Autoridades da Frelimo não confirmam mortes, que teriam ocorrido em confrontos durante o fim-de semana em Muxúnguè.
Afonso Dhlakama (aqui em camanha em Matola, em 2009), quando regressou ao mato no ano anterior GRANT LEE NEUENBURG/REUTERS.
A antiga guerrilha da Renamo, hoje o principal partido da oposição em Moçambique, anunciou nesta terça-feira ter matado 36 elementos das forças de segurança durante o fim-de-semana. As autoridades não confirmam este balanço. Segundo um comunicado da Renamo, as mortes terão ocorrido em dois ataques separados na província central de Sofala. Mas um porta-voz da polícia nacional, Pedro Cossa, não confirmou os confrontos e limitou-se a dizer que as autoridades vão “aguardar para ver que argumento é que a Renamo vai dar para justificar a presença dos seus homens armados nesta zona” do país. “As forças de segurança da Renamo responderam prontamente ao fogo das FADM (Forças Armadas de Moçambique) e da FIR (Força de Intervenção Rápida da polícia) fazendo 29 mortos e ferindo 37 pessoas”, refere o comunicado da Renamo enviado à AFP, explicando que este confronto ocorreu no sábado perto da aldeia de Panje. A Renamo acrescenta que, no dia seguinte (domingo) os seus homens mataram mais sete membros das forças de segurança de Moçambique. “No dia 11 de Agosto houve outro ataque das forças do governo Frelimo ao qual nós respondemos rapidamente, matando sete filhos deste país, incluindo um sargento das FADM e um comandante das FIR.”A Renamo sublinhou ainda que actuou em legítima defesa. “A Renamo reafirma que não quer a guerra”, refere no mesmo comunicado.Na segunda-feira, o jornal Medi afax, citando “fontes ligadas às Forças Armadas” deu conta de dois mortos e confirmou a ocorrência de confrontos na região de Muxúnguè no dia de sábado. Estes incidentes ocorreram na mesma zona que tem sido palco de vários confrontos desde o início do ano e que fizeram reavivar o fantasma da guerra civil em Moçambique. Mais de um milhão de pessoas morreram no conflito que opôs o governo da Frelimo (na altura pró-soviético) e os rebeldes da Renamo (anti-comunistas), entre 1975 e 1992. A Renamo critica de forma cada vez mais violenta a condução do país pela Frelimo, acusando o partido de acumular o poder e as riquezas naturais de Moçambique. O seu líder histórico Afonso Dhlakama regressou ao mato no ano passado e no dia 19 de Junho anunciou “uma ofensiva” – para “enfraquecer a logística daqueles que fazem sofrer os moçambicanos – contra a principal estrada nacional do país, que atravessa a província de Sofala, e uma linha de caminhos-de-ferro que é indispensável à exportação do carvão.
fonte: publico.pt
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Samuel