NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Um conselheiro do Presidente da Guiné-Bissau e mais três pessoas foram
detidos no Brasil por suspeitas de organização criminosa. A justiça
brasileira investiga alegada falsificação de documentos para posse de
terras.
Polícia Federal investiga susposto esquema de falsificação de documentos e posse ilegal de terras
Um conselheiro do Presidente guineense, José Mário Vaz, foi detido
junto com mais três pessoas esta terça-feira (19.11) no estado
brasileiro da Bahia, por suspeitas de organização criminosa. As
autoridades brasileiras investigam suposta falsificação de documentos
para posse ilegal de terras.
Segundo a decisão do juiz Og
Fernandes, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), "o plano criminoso
parece ter sido idealizado por Adailton Maturino dos Santos", o
conselheiro do chefe de Estado guineense, e está sustentado na "atuação
de advogados e funcionários do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia".
Estes
atuavam num "gigantesco processo de 'grilagem' na região do oeste
baiano, com o uso de laranjas [testas-de-ferro] e empresas para
dissimulação dos ganhos ilicitamente auferidos". A 'grilagem' é, no
Brasil, a falsificação de documentos para ilegalmente tomar posse de
terras devolutas ou de terceiros. O magistrado judicial diz ainda,
citando o Ministério Público (MP) brasileiro na sua decisão, datada de
30 de outubro último, que a área territorial alvo de 'grilagem' supera
os 800 mil hectares.
Além de Maturino dos Santos, foram
igualmente detidos os advogados Antônio Roque do Nascimento Neves e
Márcio Duarte Miranda, além de Geciane Souza Maturino dos Santos, também
ela advogada e mulher do conselheiro do chefe de Estado.
"Falsos cargos"
Segundo
informação dada à Lusa pela Embaixada da Guiné-Bissau no Brasil no mês
passado, Adailton Maturino dos Santos é diplomata e conselheiro especial
do Presidente da República daquele país africano, José Mário Vaz.
Contudo,
o magistrado Og Fernandes nega que o guineense exerça cargos
diplomáticos no país sul-americano. Maturino dos Santos "apresenta-se
falsamente como cônsul da Guiné-Bissau, como juiz aposentado e como
mediador, além de ser apontado como juiz arbitral pela esposa sem que,
na verdade, tenha exercido ou possua qualificação profissional para
exercer qualquer dessas funções e cargos", frisou o juiz.
"O
Ministério das Relações Exteriores do Brasil informa que o Governo
brasileiro não autorizou, em qualquer momento, a designação de Adailton e
Geciane como agentes diplomáticos ou consulares da Guiné-Bissau, sendo
falsas as informações enviadas pela embaixada" do país africano,
acrescentou o tribunal, que cita o executivo do Brasil.
Segundo a
assessoria de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros da
Guiné-Bissau, recentemente a Presidência daquele país africano pediu a
atribuição de um passaporte diplomático a Adailton Maturino dos Santos,
na qualidade de "Conselheiro de Estado". Porém, o pedido foi negado pela
própria ministra dos Negócios Estrangeiros guineense.
Movimentações bancárias
O
STJ analisou também as movimentações bancárias de Adailton Maturino dos
Santos, tendo concluído que o guineense tem cerca de 15,5 milhões de
reais (3,34 milhões de euros) sem origem ou destino definidos. O
tribunal diz ainda que o casal guineense "tem tentado promover a
transferência de variados veículos de alto luxo para a Embaixada da
Guiné-Bissau, com o claro intuito de blindagem [proteção] patrimonial".
"Como
já está amplamente demonstrado, são gravíssimos os delitos apurados
neste inquérito, de entre eles, corrupção passiva e ativa, formação de
organização criminosa, e até mesmo possíveis assassinatos, delitos estes
que se alongam no tempo e comprometem a credibilidade do poder
judiciário, assim como o direito à propriedade privada", indicou o juiz,
justificando a medida de prisão temporária pelo prazo de cinco dias.
O
esquema de 'grilagem' de terras investigado pela Polícia Federal e pelo
MP, alegadamente liderado pelo guineense, levou também ao afastamento
de quatro desembargadores do Tribunal de Justiça baiano e dois juízes da
primeira instância. Entre os desembargadores afastados, está o
presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, Gesivaldo
Nascimento Britto.
Os investigadores suspeitam que os seis juízes
e desembargadores integrem uma organização criminosa composta por
advogados e produtores rurais que atuavam na venda de decisões para
legitimar a venda ilícita de terras no oeste do estado da Bahia.
fonte: DW Africa
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