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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
RELAÇÕES BURKINA-GANA: OPERAÇÃO DE DESMINAGEM EM OUAGA.
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Foi uma verdadeira equipa de sapadores ganenses que desembarcou em Ouagadougou.
Liderada pelo ministro da Segurança, Albert Kan-Dapaah, e pelo general Francis Adu-Amanfoh, conselheiro especial do presidente ganense, chegou ontem à capital burkinabe, onde se encontraria com os altos funcionários de Faso.
Normalmente, esta é uma visita que teria passado quase despercebida, já que as relações entre os dois países estão interligadas há muito tempo. Ainda nos lembramos deste período em que os revolucionários John Jerry Rawlings e Thomas Sankara estiveram no poder e onde um dos slogans populares era: “Gana-Burkina, mesma luta, mesma determinação”, ou seja, “Gana-Burkina, mesma luta, mesma determinação.”
Infelizmente, há vários dias que sopra um vento gelado no eixo Ouaga-Accra.
Tudo começou com a declaração de Nana Akufo Addo à margem da cimeira EUA-África, em 14 de Dezembro. O chefe de Estado ganense afirmou sem pestanejar que “o Burkina Faso chegou agora a um acordo para andar de mãos dadas com o Mali, empregando ali forças Wagner”, acrescentando que “uma mina no sul do Burkina foi atribuída como pagamento pelos seus serviços.
Fúria em Ouagadougou que não só convocou o embaixador do Gana estacionado no Burkina, mas também chamou de volta o seu plenipotenciário em Acra, o General Pingrenoma Zagré, para consulta.
A menos que haja um erro ou omissão da nossa parte, tal situação não ocorreu desde que o Burkina Faso chamou de volta o seu embaixador na Líbia em 2017 para protestar contra o tratamento reservado aos migrantes subsaarianos.
Lembramos que após a declaração de Nana Akufo Addo, o porta-voz do governo reagiu dizendo que a responsabilidade era apenas do autor. E ainda na terça-feira passada, o seu colega de Minas, Simon-Pierre Boussim, intensificou-se para dizer que, contrariamente às alegações de Accra, nenhuma mina tinha sido concedida a Wagner.
Verdadeiro ou falso? É difícil nesta confusão distinguir a informação real da falsidade.
Independentemente disso, só podemos saudar a chegada da delegação ganesa, o que certamente contribuirá para reduzir a tensão entre as duas capitais. A desescalada está começando.
É preciso dizer que os dois países não têm interesse em brigar por muito tempo, justamente pelas conhecidas razões de segurança. É claro que, entre os países costeiros, o Gana é aquele que até agora foi relativamente poupado da hidra terrorista, mas seria errado acreditar que está permanentemente seguro. Isto é tanto mais verdade quanto os terroristas fazem cada vez mais incursões no sul do Burkina Faso, apoiados pelo Gana. Contudo, fora da cooperação entre os Estados, nomeadamente em termos de inteligência, nenhuma vitória é possível, daí o interesse de ambos os campos em colocar rapidamente a bola no chão para reunir as suas forças para enfrentar o inimigo comum. Então, esperemos que esta equipe de esquadrões antibombas tenha conseguido desarmar a bomba da melhor maneira possível.
Hugues Ricardo Sama
fonte: http://www.lobservateur.bf/
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