25 de abril de 2014
25 Abril 2014
Vai fazer 40 anos que Abril abriu as portas à Liberdade e é bom recordar que muitos de nós, hoje aposentados/reformados, acompanhámos essa época de forma entusiástica porque acreditámos que as três siglas ou “3 D’s”, do Programa do Movimento das Forças Armadas, iriam ser uma realidade depois de 48 anos de infâmia. Eram eles:
- “D” de Democratizar.
- “D” de Desenvolver.
- “D” de Descolonizar.
Éramos mais jovens e acreditámos e, em linhas gerais, movimentámo-nos, desde a primeira hora, para que liberdade sindical e de associação fizessem parte do léxico da empresa já que aquelas eram proibidas, “a bem da nação”, na INCM, para que o ordenado mínimo nacional fosse, também, implantado na empresa, desenvolveu-se o apoio médico através de um novo regulamento dos Serviços Sociais, organizámo-nos para impedir a sabotagem de alguns, poucos, apoiantes do fascismo e dos seus sequazes, dinamizámos os colóquios dados por partidos políticos, apoiámos o ressurgimento de um único Grupo Desportivo e Cultural recebemos, de braços abertos, alguns colegas expulsos e presos pela PIDE, soubemos sempre adaptar-nos às novas tecnologias, quer na gráfica, quer na metalúrgica, Tal como Chico Buarque compôs, podemos afirmar que “foi bonito, pá!”.
Ninguém pode negar que os legados mais importantes ou aqueles em que se considera que mais se avançou têm a ver com o Estado social: habitação, educação, assistência médica. São associados à democratização e ao que o 25 de Abril trouxe especificamente de positivo para o factor trabalho. Mas é neste ponto, o social, que os pensionistas e reformados da INCM estão, 40 anos após o 25 de Abril, preocupados e indignados, tendo em conta o sistemático ataque que tem vindo a ser feito contra as suas pensões/reformas, o que aliado à subida dos impostos e ao projecto de alteração do nosso sistema de saúde, está a remeter-nos para uma subalternidade social que, em alguns casos, já envergonha muitos de nós.
Estamos hoje presentes, em Lisboa e no Porto, neste ato solene da Comemoração do 40.º Aniversário do 25 de Abril na INCM, saudando todos os presentes, quer os que laboram na empresa, quer, em particular, os nossos associados. Às individualidades presentes, afirmamos que seguimos, com atenção e expectativa, o futuro da nossa pátria e, como a poetisa Sophia de Mello Breyner escreveu, “é imperioso, necessário e urgente” uma mudança de rumo. Cumpra-se a Constituição da República Portuguesa que no seu artigo 1.º afirma “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.
VIVA O 25 DE ABRIL!
# http://reformados_da_incm.blogs.sapo.pt
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Samuel