NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Após convocar novas eleições, líder esquerdista cede à pressão das
Forças Armadas e da Polícia, entregando o cargo "para que meus irmãos
não sejam ameaçados". Vice e outras autoridades também se demitem.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou neste domingo (10/11)
ao cargo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela
televisão do país: "Estou renunciando para que meus irmãos não sejam
ameaçados. Lamento muito este golpe civil."
Em seguida seu
vice-presidente, Álvaro García Linera, também entregou o posto. Antes,
os chefes das Forças Armadas e da Polícia exigiram que abandonasse o
cargo, para que a estabilidade e a paz pudessem regressar ao país.
O
chefe da instituição militar, Williams Kaliman, e o comandante da
polícia, Yuri Calderón, leram declarações separadas, nas quais pediam a
demissão de Morales. Reeleito em 20 de outubro para um quarto mandato,
ele estava sob suspeita de fraude eleitoral. A Bolívia atravessa uma
crise social e política desde o dia seguinte ao pleito.
Horas
antes da renúncia, Morales ainda anunciara a convocação de novas
eleições, após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter
recomendado a medida devido às suspeitas de irregularidades no último
escrutínio. Dois ministros e o presidente da Assembleia Nacional, Victor
Borda, também já tinham renunciado a seus cargos.
Os Estados
Unidos e a União Europeia haviam apoiado a convocação de novas eleições
presidenciais na Bolívia. Por sua vez, o principal candidato
oposicionista nas eleições passadas, o ex-presidente Carlos Mesa,
dissera que o líder esquerdista não deveria se candidatar no próximo
pleito.
Evo Morales era presidente desde 2006, como líder há mais
tempo no poder na América Latina. Na eleição de outubro, ele venceu com
dez pontos de vantagem sobre o rival Mesa, o que lhe garantiu um novo
mandato logo no primeiro turno.
No entanto, a apuração de votos
ficou inexplicavelmente interrompida durante quase um dia inteiro,
provocando acusações de fraude e desencadeando protestos, greves e
bloqueios de rodovias.
Após as demissões no governo, também a
presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), Maria Eugenia Choque
Quispe, apresentou sua renúncia "irrevogável" para ser "investigada", na
sequência do relatório da OEA.
O Ministério Público boliviano já
anunciou que processará os membros do TSE devido a irregularidades
"muito graves" detectadas pela OEA, que podem ter levado a "erros
criminais e eleitorais relacionados com o cálculo dos resultados
oficiais".
AV/efe,lusa
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