Movimento de contestação ocupou as ruas em junho
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realiza uma cimeira extraordinária por videoconferência esta segunda-feira (27.07) para discutir a crise política no Mali. O encontro dos chefes de Estado da CEDEAO acontece após o os esforços da organização para a mediação da crise terem fracassado em Bamako.
Os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas também discutirão a crise política no Mali nesta segunda-feira numa videoconferência fechada. O chefe da Missão Multidimensional de Estabilização Integrada das Nações Unidas no Mali (MINUSMA), Mahamat Saleh Annadif, deverá relatar a situação no país.
A Rússia havia proposto que a reunião ocorresse na semana passada, mas o Níger pediu para que o tema fosse debatido depois que a missão da CEDEAO para intermediar o conflito concluísse os trabalhos e que a cimeira extraordinária do bloco fosse realizada.
Líderes do M5 - o movimento de contestação ao Governo no Mali - reiteraram neste final de semana o apelo à demissão do Presidente Ibrahim Boubacar Keita. Os oposicionistas pretendem reiniciar as manifestações contra o Governo após o dia 3 de agosto.
Primeiro-ministro Boubou Cissé recebe Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo (dir.), em missão da CEDEAO
A convocatória foi feita no sábado num encontro do movimento formado por uma coligação de líderes religiosos e políticos e membros da sociedade civil. Mil pessoas participaram na reunião. O M5 havia proposto uma "trégua" a 21 de julho até depois do grande festival Muslim Aid al-Adha, marcado para 31 de julho.
Entenda a crise no Mali
Dezenas de milhares de pessoas protestam na capital Bamako desde junho contra o Governo do Presidente Ibrahim Boubacar Keita. A coligação M5, composta por grupos da oposição e da sociedade civil, organizou os primeiros protestos em massa a 5 e 19 de junho.
Os motivos apontados para a crise política são a instabilidade da segurança no centro e norte do país, a estagnação económica e a corrupção. Considera-se, no entanto, que o episódio que inflamou o movimento de contestação foi a invalidação pelo Tribunal Constitucional de cerca de 5,2% dos votos expressos nas eleições legislativas. A decisão anulou os resultados provisórios de 31 dos 147 assentos no Parlamento e acabou por aumentar a representação do partido de Keita em dez lugares.
Ibrahim Boubacar Keita foi eleito em 2013 e reeleito em 2018 para mais cinco anos. O M5 o acusa de ter falhado na sua missão e apelou várias vezes à sua saída do poder.
A 10 de julho ocorreu a terceira grande manifestação contra o Governo, apontada como a mais violenta desde 2012. Segundo o Governo, 11 pessoas morreram em três dias. A MINUSMA, por sua vez, contabiliza 14 manifestantes mortos, enquanto o M5 relata 23.
fonte: DW África
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Samuel