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João Carlos, DW
Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde são apenas algumas das ex-colônias de Portugal que poderão talvez contribuir para o término da crise no país europeu. Empresários apostam no mercado dos falantes da língua portuguesa.
Os países africanos de língua portuguesa e o Brasil podem ajudar Portugal a sair da crise. Pelo menos é o que acreditam os empresários dos referidos países, entrevistados pela DW em Lisboa.
Eles consideram que uma cooperação pode ser vantajosa e beneficiar o crescimento da economia portuguesa, deprimida por uma forte recessão. Portugal não tem outra saída senão apostar no mercado externo, defendem empreendedores.
A ajuda vem de África
Desde maio de 2011, Portugal depende de um programa de assistência financeira internacional, em consequência da degradação das contas públicas. As perspectivas de crescimento económico ainda são reduzidas, mesmo com o esforço interno do país para inverter este ciclo, com origem na crise da dívida. Uma situação que afeta também alguns dos países periféricos da União Europeia.
Uma das saídas para a economia portuguesa é a apostar nos mercados emergentes em África, na Ásia e na América Latina. Para José Lino Dores, do grupo Navex, que tem ligações com África e Brasil, as ex-colônias portuguesas são determinantes para ajudar Portugal a sair da crise.
"Não somente ajudar Portugal a deter um nível superior de desenvolvimento, como também a situação [pode ser] recíproca. Portugal poder alavancar, de alguma maneira, outras economias", defende Dores.
Para António Silva, empresário angolano no ramo dos transportes, logística e comércio, Angola já está a dar a sua contribuição. Ele defende que Portugal já olha Angola com outros olhos, o que já deveria ter feito há anos, acredita Silva.
Mas como não fez, perdeu muito com isso, conclui o empresário. "As empresas angolanas, como a Sonangol, já estão a entrar no capital das empresas portuguesas". Na opinião dele, Portugal pode contar com o apoio de Angola.
Outro que estende a mão é Manuel João Almeida, empresário do ramo da hotelaria em Cabo Verde. Ele diz que a crise está a atravessar o mundo e que Portugal precisa apostar no mercado externo. "A gente também aposta em Portugal", acrescenta.
Quem menciona a Guiné-Bissau é Saico Embaló, outro empresário daquele país ocidental africano. Ele acredita que a Guiné-Bissau poderá servir de plataforma de entrada para empresas portuguesas interessadas no mercado ocidental africano.
Na opinião dele, o mercado ainda é virgem e "tem muita coisa para explorar", sobretudo no ramo industrial. "As nossas portas estão abertas para receber empresas portuguesas. Vamos trabalhar em conjunto", defende Embaló.
"Unidos venceremos"
As opiniões dos mais diferentes empresários foram coletadas à margem do 1º Congresso Mundial de Empresários das Comunidades Portuguesas e Lusofonia, que terminou nesta quinta-feira (01.03) em Lisboa.
O tema mais debatido foi a importância dos negócios para relançar a economia portuguesa. Neste âmbito, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, defendeu maior aproveitamento das capacidades da rede de empresários no exterior.
Na opinião dele, esta rede de empresários no exterior tem uma capacidade que muitas vezes não é aproveitada e que "se tudo for bem conjugado pode constituir um enorme serviço para Portugal", defende.
Capacidade que, segundo Portas, pode contribuir para mobilizar recursos a favor do crescimento económico e ajudar Portugal a sair da crise.
Autor: João Carlos (Lisboa)
Edição: Bettina Riffel / Renate Krieger
fonte: DW
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