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segunda-feira, 9 de julho de 2018

ANGOLA: EXONERE-SE O IPI. JÁ!

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



O Índice de Produção Industrial (IPI) em Angola registou uma variação negativa de 2,6% no primeiro trimestre de 2018, comparando com o mesmo período do ano anterior, e desde 2015 que não sai do “vermelho”. Será possível exonerar o… IPI?

De acordo com o relatório do IPI dos primeiros três meses do ano, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta queda na produção (que abrange quatro sectores) foi influenciada sobretudo pela diminuição na produção da “Indústria extractiva”, de petróleo, gás, diamantes e minerais, em 5,5%.
A crise económica e financeira (como não poderia deixar de ser), com repercussões no consumo e na disponibilidade de divisas para importação de máquinas e matéria-prima, explicam a prolongada queda deste índice, que mede a evolução da estrutura do valor acrescentado na indústria total, em termos de volume de produção.
Contudo, o índice de produção da indústria transformadora até disparou, 17% em termos homólogos, impulsionada pelos produtos petrolíferos e químicos (+54,4%) e pelas bebidas (+25,9%).
Os índices de produção e distribuição de energia e de captação, tratamento e distribuição de água cresceram respectivamente 1% e 34,5%, também no primeiro trimestre de 2018.
Globalmente, o relatório aponta ainda para quedas, homólogas, de 1,8% do pessoal ao serviço e de 2,5% no total de horas trabalhadas nos primeiros três meses, face ao mesmo período de 2017.
O estudo do INE consulta regularmente 401 estabelecimentos seleccionados a nível nacional, entre 14 províncias, sendo Luanda a mais representativa, com uma amostra total de 205 indústrias.
Deste total, responderam ao levantamento sobre o primeiro trimestre do ano 357 das indústrias inquiridas.
De acordo com relatórios anteriores do INE, o índice de produção industrial em Angola registou quedas de 2,7% em 2016 e de 5,2% em 2017. O último ano de variação positiva foi em 2015, com 6,7%.

Previsões de crescimento

As Nações Unidas reviram em baixa a previsão de crescimento de Angola para este ano, de 2,7% para 2%, devido à dependência da economia do petróleo (coisa estranha, não é?), cuja subida de preço não deverá compensar a descida da produção. Ou seja, tudo como dantes. Falta apenas levar em conta a versão do MPLA/Estado que, como habitualmente, vai apresentar números mais aliciantes.
“O Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 em Angola foi revisto em baixa para 2% nesta edição do relatório sobre a Situação Económica Mundial, comparando com 2,7% anteriormente, no seguimento de vários dados recentes incluindo o facto de que o PIB em 2017 cresceu apenas 1%”, afirmou a analista de assuntos económicos com o pelouro de África nas Nações Unidas.
A explicação é, aliás, sempre a mesma. O desempenho da economia angolana “continua bastante dependente das exportações de petróleo que, por sua vez, dependem do preço internacional e volume de produção no país”, vincou Helena Afonso, notando que “apesar do país estar a beneficiar de um aumento moderado no preço, a produção continua a diminuir e, com ela, a escassez de moeda estrangeira, a qual prejudica o sector das importações”.
Para esta economista responsável pelo acompanhamento das economias africanas nas Nações Unidas, “a rápida desvalorização do kwanza no final de 2017 tem continuado este ano e contribui para o elevado nível de inflação”.
No entanto, admitiu, “uma continuação da subida do preço do petróleo poderia suscitar uma revisão em alta do crescimento nas nossas próximas previsões” sobre Angola, país que é responsável por 3,3% das exportações de crude no mundo e é o segundo maior exportador de petróleo em África.
Quanto ao continente, as economias africanas deverão crescer em média, 3,6% este ano e acelerar ligeiramente para 3,9% em 2019, de acordo com o mesmo relatório das Nações Unidas.
“O crescimento das economias em África neste e no próximo ano deverá situar-se nos 3,6% e 3,9%, respectivamente, apoiado num aumento dos preços das matérias-primas e maior crescimento global, mas este ritmo de crescimento encontra-se bastante abaixo dos níveis necessários para erradicar a pobreza extrema, conforme estipulado no Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 1 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, salientou coordenadora da parte do relatório sobre África
Entre as principais tarefas urgentes para a generalidade dos países africanos está “aumentar o potencial de crescimento do médio prazo”, disse Helena Afonso, acrescentando que “urge também atender às vulnerabilidades que se estão a formar em muitos países, sobretudo no que se refere à dívida pública, e atender às várias crises humanitárias no continente”, concluiu a analista económica.
A dívida pública nos países africanos tem subido de forma significativa nos últimos anos, tendo atingido, em média, um rácio de 50% face ao PIB, o que é considerado demasiado elevado face às necessidades de despesas de investimentos em infra-estrutura na generalidade destes países.
Sobre os países lusófonos, Helena Afonso destacou que “a economia de Cabo Verde deverá crescer cerca de 4% por ano em 2018 e 2019, ou seja, aproximadamente o dobro da taxa de crescimento observada entre 2010 e 2017”, o que se explica, “por um lado, pelas baixas taxas de crescimento observadas de 2012 até 2015 fruto da crise na Europa e, por outro, ao crescimento actual, que se deverá sobretudo ao aumento das receitas do sector do turismo, mas também a fluxos de investimento e aumento das remessas de emigrantes na Europa”.
Ainda assim, “dado o elevado nível de dívida pública (acima de 120% do PIB) é esperada alguma contenção orçamental no futuro próximo”, concluiu a analista sobre o arquipélago de Cabo Verde.
Já a Guiné-Bissau deverá “moderar um pouco o crescimento em 2018-2019, mas continuando acima dos 5%, apesar da instabilidade política ainda por resolver no país”.
A agricultura e os investimentos públicos em infra-estruturas e serviços sociais deverão suportar o crescimento, disse Helena Afonso, notando que “a produção industrial também contribuirá mais por via de um aumento da exploração de petróleo”.
O maior risco para as previsões sobre a Guiné-Bissau “decorre da situação política a qual, se se deteriorasse, prejudicaria ainda mais a confiança dos investidores e o turismo”, mas “outro risco importante decorre da alta exposição da economia às variações do clima, dada a grande importância do sector da agricultura no PIB”, vincou a responsável pela análise económica africana na ONU.
Ao contrário, a economia de São Tomé e Príncipe deverá “acelerar moderadamente o seu crescimento para cerca de 5% em 2018-2019, suportada por investimentos públicos em infra-estruturas e pela actividade nos sectores do turismo e da construção”, diz Helena Afonso.
No entanto, “este nível de crescimento é insuficiente para se traduzir em melhorias significativas nas condições de vida da população ou num decréscimo do nível de pobreza, nota a analista, que diz ainda que “as próximas eleições poderão criar alguma pressão fiscal, o que constitui um risco negativo para as previsões”, mas, por outro lado, “as reservas estrangeiras poderão ser beneficiadas mais do que o previsto com o crescimento do interesse na aquisição de direitos de exploração de petróleo pertencentes ao país”.
Folha 8 com Lusa

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Samuel

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