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sábado, 24 de setembro de 2011

38 anos da independência da Guiné Bissau e o esforço dos guineenses na diáspora para projectar a razão de viver do povo guineense e sua humildade.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

A razão de trazer esse assunto para vosso conhecimento é uma revelação de quanto o guineense se esforça para honrar o seu país e o seu povo onde quer que se encontre. (Samuel)

Maior riqueza do país é, sem dúvida, o seu povo, que mantém vivo o sonho de um país livre das dificuldades.

Elaine Tavares
De Florianópolis (SC)

Os dias 19, 20 e 21 de setembro estão sendo marcados na UFSC por uma série de atividades em comemoração ao 38º aniversário da independência de Guiné Bissau, país ocidental da costa da África. Durante esses três dias acontecem debates, conferências, projeção de filme e festa, tudo promovido por estudantes da Guiné Bissau que estão no Brasil.
O território do que hoje é conhecido como Guiné Bissau fazia parte do lendário império Mali (1230 a 1600), espaço de vida rica e suntuosa que se estendeu por grande parte da África Ocidental, sendo importante centro comercial e político. Ali conviviam os povos balantas, fulas e mandingas, entre outros. Mas, tal e qual as gentes da América Latina eles também acabaram sendo invadidos pelos portugueses que, em 1558, fundaram a primeira vila de colonizadores na região. Esse aglomerado existia basicamente com o interesse de capturar pessoas para serem vendidas como escravas. Com o passar do tempo, como o comércio de escravos passou a ser extremamente lucrativo, também a França e a Inglaterra começaram a disputar o território e a Guiné só ficou oficialmente como colônia de Portugal quando em 1880 as potências européias esquadrinharam um mapa colonial no território africano, fazendo a repartição de terras que tanto mal tem causado ao continente.
Quando no final do século 19 os ingleses decidem que não haveria mais tráfico de escravos, a colônia portuguesa volta-se para a agricultura e vai invadindo também o interior do país, vencendo as resistências na ponta do fuzil. Imperava a miséria, o trabalho forçado e a opressão, mas nunca sem luta. A resistência só começou a se fortalecer nos ano 50 sob a liderança do grande Amílcar Cabral, um dos fundadores do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. A luta era para se dar no campo institucional, mas quando uma greve de estivadores acabou em massacre no ano de 1959, o PAIGC decidiu aderir à luta armada contra o regime de Portugal. Aquele era um tempo de efervescência no mundo e com a ajuda substancial de Cuba a Guiné declara sua independência de forma unilateral em 1973. Amilcar Cabral já tinha sido assassinado, mas o povo se mantinha em luta. Finalmente, também Portugal vive sua hora histórica com a Revolução dos Cravos em 1974 e, assim, o novo governo reconhece a independência da antiga colônia.
Em 1980, quando a Assembléia Nacional aprovava uma nova Constituição e deliberava pela unificação com a vizinha Cabo Verde, o antigo comandante das forças armadas, Nino Vieira dá um golpe, derrota Luis Cabral (irmão de Amilcar), suspende a Constituição e instala um Conselho da Revolução, o qual encabeça, vindo a desvirtuar bastante todo o ideário que conduziu à libertação. Nino governa como chefe do Conselho até 1989 quando então começa uma abertura no regime permitindo novos partidos e sindicatos. Em 1994 ele se elege presidente nas primeiras eleições gerais, mas em 1998 é derrubado por um novo golpe de estado que mergulha o país numa guerra civil. Vários dirigentes se sucedem, assim como também novos golpes, mortes e atrocidades, até que Nino Vieira volta à presidência em 2005. Em 2009, depois do assassinato de um desafeto político, Nino Vieira também é assassinado dentro do palácio presidencial. De novo, o país fica a mercê da violência.
Meses depois acontecem novas eleições vencidas por Malam Bacai Sanhá que governa num clima de muita intranqüilidade, sem conseguir vencer a endêmica pobreza a qual o povo da Guiné estava e está submetido. A instabilidade segue bastante grande e tanto que em abril de 2010, uma nova tentativa de golpe aconteceu, mas sem sucesso.
Hoje a Guiné Bissau está entre os 20 países mais pobres do mundo e depende apenas de sua agricultura e da pesca. Recebe ajuda do FMI e segue o seu receituário, tanto que em 2010 o país cresceu 3,5%, alavancado pelo excelente preço da castanha de caju. Também tem projectos para produção de petróleo, o que pode ser sua salvação.

Mas, a maior riqueza do país é, sem dúvida, o seu povo, que mantém vivo o sonho de um país livre das dificuldades e se expressa numa rica cultura musical e também no originalíssimo carnaval. Apesar de uma história de guerra e tragédias, a alegria é um motor que move a gente da Guiné Bissau no rumo de uma verdadeira libertação.
Os rumos do país é o que esta celebração promovida pelos filhos dessa terra pretende discutir.

Veja a programação:

38º Aniversário da Independência da Guiné-Bissau
24 de Setembro de 2011

Palestras dias 20 e 21/09
1. Tema: Plataforma Sócio-Científica e Tecnológica de Projetos de Empreendedorismo para Guiné-Bissau
Prof. Dr. Harrysson Luiz da Silva, PhD
Local: UFSC – Auditório do CCJ
Data: 20 de Setembro de 2011 (Terça-Feira)
Hora: 18H00 – 19H45
Moderador: Engo. Aduzindo Joaquim de Almeida
Prof. Dr. Harrysson Luiz da Silva, PhD - Pós-Doutor em Ergonomia Cognitiva. Doutor em Engenharia de Produção (Inteligência Artificial Aplicada). Mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano. Bacharel em Geografia. Formação em Psicologia Fenomenológica. Professor Associado I do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina. Líder do Grupo de Pesquisas “Resolução Cientifica de Conflitos” do Conselho Nacional de Pesquisas – CNPq. Prêmio Cannes Water Symposium na Categoria “Água e Direito” pela Universidade Nice Sophia Antipolis – França em 2007. Consultor de Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, Environmental Resources Management – ERM, Pro – Natura Internacional, Ministério Público do Estado de Paraná e do Amapá. Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Geração de Tecnologias do Conhecimento. Coordenador Internacional do Projeto de Cátedra UNESCO: Rede Internacional de Gestão de Conflitos Ambientais. Editor – Chefe Internacional do Periódico Eletrônico Indexado: Internacional Network for Environmental Management Conflitos.

2. Tema: Gestão Pública de Resultados
Prof. Dr. Francisco Pereira
Local: UFSC – Auditório do CCJ
Data: 20 de Setembro de 2011 (Terça-Feira)
Hora: 20H00 – 21H45
Moderador: Administrador Abdulai Sombille Djaló\
Prof. Dr. Francisco Pereira - Doutor em Engenharia de Produção (UFSC). Mestre em Engenharia da Produção (UFSC). MBA em Administração Mercadológica (UNIBH); Magistério Superior (CPGA/ICES); Transações Imobiliárias (CPGA/ICES). Filosofia (UNIBH). Jornalismo (UNIBH). Administração de Empresas (UNABH). Professor da FGV/RIO. HSM/SP. UNISUL. UNIVALI. ASSESC. Exerceu os cargos de: Secretário de Estado de Governo de Minas Gerais. Secretário de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais. Secretário Municipal de Planejamento de Florianópolis. Atualmente é Diretor do IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis. Membro da Câmara de Mediação e Arbitragem de Santa Catarina. Consultor em Gestão de Negócios Globais. Livros: “Desenvolvimento de Recursos Energéticos”; “Palavras de Edificam”, “Inteligência Empreendedora Aplicada (prelo)”, “Processo Decisório” (Angola). 88 Artigos Técnicos publicados.
Obs: Participação especial do Dr. MAYCON RODRIGO BALDESSARI, Diretor de Operações do IPUF e Autoridade de Trânsito Municipal de Florianópolis.

3. Tema: Educação e Domínio colonial VS Educação Pós-Colonial
Mamadú Djaló
Local: UFSC – Auditório - CCJ
Data: 21 de Setembro de 2011 (Quarta-Feira)
Hora: 20H00 – 20H30
Moderador: Ulá Cá
Mamadú Djaló - Coordenador de Cursos de Direito, Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Lusófona da Guiné - ULG, e Docente da ULG. Doutorando em Sociologia Política (UFSC). Mestre em Sociologia Política pela UFSC (2009). Graduado em Ciências Sociais com habilitação em Bacharelato e Licenciatura UFSC (2006). Tem experiência na Consultoria de ONGs e na área de Ciências Sociais.

4. Tema: Como os países africanos podem aumentar seus rendimentos econômicos do setor pesqueiro sem aumentar o esforço de Pesca.
Francisco Gomes Wambar
Local: UFSC – Auditório - CCJ
Data: 21 de Setembro de 2011 (Quarta-Feira)
Hora: 20H35 – 21H05
Moderador: Ézio Almir
Francisco Gomes Wambar - Mestrando em Sociologia Política (UFSC). Graduado em Oceanografia pela Universidade do Vale de Itajaí - UNIVALI (2008). Formado em Biologia e Química na Escola Normal Superior TCHICÓ – TÉ/Bissau em 1997.

5. Tema: O Desenvolvimento Econômico e Empresarial da Guiné-Bissau no pleno Século XXI.
Abdulai Sombille Djaló
Local: UFSC – Auditório - CCJ
Data: 21 de Setembro de 2011 (Quarta-Feira)
Hora: 21H10 – 21H40
Moderador: Edilson Costa
Abdulai Sombille Djaló - Mestrando em Sociologia Política (UFSC). Graduado em Administração – FASSESC (2009). Tecnólogo em Computação - SOS. Computadores (2008). Formação em Mercado Financeiro / 36horas – BM&F (2009). Professor da (ULG)/Bissau. Trabalhou no Ministério da Fazenda da Guiné-Bissau. Pioneiro Criador e Apresentador do Programa “Espaço Empreendedor” na Rádio Comunitário Voz de Quelélé (2010).

fonte: www.brasildefato.com.br

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Samuel

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