NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O Presidente da República, Cavaco Silva, lamentou hoje a morte de
Aristides Pereira, recebendo com “consternação” a perda de “uma figura
maior da História cabo-verdiana”. Aristides Pereira, o primeiro Chefe de
Estado de Cabo Verde, morreu hoje, aos 87 anos.
Numa mensagem de condolências enviada ao homólogo cabo-verdiano, Jorge
Carlos Fonseca, e publicada no site da Presidência da República, Cavaco
Silva recordou Aristides Pereira como um “homem de profundas convicções,
que teve sempre no centro das suas preocupações o progresso económico e
social do seu povo”.
De Cabo Verde chegam igualmente palavras de
pesar. “O país está de luto nacional pela perda de uma figura marcante
da nossa história recente”, sustentou o Presidente Jorge Carlos Fonseca,
acrescentando que recebeu a notícia da morte de Aristides Pereira com
“profundo sentimento de pesar e consternação”.
Jorge Carlos
Fonseca avançou que foi decretado luto nacional de cinco dias pela morte
do primeiro Presidente de Cabo Verde e que as cerimónias fúnebres
oficiais vão decorrer na cidade da Praia e o funeral na ilha da
Boavista.
O ex-Presidente português Mário Soares disse hoje, em
Lisboa, que a morte do antigo chefe de Estado cabo-verdiano, Aristides
Pereira, representa uma grande perda não só para Cabo Verde e
Guiné-Bissau, mas também para todo o espaço lusófono.
“Fiquei
muito impressionado e triste com a morte de Aristides Pereira. Foi uma
notícia que representa uma grande perda não somente para Cabo Verde e
Guiné, mas também para todo o espaço da lusofonia e, em especial, para
Portugal”. A declaração é de Mário Soares, que conheceu Aristides
Pereira logo depois do 25 de Abril.
“Foi neste primeiro encontro
que, em 1974 [em Dacar, Senegal], logo a seguir à revolução, durante uma
noite inteira, nós conseguimos resolver o cessar-fogo na luta da Guiné,
foi uma coisa importante, foi o primeiro passo para depois fazermos a
autodeterminação e reconhecermos a autodeterminação e a independência.
Isso foi começado por nós os dois”, sublinhou em declarações à Lusa.
Um
dos cofundadores do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC), em 1956, Aristides Pereira foi, ao lado de Amílcar
Cabral, Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin,
um dos principais dinamizadores do movimento que lutou pela emancipação
das duas antigas colónias portuguesas. “Fiquei, desde sempre, muito
amigo de Aristides Pereira, porque era um homem de grande inteligência,
simpatia e modéstia, um homem de grandes predicados, muito patriota e um
homem muito sério. A verdade é que ele me impressionou sempre muito,
inclusive depois como Presidente da República”, frisou Mário Soares.
Também
o cônsul honorário de Cabo Verde em Coimbra, Agostinho Almeida Santos,
lamentou a morte de Aristides Pereira em declarações à Lusa.
Considerando-o uma “figura de prestígio, não só cabo-verdiana, mas
também mundial”, Almeida Santos lembrou o amigo com quem partilhava “o
mesmo sonho”. “Sonhávamos ambos o mesmo sonho, da liberdade, democracia e
solidariedade humana”, afirmou.
Aristides Pereira morreu hoje
nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), onde estava internado
desde o início de Agosto, depois de ter sido operado na sequência de
fractura no colo fémur agravada pela condição de diabético.
fonte: publico.pt
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