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quinta-feira, 7 de dezembro de 2023
O PRESIDENTE DA TRANSIÇÃO GABONESA NOS CAMARÕES: Uma visita da razão.
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Em 6 de dezembro de 2023, Brice Oligui Nguema, o presidente da transição do Gabão, visitou o vizinho Camarões. “Highlander”, apelido dado a Paul Biya, inquilino do Palácio Etoudi, acolheu o assassino de Ali Bongo, para trocas entre vizinhos. Ouvindo a comitiva de ambos, ficam claros os objectivos da visita do general golpista ao “rei leão” da floresta do Ebo. Por um lado, trata-se de justificar o golpe de Estado contra Bongo tendo como pano de fundo o desejo de aquecer as relações entre os dois países. E para o outro manter laços de amizade e cooperação com os novos mestres de Libreville. Para além destes objectivos colocados na mesa pelos comunicadores dos dois líderes, existem também objectivos não oficiais que não são menos importantes. Com efeito, há vários meses que o General Nguema percorre as capitais dos países membros da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC). Este balé diplomático levou-o, por sua vez, à Guiné Equatorial, ao Congo Brazzaville, à República Centro-Africana, ao Chade, à República Democrática do Congo (RDC) e ao Burundi. Quando um general quer a reintegração do seu país numa comunidade da qual foi suspenso, não poupa esforços. O soldado Brice está ciente disso e é por isso que a etapa de Yaoundé também foi necessária. Analisando, é uma visita razoável que o presidente gabonês acaba de fazer a um dos ditadores e comprovadamente anti-democratas da África Central.
O General Brice não é esse golpista com aparência revolucionária
Além disso, não costumamos dizer que não podemos viver em más relações com os nossos vizinhos? É verdade que, e convém sublinhar, tal visita não deixa de suscitar em Biya um certo constrangimento no que diz respeito à sua longevidade no poder. Porque, se as mesmas causas produzem os mesmos efeitos, o Presidente Biya diria em privado que o tapete vermelho estendido ao seu homólogo gabonês poderia dar ideias aos seus soldados que não têm falta de razões para o destituir. Dito isto, o presidente gabonês deverá regressar a casa, tranquilo quanto a um possível levantamento das sanções impostas pela CEEAC após o golpe de 30 de agosto de 2023. Digamos que ele conseguirá o que deseja. Porque o General Brice não é apenas um golpista de aparência revolucionária que põe tudo em questão. Na verdade, desde a sua chegada, parece ter optado por preservar os interesses da dinastia que governava o Gabão, bem como os dos oligarcas que cercavam a família Bongo. Quanto aos parceiros regionais e internacionais, o general trabalhou para lhes assegurar que não iria perturbar a ordem que veio encontrar.
fonte: lepays.bf
Michel NANA
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