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quarta-feira, 13 de julho de 2022

ANGOLA: MORTE NATURAL, MAS…

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O resultado preliminar da autópsia feita, em Espanha, ao antigo Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, aponta para uma morte por causas naturais, mas defende a necessidade de mais exames, disse uma fonte judicial. Os resultados preliminares da autópsia feita a José Eduardo dos Santos durante o fim-de-semana mostram uma “insuficiência cardíaca” e uma grande infecção pulmonar, mas no relatório entregue à família salienta-se que é preciso complementar esta primeira informação com mais exames antes de uma conclusão definitiva, explicou a fonte judicial. O resultado preliminar afasta, pelo menos para já, uma das questões levantadas por Tchizé dos Santos, que tinha sugerido que o pai podia ter sido envenenado, e daí a necessidade de ser feita uma autópsia para averiguar essa possibilidade. A garantia de que José Eduardo dos Santos não foi envenenado foi dada pelo Procurador-Geral da República, que integra a delegação angolana que em Barcelona trata do processo de transladação do corpo do ex-Presidente da República para Angola, a dois dos órgãos do MPLA, Jornal de Angola e TVZimbo, que, no entanto, não citam qualquer frase do general Hélder Pitta Grós. Fonte judicial ligada à filha do antigo Presidente de Angola, Tchizé dos Santos, disse que o juiz que analisa o processo foi muito claro na afirmação de que o corpo só será entregue a uma das partes após essa decisão, sendo que é possível que as autoridades judiciais queiram fazer novas audições à família antes de decidirem a quem entregam o corpo. “O tribunal foi muito claro na afirmação de que quaisquer notícias que apontem para uma decisão sobre a quem será entregue o corpo são precipitadas porque o juiz ainda não tomou a decisão”, disse a mesma fonte. Também hoje, ficou a saber-se que o Governo angolano contratou um escritório de advogados para apoiar o processo judicial da “viúva” de José Eduardo dos Santos, Ana Paula dos Santos, no pedido em tribunal da guarda do corpo do ex-Presidente de Angola, que morreu na sexta-feira em Barcelona. O escritório de advogados irá defender os interesses de Ana Paula dos Santos, dos seus filhos e representar o Governo angolano nas questões que envolvem a protecção diplomática e institucional de José Eduardo dos Santos, que não tinha nacionalidade espanhola nem era residente em Espanha, disse uma fonte próxima do processo. “Era uma condição transitória para efeitos de assistência médica e, por isso, o executivo está agora a tratar das questões institucionais e diplomáticas”, adiantou a mesma fonte. Este é o mais recente episódio do litígio que envolve o Governo angolano e alguns dos filhos de José Eduardo dos Santos, relativamente à entrega e trasladação dos restos mortais do antigo Presidente para Luanda, à qual se opõe parte da família. Cabe agora aos tribunais a decisão quanto à entrega e eventual trasladação do corpo de José Eduardo dos Santos, que tem oito filhos, de cinco mulheres, e que está a ser disputada no seio familiar. De um lado, está Tchizé dos Santos e os irmãos mais velhos, que rejeitam celebrar as exéquias em Angola, onde não vão há vários anos, desde que o sucessor do pai (e por este imposto ao MPLA e ao país), João Lourenço, assumiu o cargo em 2017, iniciando uma luta selectiva contra a corrupção e que atingiu sobretudo a filha mais velha, Isabel dos Santos, e o filho “Zenu”. Do outro, está a “viúva” e mãe de três dos filhos de José Eduardo dos Santos, Ana Paula dos Santos, que estava separada do marido há alguns anos, ressurgindo a seu lado nos últimos meses, e que foi a interlocutora do Governo angolano quando este se encontrava internado na clínica de Barcelona, onde acabou por falecer, na sexta-feira. O Governo angolano declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, mas a decisão conta com a veemente oposição da filha Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder. A decisão judicial sobre a entrega do corpo do ex-Presidente angolano deverá ser tomada esta semana pela justiça espanhola, depois do resultado da autópsia ter sido já comunicado à família. José Eduardo dos Santos morreu em 8 de Julho, aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento e o Governo angolano decretou sete dias de luto nacional. Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo e em que contou o apoio incondicional do seu ministro da Defesa, João Lourenço. No dia 22 de Novembro de 2018, em Lisboa, João Lourenço admitiu que já sentia “as picadelas” dos afectados pelo combate à corrupção, mas garantiu que “isso não nos vai matar” e vincou que “somos milhões e contra milhões ninguém combate”. “Quando nos propusemos a combater a corrupção em Angola, tínhamos noção de que precisávamos de ter muita coragem, sabíamos que estávamos a mexer no ninho do marimbondo, que é a designação, numa das nossas línguas nacionais, do terminal da vespa”, disse João Lourenço, respondendo a uma pergunta, no Palácio de Belém, em Lisboa, sobre se a questão do repatriamento de capitais – ilicitamente transferidos para o exterior – não se assemelha a `brincar com o fogo`. “Tínhamos noção de que estávamos a mexer no marimbondo e que podíamos ser picados, já começámos a sentir as picadelas, mas isso não nos vai matar, não é por isso que vamos recuar, é preciso destruir o ninho do marimbondo”, vincou o governante, depois de se ter escusado a comentar as críticas do antigo Presidente e seu mentor político e partidário, José Eduardo dos Santos, e da empresária Isabel dos Santos. Os marimbondos continuam. Só mudaram de lado. Entretanto, João Lourenço conseguiu “matar” o marimbondo-chefe e, agora, até promete “imunidade” temporária às rebeldes e, quiçá, arruaceiras filhas do marimbondo-chefe. É certo que enquanto vice-presidente do MPLA e, entre muitos outros cargos de relevo, ministro da Defesa, João Lourenço comandava o exército de marimbondos e não deixava que ninguém se aproximasse do chefe. Mas, como tudo na vida, mudam-se os tempos, mudam-se os interesses. Daí a “matar” o seu criador foi um passo. Passo corajoso? Nem por isso. Até porque apunhalar pelas costas – como foi o caso – é a mais completa prova de cobardia. Na resposta à questão sobre a tentativa de repatriar os capitais ilegalmente retirados de Angola, João Lourenço afirmou: “Quantos marimbondos existem nesse ninho, não são muitos, devo dizer; Angola tem 28 milhões de pessoas, mas não há 28 milhões de corruptos, o número é bastante reduzido e há uma expressão na política angolana que diz que `somos milhões e contra milhões ninguém combate`”. Tentando mostrar que tinha o povo ao seu lado na luta contra a corrupção, João Lourenço terminou a resposta dizendo: “Ninguém pense que, por muitos recursos que tenha, de todo o tipo, consegue enfrentar os milhões que somos, portanto não temos medo de brincar com o fogo, vamos continuar a brincar com ele, com a noção de que vamos mantê-lo sempre sob controlo”. A expressão “brincar com o fogo” foi colocada pelo jornalista português que fez a pergunta sobre as consequências do repatriamento de capitais, mas foi largamente aproveitada por João Lourenço, que iniciou a resposta dizendo: “Se estamos a brincar com o fogo, temos noção das consequências desta brincadeira; o fogo queima, importante é mantê-lo sob controlo, não deixar que ele se alastre e acabe por se transformar num grande incêndio”. Neste contexto, o Presidente convidou na altura os empresários portugueses (certamente também a nível de… bombeiros) a investirem em Angola para aproveitar o “grande potencial” que o país tem noutras áreas que não o petróleo, dizendo “contar sinceramente com o contributo” dos empresários portugueses. “Angola vive uma nova fase com importantes reformas que vêm sendo feitas em diversos domínios e com interesse em diversificar a sua economia”, acrescentou o chefe de Estado, Presidente do MPLA (partido no poder desde 1975) e Titular do Poder Executivo e – por “inerência” – comandante do batalhão de caçadores aos marimbondos e dos bombeiros. “Ao falar da diversificação da economia, não podemos de forma nenhuma deixar de contar com a intervenção de Portugal; dos empresários portugueses, gostaríamos de vê-los em força em Angola, investindo nos mais diferentes domínios da nossa economia e não apenas naquela que constitui a principal fonte de receitas de Angola, que mais contribui para o Produto Interno Bruto, que é o petróleo”, disse o chefe de Estado, agora também recandidato do MPLA nas eleições de 24 de Agosto. Por sua vez o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, amigo de todos os ditadores enquanto eles estiverem no poder, anunciou que Portugal e Angola iriam assinar acordos nas áreas da educação, saúde, cultura, justiça, economia e finanças e disse esperar que “sirvam necessidades concretas dos povos”. “Os políticos servem os Estados para servirem os povos. Por isso, é bom que os acordos a celebrar na educação, na saúde, na cultura, na justiça, na economia, nas finanças, sirvam necessidades concretas dos povos”, afirmou. “Por isso, é bom que o empenho na construção de atractivo ambiente empresarial e na diversificação e descentralização económicas reforcem as legítimas expectativas dos povos”, acrescentou o chefe de Estado português. E se em 2017, mesmo antes de serem conhecidos os resultados oficiais das eleições, Marcelo Rebelo de Sousa felicitou João Lourenço pela vitória, este ano, segundo revelou o próprio candidato do MPLA, o Presidente português já lhe disse para não se cansar muito porque o MPLA já tinha ganho. Folha 8 com Lusa

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Samuel

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