Autoridade americana reconheceu direito de atividades russas, mas deu a entender que Moscou foi 'contactada' sobre a questão.
Presidente dos EUA, Barack Obama, e
presidente russo, Vladimir Putin, durante encontro de líderes da Ásia e
Pacífico, em Pequim
Foto:
Kim Kyung-Hoon / Reuters
Os Estados Unidos revelaram nesta
quinta-feira que a Rússia intensificou, nos últimos meses, seus voos militares
em torno da América do Norte, em plena tensão entre Washington e Moscou devido
ao conflito na Ucrânia.
"Percebemos um aumento
no número de voos em torno da América do Norte nestes últimos meses",
assinalou a porta-voz do departamento de Estado Jennifer Psaki sobre a
atividade da Força Aérea e da Marinha russas envolvendo a Europa e o norte da
América.
Psaki destacou que Washington
"reconhece" o direito da Rússia de realizar "uma atividade
habitual de exercícios militares", mas deu a entender que Moscou foi
contactada sobre a questão.
"Uma tal atividade deve
respeitar o direito internacional, os direitos das demais nações e a segurança
das demais aeronaves e barcos".
Um
bombardeiro russo TU-95 voa a noroeste da ilha de Okinoshima, no Japão em
agosto do ano passado Foto:
Ministério da Defesa do Japão / Reuters
Há alguns dias, um relatório
da European Leadership Network (ELN) revelou vários incidentes aéreos entre
Rússia e Estados Unidos nos últimos meses, desde o incremento das graves
tensões envolvendo a Ucrânia.
Segundo a organização,
bombardeios russos realizaram, no início de setembro, exercícios militares nas
proximidades da costa canadense, mas sem violar o espaço aéreo do vizinho
Estados Unidos.
Psaki também comentou os
planos do ministério russo da Defesa, publicados nesta quinta-feira pela
imprensa, que revelam que Moscou planeja manter uma maior presença militar no
Atlântico e no Pacífico, incluindo o Caribe e o Golfo do México, em águas
internacionais próximas aos Estados Unidos. "Estimamos que no momento, em
termos de segurança, tal atividade militar não se justifica (...), não nos
parece necessária".
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Samuel