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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Reitor ligado ao Talibã proíbe mulheres na Universidade de Cabul.

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Alunas e professoras estão banidas da universidade até que haja um "real ambiente islâmico para todos", diz novo reitor. Apontado pelo regime talibã, ele já descreveu instituições de ensino como centros de prostituição.


Separação entre mulheres e homens na Universidade de Cabul, no início do mês

O novo reitor designado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã para dirigir a Universidade de Cabul anunciou na segunda-feira (27/09) que estudantes mulheres e professoras estão proibidas de frequentar a instituição de ensino mais prestigiosa do país.

No Twitter, Mohammad Ashraf Ghairat postou que, enquanto não houver "um real ambiente islâmico para todos", mulheres não podem ir à universidade na capital afegã nem para estudar nem para trabalhar. "O Islã em primeiro lugar", escreveu.

A nova política da universidade repete a primeira atuação dos talibãs no poder, nos anos 1990, quando mulheres e meninas haviam sido excluídas dos acessos à educação. Na época, elas também só podiam ser vistas em público se estivessem acompanhadas de um parente do sexo masculino.

Na semana passada, o professor de farmacologia Mohammad Osman Baburi foi substituído na reitoria da universidade por Ghairat, de 34 anos. Conhecido como uma figura devota ao movimento talibã, ele já descreveu as instituições de ensino do país como "centros de prostituição" e chegou a defender abertamente o assassinato de jornalistas por considerá-los "espiões".

Diferentemente do primeiro regime talibã, meninas foram autorizadas a frequentar a escola até a sexta série, não podendo continuar os estudos além desse nível. Para os meninos, somente as aulas entre a sétima e a 12ª série foram retomadas. De acordo com o porta-voz do Talibã, meninas precisam de um "ambiente seguro" para estudar.

Atualmente, o Afeganistão é o único país do mundo que não permite que meninas frequentem o ensino médio. Por causa da nova regra, no futuro mulheres serão excluídas dos estudos universitários.

A medida é mais um grave golpe no sistema educacional do país, que foi mantido durante os últimos anos com centenas de milhares de dólares de ajuda estrangeira. Desde a volta do Talibã ao poder, porém, o sistema vem se deteriorando.

Fuga de cérebros

Dezenas de milhares de estudantes estão em casa porque suas instituições de ensino foram fechadas. Professores universitários de todo o país também fugiram do Afeganistão porque já esperavam medidas mais severas do regime talibã.

O vácuo está sendo preenchido pelo novo governo – que se autodenomina interino – por meio da indicação de puristas religiosos para liderar as instituições de ensino. Muitos deles, como o novo reitor da Universidade de Cabul, possuem apenas pouca ou nenhuma experiência acadêmica.

Em várias cidades afegãs, já houve protestos pelo direito de mulheres de estudar e trabalhar. Algumas das estudantes retornaram às aulas em universidades privadas, mas as públicas continuam fechadas. Se forem abertas para mulheres, as estudantes e professoras deverão frequentar classes separadas dos homens.

O Talibã tomou o poder no Afeganistão em meados de agosto e, num primeiro momento, afirmou que respeitaria os direitos de meninas e mulheres, que poderiam estudar, trabalhar e até participar do governo. Como condição, estipulou que estes estivessem alinhados com a sharia, ou lei islâmica. Esta, porém, pode ser interpretada de diferentes maneiras. Funcionárias da Universidade de Cabul, que trabalhavam com liberdades relativas nos últimos 20 anos, se revoltaram contra a nova ordem, questionando se o Talibã tem o monopólio de definir a fé islâmica.

rk/ek (EPD, ots)

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Samuel

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