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quarta-feira, 13 de julho de 2022

ANGOLA: TANTA HIPOCRISIA, SANTO DEUS!

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O Presidente angolano, João Lourenço, despediu-se hoje do seu antecessor, mentor e – segundo ele próprio – marimbondo que deixou os cofres vazios, José Eduardo dos Santos, que morreu na sexta-feira em Barcelona, vincando o seu legado para a paz e reconciliação nacional. Da mesmo opinião, presume-se, foram também o presidente e candidato do MPLA, João Lourenço, e o Titular do Poder Executivo, João Lourenço. O velório público iniciou-se hoje, em Luanda, no Memorial Agostinho Neto, local fúnebre onde repousam os restos mortais do primeiro Presidente angolano, numa manhã cinzenta de cacimbo que tornou mais carregados os tons de luto no monumento. Recorde-se que Agostinho Neto é o único herói nacional reconhecido pelo MPLA (partido no Poder há 46 anos), para além de ser o maior genocida da história de Angola, responsável pela morte de milhares e milhares de angolanos nos massacres de 27 de Maio de 1977. Entre bandeiras negras a meia haste e cartazes debruados com faixas pretas, descrevendo “Zedu” como “um homem do povo” e “um bom patriota” “com o MPLA no coração”, estendia-se a longa passadeira vermelha que João Lourenço percorreu hoje, pontualmente às 10 horas, até chegar à tenda preparada para as homenagens, onde abriu o livro de condolências. Na sua mensagem, evocou o “momento de dor e consternação” em que “os angolanos choram o Presidente José Eduardo dos Santos”, destacando a sua entrega na defesa da independência e da soberania nacional “nos momentos mais críticos do país”. “Vergamo-nos e honramos a sua memória, defendendo e perpetuando a sua maior obra, a paz e a reconciliação nacional”, acrescentou o general chefe do executivo angolano, manifestando os “mais profundos sentimentos de pesar” à família enlutada, parte da qual o acusa de ser responsável moral pela morte de José Eduardo dos Santos. Na tenda, onde flores e velas acesas rodeiam a foto do antigo chefe de Estado, podia ler-se uma biografia com as datas mais importantes da vida, cenário acompanhado com trecho musical solene a condizer com momento pesaroso. Por ali passaram hoje grande parte dos membros do executivo e representantes dos órgãos de soberania e dos tribunais superiores (todos sipaios subservientes de José Eduardo dos Santos enquanto este esteve no Poder), bem como alguns históricos pertencentes ao MPLA, partido que governa Angola desde a independência, em 1975, que fizeram fila para escrever a sua mensagem de despedida do ex-Presidente. No entanto, não estiveram presentes membros da família, a maioria dos quais se encontra em Barcelona, com excepção do filho Filomeno dos Santos “Zenu”, que aguarda em liberdade a decisão sobre o recurso que interpôs após ter sido condenado a cinco anos prisão e que alegadamente não pode sair de Luanda por lhe ter sido retirado o passaporte. Nem sequer teve autorização excepcional para se despedir do pai. O presidente da Assembleia Nacional, Fernando Dias dos Santos “Nandó”, segundo a assinar o livro de condolências, recordou entre os momentos marcantes com José Eduardo dos Santos a altura em que este o indicou como vice-ministro e comandante da Polícia. “Teve o cuidado de me dizer: é uma pena indicarmos um jovem para estas importantes missões, mas alguém tem de as cumprir, nós estamos aqui para apoiar e ajudar. E ajudou e fizemos essa caminhada, até que conseguimos alcançar a paz e consolidar a unidade nacional”, salientou. “Nandó” afirmou que se despede de José Eduardo dos Santos com um sentimento de “gratidão” e sublinhou o dever de honrar a sua memória “continuando a servir o bem deste povo”. A Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, afirmou que José Eduardo dos Santos lhe deixou muitas recordações, de que deu nota no livro de condolências, lembrando a posição que este assumiu quando foi discutida a Lei da Toponímia, de que só se deveria homenagear o nome das pessoas depois de falecidas, em detrimento dos vivos. “Foi uma das notas que me fez reflectir”, disse aos jornalistas, visivelmente emocionada, certamente contendo com esforço uma lágrima no canto do olho… A presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gamboa, que foi secretária de Estado das Relações Exteriores de Eduardo dos Santos, salientou, por seu turno, “com muito orgulho”, que “os heróis não morrem”, descrevendo-o como “um grande estadista”. “Ele ficará sempre na nossa memória. Choramos o passamento físico do camarada-presidente José Eduardo dos Santos, mas o legado que deixou é um legado glorioso, pelos seus feitos gloriosos, pela África e pelo povo”, elogiou Exalgina Gamboa, figura emblemática da honorabilidade política e da credibilidade profissional que caracteriza o próprio ADN do MPLA. O monumento está aberto a todos os cidadãos que quiserem prestar homenagem a José Eduardo dos Santos, enquanto em Barcelona, a cidade espanhola onde morreu, decorrem negociações entre a família e o executivo sobre a realização do funeral. O Governo angolano declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe uma das filhas mais velhas, Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai, e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder. Angola vai observar luto nacional durante sete dias o que significa que nas instituições públicas as bandeiras estão colocadas a meia haste. Estão igualmente proibidos eventos políticos, desportivos e culturais, o que obrigou já ao cancelamento dos comícios que os principais partidos angolanos tinham agendado para sábado, bem como adiamento de festivais, espectáculos musicais e encontros que estavam previstos para esta semana. Se os dirigentes de Angola (todos do MPLA) têm memória curta, não admira que o Povo ainda a tenha mais curta. Aliás, na maioria dos casos, não tem memória mas apenas e só uma vaga ideia. Tão vaga que, hoje, são poucos os que se recordam que João Lourenço foi colocado por José Eduardo dos Santos na “pole position” do Grande Prémio do MPLA em que, como sempre, os opositores, se limitaram a ser figurantes. Na altura, o presidente do MPLA, chefe de Estado e Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, afirmou na reunião ordinária do Comité Central do MPLA que o objectivo do partido era dar um ar de democracia às eleições gerais de 2017, embora já estivesse definido que o MPLA ganharia (como sempre) com maioria absoluta. “O nosso objectivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta e o segredo estará na disciplina, na união e coesão de todos em torno dos nossos candidatos, quer no processo da campanha eleitoral quer no momento da votação”, afirmou José Eduardo dos Santos, durante o discurso de abertura da segunda reunião ordinária do Comité Central do MPLA. Ninguém do MPLA oficializou ou comentou, na altura, qualquer nome da lista aprovada, sabendo-se apenas que, em simultâneo, o Comité Central aprovou uma moção de “incondicional apoio” a José Eduardo dos Santos, “na defesa dos ideais do MPLA e dos destinos do país”. Parafraseando o próprio João Lourenço, se “haver” necessidade de saber onde andou nos últimos anos o general João Lourenço, relembramos: 1º Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial do Moxico; Secretário do Comité Provincial do MPLA e Governador Provincial de Benguela; Deputado na Assembleia do Povo; Chefe da Direcção Politica Nacional das FAPLA; Secretário da Informação do MPLA; Presidente do Grupo Parlamentar do MPLA; Secretário-geral do MPLA; Presidente da Comissão Constitucional; Membro da Comissão Permanente; Presidente da Bancada Parlamentar; Vice-presidente da Assembleia Nacional, ministro da Defesa etc. etc.. Folha 8 com Lusa

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Samuel

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