Longas filas foram registadas nas agências bancárias na capital afegã esta quarta-feira (01.09). Com o vazio administrativo após a tomada do poder pelos talibãs, doadores estrangeiros não tem certeza sobre como responder à crise humanitária iminente.
As milícias islamistas concentraram-se em manter bancos, hospitais e maquinaria governamental em funcionamento após a retirada final das forças norte-americanas na segunda-feira, o que pôs fim a um transporte aéreo maciço de afegãos que tinham ajudado as nações ocidentais durante os 20 anos de guerra.
Com o aeroporto de Cabul inoperante, os esforços privados para ajudar os afegãos receosos das represálias dos Talibãs concentraram-se na organização de uma passagem segura através das fronteiras da nação sem fronteiras com o Irão, Paquistão e estados da Ásia Central.
Milhares de pessoas lotaram o posto de Torkham, na fronteira com o Paquistão. O mesmo foi registado em Qala, na fronteira com o Irão.
Principal destino
Mais de 123.000 pessoas foram evacuadas de Cabul, no transporte aéreo conduzido pelos EUA, após os Talibãs terem tomado a cidade em meados de Agosto, mas dezenas de milhares de afegãos permaneceram em risco.
Só a Alemanha estima que entre 10.000 e 40.000 funcionários afegãos que ainda trabalham para organizações de desenvolvimento no Afeganistão têm o direito de ser evacuados para a Alemanha se se sentirem ameaçados.
O governo do Uzbequistão disse que permitiria o trânsito aéreo apenas aos afegãos que figuram numa lista alemã das pessoas em risco, mas a sua fronteira terrestre com o Afeganistão permaneceu fechada.
Negociação com os talibãs
O Reino Unido iniciou conversações com os talibãs para assegurar a "livre passagem" dos seus nacionais e aliados para fora do Afeganistão depois de o movimento extremista islâmico ter assumido o controlo do país.
A Agência de notícias France-Presse (FP) obteve hoje a confirmação do Governo britânico de que Simon Gass, representante especial britânico para a transição no Afeganistão, viajará para Doha para se encontrar com os líderes talibãs.
Gass "vai encontrar-se com altos representantes talibãs para salientar a importância da livre passagem para fora do Afeganistão para os cidadãos britânicos e afegãos que trabalharam para nós", disse o porta-voz do Governo em comunicado.
Esta é a primeira confirmação pública dos movimentos diplomáticos entre Londres e os talibãs.
Londres juntou-se aos Estados Unidos numa operação gigantesca para evacuar mais de 100.000 pessoas do Afeganistão, depois de o exército afegão se ter rendido aos talibãs.
fonte: DW África
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Samuel