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Com a morte de Osama Bin Laden, uma das questões em cima da mesa é o futuro da Al-Qaeda. O egípcio Ayman al-Zawahri poderá suceder ao saudita à cabeça da organização terrorista.
A actividade extremista de Al-Zawahri começou em tenra idade - ao contrário de Bin Laden, que se iniciou já em adulto - com uma célula secreta na escola, em oposição ao então presidente egípcio Anwar Sadat, que via como um infiel que não seguia as leis de Deus. A entrada deste médico na jihad resultou do convite para que viajasse para o Afeganistão, onde trataria combatentes islâmicos que lutavam contra os soviéticos: era 1980. Só muitos anos depois se deu a ligação entre Al-Zawahri e Bin Laden, quando supostamente o terá tratado a ele também após um ataque da URSS. Foi o princípio da amizade entre os dois.
Durante anos, o carisma de Bin Laden garantiu à Al-Qaeda o ingresso de muitos e fervorosos militantes nas suas fileiras. Contudo, foi a capacidade estratégica de Al-Zawahri que manteve a organização terrorista unida - apesar de descentralizada - depois da invasão do Afeganistão, em 2001, e de daí ter sido expulsa. A invasão do país pelas tropas dos Estados Unidos levou à morte da mulher e de pelo menos dois dos seis filhos do egípcio em Kandahar.
A vida que Bin Laden teve de adoptar a partir daí, permanentemente escondido e em fuga, obrigou Al-Zawahri a assegurar a sobrevivência da organização terrorista. Além de Madrid e Londres, houve ataques no norte de África, na Arábia Saudita, no Iémen e no Paquistão.
Há quem diga que os ataques aos Estados Unidos a 11 de Setembro de 2001, dos quais Bin Laden sempre foi tido como principal responsável, só foram possíveis pela acção do seu braço direito egípcio. O dinheiro e o carisma do primeiro aliavam-se ao fogo ideológico e às capacidades organizativas e tácticas do segundo, permitindo múltiplas células terroristas nos mais variados pontos do globo.
Na internet, Al-Zawahri veio marcando presença troçando das investidas norte-americanas, que iam falhando, e apelando à unidade dos jihadistas. Com a morte de Bin Laden, a unidade dos terroristas é definitivamente posta em causa, e Al-Zawahri teve uma prova cabal da determinação dos Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda.
Com esta relevância organizacional, Ayman Al-Zawahri poderá muito bem vir a ser o número 1, apesar de não haver muitas pistas sobre o novo figurino estratégico dos terroristas.
fonte: SOL/AP
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