publicado este domingo (10.11).
As anteriores eleições legislativas realizaram-se em 2013 para um mandato de cinco anos, mas o Presidente camaronês, Paul Biya, reeleito em 2018, adiou a realização de eleições por duas vezes.
Em 11 de setembro, Paul Biya anunciou que pretendia "convocar um grande diálogo nacional" no final do mês para tentar acabar com o conflito entre grupos separatistas e as forças de segurança.
Poucos dias depois, a Frente Social Democrata, que lidera a oposição camaronesa, exigiu uma "amnistia geral" dos detidos associados à crise separatista do oeste anglófono, além de "um cessar-fogo" como condição para participar no "grande diálogo nacional" proposto pelo Presidente.
De acordo com os dados da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, os conflitos entre os grupos separatistas e as autoridades já provocaram mais de dois mil mortos desde 2017 e forçaram mais de 530 mil pessoas a deixar as suas casas.
No poder há 37 anos
Na quarta-feira passada (06.11), o Presidente camaronês completou 37 anos no poder com comemorações em todo o país. Paul Biya, de 86 anos, cumpre um mandato de sete anos, que só termina em 2025.
Em 2008, o chefe de Estado dos Camarões eliminou o limite de mandatos da Constituição, o que lhe permite permanecer no poder indefinidamente.
Camaroneses questionam o estado de saúde e a capacidade do Presidente de idade avançada de governar o país. Paul Biya delega cada vez mais tarefas ao secretário-geral da presidência, Ferdinand Ngo Ngo.
Paul Biya é o segundo Presidente há mais tempo no poder em África, depois de Teodoro Obiang, que governa a Guiné Equatorial desde 1979.
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Samuel