Nesta luta continuada
certamente que a vitória virá na hora da liberdade, trazendo a reconquista da
paz para o Povo, unidos em torno da esperança num futuro próspero.
À Guiné-Bissau, não a
ofende quem quer!
Perguntamos, como quem
sabe, se será real este estado social do envolvimento de figuras do Estado no
narcotráfico como se diz, e o porquê de tão monstruoso que se pinta este quadro
sobre a Guiné-Bissau. Acredito que só por encomenda e bom preço alguém pintaria
um monstro deste tamanho, deturpando a realidade no seu conteúdo, deixando
implícita uma condenação excessiva e tendenciosa, que peca por dramatizar,
associando o problema da droga aos fracassos políticos registados nos últimos
meses que culminou com o golpe de Estado. Aqui está uma das conclusões falsas,
colocando fora da realidade dos factos quem pensa a partir de notícias da
má-língua com o nome deste País nas tintas dos jornais.
Acredito sim, que há
criminosos no aparelho de Estado da Guiné-Bissau, como os há em muitos outros
Países desenvolvidos que não é este o caso. Pois não havendo um ADN especial
para este ou aquele País, temos criminosos e o nome lhe basta, ponto final
paragrafo, e o resto são “rótulos” ou pré-conceitos.
Como comparação ainda,
parece que alguma comunicação social pretende atribuir nota máxima de gigante,
ao tamanho deste monstro (a droga) que actua na Guiné-Bissau, como problema do
narcotráfico na costa daquele País.
Se a nota máxima para
classificar o volume do narcotráfico no mundo for o tamanho de um gigante por
exemplo, então acredito que em relação ao problema da droga, a Guiné-Bissau só
tem “anões” como criminosos.
Monstros no tamanho gigante
temos, mas dentro do campo da impunidade e corrupção que se vive na
Guiné-Bissau na área de Justiça, aqui sim, temos um “monstro” a abater se
quisermos optar pela igualdade de direito e Justiça social para todos.
Em matéria de narcotráfico
e toxicodependência na Guiné-Bissau, estes crimes não atingiram ainda o tamanho
de um monstro ou gigante, pois temos aqui um “anão” no tamanho, seria bom que
nem existisse, no entanto, outros Países são de facto amostras de verdadeiros
gigantes na matéria, autênticos monstros deste mercado das drogas e, espalhados
pelo mundo inteiro.
Quando se diz que o
narcotráfico aumentou na Costa Ocidental de África, onde supostamente pretendem
insinuar que é descarregada cocaína nas águas da Guiné-Bissau, para
posteriormente seguir destinos Europeu e outros, devo lembrar que ao mesmo
tempo, nesta informação não dizem em que quantidades, quando e por quem. Aqui
falta informação credível e, quanto mais se pinta, mais tinta para borrar ou
manchar, é o que pretendem, dramatizar para fragilizar e depois “entrar” como
um falso anjo da guarda, para ajudar o País.
Pois então vejamos, se o
seu consumo está para outros Países, quer dizer que a riqueza ilícita da
proveniência desta mercadoria também está para outras capitais e não para a Guiné-Bissau.
Talvez por isso a máfia
receptora deste produto na Europa e outros, continue a esfregar as mãos
enquanto as “potências” não se reúnem para fechar esta plataforma de
escoamento, que ainda ontem foi aberta para escoar o produto. Alguém ganha com isto
e os “polícias” do mundo sabem quem são todos essses Países.
Ninguém faz nada porque
preferem manter o nome da Guiné-Bissau como bode expiatório, para disfarce num
dos negócios mais rentáveis do planeta, a droga.
Enquanto outros lucram em
grande escala, a Guiné-Bissau carrega e suporta o fardo da merda que cheira
para todo o lado. Temos a boca suja sem ter comido, enquanto outros Países
beneficiam com este marketing e propaganda da má-língua com o nome da
Guiné-Bissau, enchem a barriga com os dinheiros deste pó.
Porque há Países que
“beneficiam” com este tráfico mil vezes mais do que a Guiné-Bissau, se é
mentira o que acabo de afirmar, então que a comunidade internacional ajude os
Países da Costa Ocidental de África a acabar com o narcotráfico. Se tal acontecesse,
penso que iríamos assistir a um “choro” em coro, mas noutras paradas, nunca na
Guiné-Bissau, onde este problema ainda é uma criança.
Posto isto, não podemos
admitir seriedade política e responsabilidade pública nalgumas afirmações
bombásticas sobre o aumento de tráfico na zona, proferidas sem experimentação
séria, nas afirmações que fazem.
Será que quem afirmou isto
no Senegal, sabe por exemplo se o volume do narcotráfico nos USA “baixou”, se
na Espanha, Holanda, França, Japão, se “aumentou” ou estagnou. Devem estar à
espera da encomenda vinda da Guiné-Bissau, pergunto eu, alguém sabe, penso que
não, por isso deixemo-nos de brincadeiras e vamos acabar de vez com este
“porto” do narcotráfico, que suja o bom nome da Guiné-Bissau..
Há afirmações explosivas de
quem quer mais complicar do que aterrar na Guiné-Bissau para trabalhar nisto,
acabando com o tráfico, ajudando o Povo a livrar-se de malfeitores sujos,
feios, porcos e maus, para isto queremos ajuda dos USA, para mandar bocas, não.
Questionamo-nos ainda como
avaliam o que cospem pela boca fora. Tudo isto faz parte de uma campanha de
dramatização, já não basta a situação política, social e económica desfavorável
que se vive na Guiné-Bissau, acrescentam um “ponto” para desequilibrar ainda
mais esta balança, que já manca para o lado “direito”, talvez surja desta
direita política na Europa, um “projecto” para acabar com este narcotráfico no
ponto de passagem estratégico para abastecer outros cantos do mundo.
Penso que com tudo isto,
ainda arranjam um bom pretexto para fixarem bases militares de controlo
estratégico para zona de África Ocidental no território da Guiné-Bissau (a ver
vamos).
Todos andam à procura do
mesmo, com mais um pouco de jeito, uns Srs. Deputados Europeus que já lá
estiveram por altura da 1ª volta das eleições Presidenciais, ainda regressam,
para negociar um “canto” do Arquipélago de Budjugúz, que mais podem crer, só
que a Mãe-Terra não se vende.
Camaradas, vamo-nos deixar
de tretas de inspiração invejosa, politiquices de birra, cinismo, egocentrismo
e megalomanias partidárias, sentarmo-nos numa mesa redonda e falarmos olhos nos
olhos, evitar os erros do passado, dar a mão a palmatória, se for preciso, e,
em nome do Povo, cuidar daquilo que é nosso e de mais ninguém.
Se a própria vida acaba,
hoje já vamos com atraso mas não é tarde, pois vamos vencer esta crise, para a
frente é o caminho. Uma boa Justiça queremos, mas, que traga sentenças que
implantem luz, solidariedade, esperança, paz e o perdão entre mulheres e homens
Guineenses, não mais ódios e vinganças infindáveis a que temos assistido.
O limite a que chegou esta
loucura, diz-nos que não há médico estrangeiro que a cure de vez, temos que ser
nós próprios a virar esta página, perdoando, só assim encontramos inspiração e paz
interior para pensar a Guiné-Bissau com maturidade profunda, sem complexos, e
olhar pela Mãe, cuidar da sua biodiversidade que a natureza oferece a este
Povo, gente bonita, trabalhadora, humilde e hospitaleira, pense nisto Camarada,
o resto são cantigas desafinadas e de mau gosto.
Após os acontecimentos
últimos do golpe de Estado, alguns exageros ouvimos, cada qual acrescenta um
ponto, penso que devemos aproveitar para analisar tudo o que se tem dito por
aí, separar o trigo do joio e, só depois, decidirmos.
Esta crise não é só na
política e no meio militar, é também social, económica, cultural, moral,
psicológica e também uma cobrança difícil à imagem do Estado da Guiné-Bissau,
afectando duramente um projecto de desenvolvimento sustentado, que mais uma vez,
ganha contornos de ficção nesta estrada minada.
Nesta crise, em que mais
uma vez demos um tiro no pé, só que desta vez tivemos a particularidade de usar
balas com efeitos colaterais diversos, espalhando o veneno mais depressa, o que
quer dizer que os do contra ou a favor do golpe, nem sequer vão ter tempo para
“discutir” muito, mas haverá tempo para virar esta página e avançar, porque
melhores dias virão, só.
Com este conflito político
e social verificamos que saltou a tampa da panela de pressão, vejo alguns de
nós reagiram ao choque térmico, e com ar de protesto falam em voz alta. Vieram
muitos cá para fora do tacho aliviar-se do susto e do calor da madrugada a
ferro e fogo, em Bissau, onde nenhum deles imaginava poder escapar com vida,
mas estão vivos porque Deus assim quis. Sacudidos pelo medo, foram obrigados a
um intervalo forçado, sem tempo estipulado para o recolher a casa. Apenas
alguns elementos já se encontram longe do tacho e, talvez fugidos, afastados de
um ambiente de pressão interna ou até, refugiados onde estão neste momento como
medida preventiva.
São sinais derivados da
impunidade vivida no País até ao golpe de Estado, só que hoje são vítimas
alguns dos seus maestros importantes (ontem reis e hoje crucificados), são eles
os políticos desafinados que dispensaram o lamiré convencional, preferindo
afinação selvagem ou de ouvido, para tocarem por cima de “Si” sem “Dó” de
ninguém, mas calhou mal acabando expulsos da orquestra pela força das armas.
Na verdade, penso que tudo
isto nunca terá um único culpado, mas, por tendência, empurramos as culpas para
um único “lobo”, quando há uma alcateia para repartir a sentença. Por isso,
aconselho a procurarmos soluções como o primeiro objectivo, e pelos caminhos
percorridos os culpados vão sendo afastados ou talvez até perdoados.
Há muito tempo que sabíamos
da existência de corrupção e tratamento discriminatório infligido ao Povo, como
se toda a plateia estivesse repleta de cegos, surdos e mudos, a não perceber
rigorosamente nada, nem os partidos da oposição suaram tanto para a mudança,
parecendo até que todos acabaram por aguardar por intervenção musculada e mais
forte. Um Parlamento que adormeceu, enquanto as lágrimas rolavam no meio
social, silenciosamente, numa aparente acalmia e, afinal, havia monstros e
almas desaparecidas, forçadas por crimes cometidos que ficaram por investigar
até hoje.
Somos todos um pouco
culpados de tudo isto, com o nosso silêncio permitimos a actuação de monstros,
de dia e na calada da noite, pelo medo, receios e paranóia, fomos recuando,
cada vez mais centralizados no nosso umbigo, fugindo para não ser reconhecido
como testemunha, só.
Uma impunidade que crescia
como se não tivéssemos nada com que nos preocupar, em relação às mortes por
assassinato, crimes de vária ordem e corrupção no País. Se não vimos,
imaginamos, mas ninguém fez o que deveria ser feito para evitar o pior. Como
sempre, esperamos que alguém faça, para depois cairmos em cima, se correr mal,
será por isso que temos dois grandes grupos hoje como “tribunal” (os do contra
e a favor do Golpe) para julgar os “golpistas”. Onde estávamos nós antes,
enquanto irmãos nossos eram maltratados e mortos durante décadas, pergunto
isto, porque todos nós precisamos desta função terapêutica, contida nas
respostas que cada um de nós tem dentro de si.
Nunca mais havemos de nos
calar, mas usarmos voz própria, quando indignados, injustiçados, e devemos
solidariamente unirmo-nos pela causa e apoiar a Justiça social no País.
Acredito que hoje, se
arrependeram, um por um, os que fizeram mal ao Povo, alguns só depois do Teatro
começar a arder por fogo posto e regimes depostos por força das armas,
perceberam o perigo do uso de balas, em vez de palavras, o confronto político
como dita a bem-dita Democracia Parlamentar.
Os autores deste golpe, que
desta vez não causou baixas mortais, agiram para antecipar uma “bomba” relógio,
impedindo o pior (segundo dizem) para o Povo, foram forçados a um contra golpe
militar, evitando uma guerra civil ou uma operação cirúrgica de limpeza de
determinados nomes na praça. Sabe Deus o que ninguém pode aqui ler, porque somos mortais, ninguém sabe ao certo o
que se passou, mas uma coisa Eu sei, o chão da Guiné-Bissau é sagrado, o Povo
vencerá!
Os militares parecem agora
ter recolhido aos quartéis, isto é, porque o Governo de Transição por doze
meses ensaiou já a sua orquestra noutro tom e compasso de políticas para curto
prazo. Tudo leva a crer que a classe castrense retornou às fontes, aguardando
os próximos acontecimentos ditados pelo Presidente de transição, certos que
somos da opinião que só assim venceremos, nestes poucos meses que faltam para o
retorno às urnas mais uma vez, na Guiné-Bissau que é de todos.
Será desta que vamos criar
alicerces para construir a Paz, ou temos uma guerra adiada. Pergunto, porque
vejo cartas fora do baralho a quererem influenciar o dia a dia dos que ficaram
junto da panela de pressão, para trabalhar na organização de novas eleições
políticas e democráticas, para retomar o campeonato de Estado com forças
activas do País.
Esperamos uma maratona de
jogos entre adversários fanáticos espalhados dentro e fora do País, todos
aparentam estar em forma, bem equipados, a recolher apoios materiais com
palmadinhas nas costas, assinaturas e promessas com chantagem anunciada. Tudo
aponta para que haja cobranças difíceis num futuro próximo, por estas e por
outras, há que não prometer “o ovo no cu da galinha” e jogar seguro sem comprar
árbitros.
Mas muito bem equipados
estão os adversários (o governo deposto), num vaivém fazendo corredor político
e não só, valendo-se de tudo o que estiver à mão como ferramenta, porque o
tempo é de desconfianças, todo o cuidado é escasso (conhecem as couves um do
outro) neste clima de tensão que tende a crescer cada vez mais.
Há um ambiente quente na
nova selecção (governo de transição) que é quem governa o país, decide as
receitas e dietas para o Povo, trabalhando no duro para mostrar resultados
previstos neste projecto para doze meses apenas, que mais parece, para doze
dias debaixo de um calor intenso, com grande ansiedade e stress nesta equipa de
transição que tem os olhos postos na manutenção de um dos três lugares no
pódio, num campeonato que já vai a meio. Votos de boa sorte e final feliz para
o treinador e equipa técnica.
Vimos que quando saltou a
tampa, saltou ao mesmo tempo um alerta, soubemos que afinal falam de boca cheia
do “narco-estado”, como rótulo da Guiné-Bissau.
Perguntamos quem são eles
afinal, porque talvez sejam conhecidos do grande público, e desde quando, já
agora, o que é que ainda não sabemos afinal.
Porque hoje temos
ex-dirigentes fora e dentro do País, políticos do governo deposto, acabados de
abandonar o barco. Agora quem manda é um Governo de transição que conhecemos,
com políticos representantes do Povo, figuras públicas da sociedade Guineense,
onde não é fácil descobrirmos o “sexo do anjo” na confusão de conceitos em
relação a definição de “narco-Estado”. Ninguém levanta o dedo no ar para ditar
um prognóstico ou fazer soar um murro na mesa, dizendo basta de vexame, pouca-vergonha,
porque a Guiné-Bissau é intocável, digna da sua afirmação no mundo, dizer
basta, o que ainda não se fez e ninguém percebe, porque quem não deve não teme.
Não devemos nunca confundir
a estatura e grandeza de um País, com alguns comportamentos corruptos,
criminosos e neocolonialistas de alguns dos seus piores filhos, empurrados pela
ganância dos dinheiros do exterior.
Somos todos Guineenses, mas
atenção, infelizmente alguns, que deveriam apanhar boleia por mar, terra ou ar
para se distanciarem de vez da liderança dos destinos do Povo, ainda cá estão
disfarçados entre nós, por isso estamos a sofrer há muito, muito tempo. Mas não
há mal que não acabe, a própria vida tem os seus dias contados, portanto vamos
aguardar, Ele não dormirá enquanto não vir sorrisos de fartura, alegria,
esperança redobrada nas faces do Povo, porque Deus não dorme.
Esta questão é pertinente
numa grande reflexão a fazermos, para quem gosta deste País, que ama, tem
simpatia ou mesmo, por curiosidade, admiração, motivação cultural, identificação
política, social ou sociológica, e ainda bem, porque vamos pedir que reflictam
connosco em silêncio, em voz alta (escrita), aqui “há pano para mangas” (para
mangas largas e estreitas), “porque feijão tem toucinho”, ninguém passará fome
de letras neste debate, haverá sempre para todos os gostos, uma conclusão
possível.
Porque o mundo hoje fala
muito sobre a Guiné-Bissau, por motivos que nos deixam tristes, um País
Pykynynu na tamánhu, garamdy na fama (País pequeno no tamanho, mas grandioso na
fama) in. Poeta Guineense desconhecido, são horas de levantarmos âncora e
navegar em águas profundas, acreditem, este chão fala connosco!
Ultimamente as notícias
sobre a Guiné-Bissau são imensas, muitas vezes redundantes, com repetições que
já cansam, porque não trazem nada de novo, parecendo que já ninguém perde uns
minutos para pensar seriamente no que ouve, no que se vai dizendo, os porquês
das coisas que já pouco interessam.
Há conteúdos postos a
circular nos media como verdades absolutas, mas parecendo mais figuras
estilizadas da escrita, postas a circular na comunicação social, numa repetição
que pretende provocar reacções de identificação com rótulos ou estigmas, é como
colar um letreiro na testa a um País, leia-se, “tráfico de droga ou narcoestado”,
mas que na verdade não passam de um absurdo sem nexo, sem lógica e
racionalidade. É preciso isolar “terroristas” que fazem isto constantemente, é
preciso defender a Mãe dos abutres que provocam inquietação no berço da
Guiné-Bissau.
NESTE MUNDO, TODOS OS
PAÍSES TÊM FILHOS PSICOPATAS, CORRUPTOS, CRIMINOSOS, BANDIDOS, PEDÓFILOS,
PROSTITUTAS, CHULOS, LADRÕES, DIFICIENTES MENTAIS, TRAFICANTES DE DROGA,
PERVERSOS E OUTROS AINDA…SENDO ESTES OS PIORES FILHOS, NINGUÉM OS CONFUNDE
METENDO TUDO NO MESMO SACO, MISTURADOS COM O NOME DO SEU PRÓPRIO PAÍS, E, MUITO
MENOS, MISTURADOS COM O NOME DO POVO.
PORTANTO, HAJA RESPEITO
ABSOLUTO PARA COM O BOM-NOME DA GUINÉ-BISSAU, NÃO CONFUNDIR O BEM COM O MAL E
VICE-VERSA…
O POVO NÃO ESQUECE!
O tráfico de droga e a
toxicodependência são dois grandes males que afectam as sociedades actuais,
deixando desesperadas as autoridades e a segurança do próprio País. Esta
“doença” tem nome reconhecido há várias décadas nos Países espalhados pelo
mundo. O narcotráfico é um cancro difícil de combater, e ainda, não se conhece
nenhum País que se tenha livrado em absoluto deste flagelo (droga) depois de
lhe poisar no terreno.
Não é menos verdade que
onde chega este problema, instala-se e vai criando raízes, fica para sempre,
progredindo ao ritmo da máfia actuante, até se tornar num problema crónico para
essa sociedade. Semelhante a isto, só o reconhecemos na prostituição.
Há décadas em Portugal o
problema da droga tinha carácter “epidemiológico”, tomando como exemplo o
início dos anos /70, quando Lisboa foi considerada zona de maior incidência, um
dos primeiros focos localizado deste problema (droga), fixados em grande escala
neste ponto no sul do País. Mais tarde alastrou-se para todo o território
nacional, numa evolução galopante, porque hoje não há dúvidas que deixou de
estar localizado ou isolado, porque o problema já não é “focal”, assumiu
proporções “territoriais”, a droga está e consome-se em todo o lado, passou a
ser vista como fenómeno, afecta toda a franja desta sociedade, estando espalhada
pelo País inteiro. Difícil é descobrir um canto onde ela não esteja infiltrada
como tráfico e consumo (toxicodependência) em Portugal.
Pois ela agora chegou,
infelizmente, a Bissau, digo isto porque nenhum País no mundo se pode gabar de
ter ganho esta batalha, talvez um dia conheçamos um que possa afirmar
semelhante vitória, acabando com a droga no próprio País. Bissau também não vai
ser o primeiro.
Posto isto, podemos tentar
entender as dimensões deste problema que afecta sociedades inteiras ou países
chamados fortes, do ponto de vista económico, social e institucional. Pensamos
nos Países que sofrem deste flagelo há décadas, que combatem o narcotráfico por
meios técnicos e militares, de investigação criminal, judicial, meios
científicos (clínicos) de intervenção terapêutica adequada, com ferramentas e
técnicos especializados para uma intervenção multidisciplinar em várias frentes
de actuação procurar minimizar os danos causados.
Estamos a falar de Países
com anos de trabalho experimental batendo na mesma tecla, uma experiência que
podemos considerar ”adulta” porque já estão calejados na utilização e
aperfeiçoamento destas ferramentas de combate. Estamos a falar de gastos
milionários suportados no orçamento de Estado, para minimizar os efeitos negativos
na saúde pública.
Pensamos em Países com
experiência na investigação nesta matéria (narcotráfico), basta consultarmos a
estatística das apreensões de estupefacientes em Portugal por ano, ver a
incidência do consumo calculada por ano, toda a intervenção de campo
(instituições) necessários no combate à toxicodependência nestes “territórios”
do consumo e tráfico de estupefacientes, para percebermos que trabalham muito
nesta matéria e com pessoas especializadas, com boa coordenação entre várias
frentes de combate, e mesmo assim ela cá anda, não parece ter os dias contados
para terminar.
Portanto, a Guiné-Bissau é
“ricem nascido” nesta matéria, nada que se compare com outros continentes
(EU/USA), podemos imaginar por aqui o que temos de aprender e muito para saber
gerir tudo isto, num controle alargado do território Guineense, por mar, terra
e ar.
Todas estas fronteiras
precisam estar controladas e dirigidas por Instituições do Estado, numa acção
concertada, projectada para o combate ao narcotráfico e toxicodependência, será
um projecto difícil mas possível, desde que apoiados pelo governo através de
instituições de Estado, em parceria com os países vizinhos, com apoio
internacional de combate ao narcotráfico e ao terrorismo.
Devemos pensar que este
trabalho envolve muita tecnologia que Bissau não tem, e várias áreas do saber
especializado que também é insuficiente, pensando num Centro de Estudos e de
Profilaxia da Droga, com um gabinete de orientação, prevenção primária e de
combate ao narcotráfico, são passos importantes a reequacionar desde o início.
Este modelo de intervenção
traduz uma visão daquilo que se faz noutros lugares do mundo, creio que só com
um trabalho afinadíssimo nestas estruturas, podemos evitar um descalabro deste
flagelo no meio social, que atinge principalmente a juventude, descambando para
as famílias na sua dinâmica e funcionamento como um todo.
Visto globalmente tem um
peso negativo enorme em qualquer sociedade, tanto do ponto de vista cultural,
psicossocial, como também, dos gastos no orçamento geral do Estado, porque
estamos a falar de uma intervenção e tratamento para o toxicodependente (na
prevenção primária - advertência aos perigos; prevenção secundária - tratamento
ambulatório e prevenção terciária – o internamento), portanto, que é também
psiquiátrico, psicológico, social e de acolhimento, se for caso disso.
Esta intervenção
multidisciplinar acaba por ter custos elevados a suportar pelo Estado, tudo
isto sem pensar ainda nos custos adicionais no controle das fronteiras pelas forças
de Segurança e Instituição Militar.
Meus amigos, não somos
ingénuos nesta matéria, acabar com a droga, sabemos que é impossível, mas está
ao nosso alcance minimizar os danos colaterais, a partir de um combate duro e
sem tréguas.
Quanto mais cedo começarmos
melhor, uma vez que na Guiné-Bissau ainda a noite é uma criança. Devemos bater
no ferro enquanto estiver quente, para moldar a gosto e com maior facilidade,
sendo que este tráfico começou há pouco tempo, e a toxicodependência ainda há
menos, penso que vamos conseguir “defender”, proteger, o potencial alvo
(jovens) deste consumo na sociedade Guineense, forçando à lentidão, o seu
avanço, tanto no tráfico, como no consumo de drogas.
A Guiné-Bissau precisa de
melhores condições e eficácia no seu controle de fronteiras terrestres,
marítimas e aéreas, isto já sabemos, o problema é que não parece suportável o
seu custo nesta fase, para o Estado da Guiné-Bissau, mas então, o que fazer?
Podemos pedir ajuda
especializada aos organismos internacionais de controlo e combate ao crime
organizado (terrorismo e narcotráfico). Seria até benéfico para o nosso País,
beneficiarmos de formação especializada e de infra-estruturas, materiais para
uso específico na área de combate à droga e ao narcotráfico. Sendo um problema
mundial o narcotráfico, onde quer que se localize um “foco” deve interessar
automaticamente os gabinetes internacionais de combate ao narcotráfico, a sua
“destruição” total desta plataforma de escoamento das drogas.
Imaginamos que a
Guiné-Bissau não consegue suportar os gastos desta operação sozinha, julgo que
deve ser possível um projecto em parceria com outros Países da zona, afectados
pelo mesmo problema, a unirem os esforços para um combate eficaz ao
narcotráfico, isto sim, seria mais fácil.
Outra dificuldade pesada
para a Guiné-Bissau, é a pobreza e falta de meios adequados para uma
intervenção forte e eficaz. Tudo isto jogando a favor dos narcotraficantes, que
reúnem meios sofisticados para esta operação criminosa.
Pensamos que será por este
motivo que a Guiné-Bissau terá sido escolhida como plataforma ideal de passagem
ou distribuição da cocaína, a partir da Costa Ocidental de África.
A repressão pura e simples
da marginalidade jovem não pode ser vista como única medida preventiva para
controlar este fenómeno, como temos assistido. Temos de tolerar a irreverência
da juventude, nela está depositada o carácter da sua escolha pessoal e única,
vamos ser mais tolerantes, somos precisos como mais velhos ou como “pai”, para
dar este exemplo.
O País terá condições de
desenvolvimento económico e social, para travar uma luta contra a pobreza e o
fenómeno da toxicodependência, serão iniciativas e propostas de um projecto de
vida alternativo, com políticas de apoio sustentado e por iniciativas governamentais,
com objectivos definidos para travarmos a marginalidade e ausência de
alternativas de vida e adaptação do ponto de vista da formação profissional e
do emprego para jovens.
A hipótese de concretizar a
paz social no exercício da cidadania, também passa por estas vias citadas. Vejo
que não será fácil caminharmos no sentido de equilíbrio social desejado, se não
tivermos um projecto de vida alternativo para oferecer aos mais desfavorecidos.
É uma mudança que o Estado terá que manter na sua agenda de prioridades para a
sociedade Guineense, aconselhar os governos eleitos a tomar iniciativas concretas, com políticas de
acção concretas nesta área que afecta globalmente o estado social. Não pode
permanecer tudo na mesma e querermos uma mudança positiva, é simplesmente
impossível.
Aos criminosos socialmente
bem instalados, e sabendo que são uma influência fraca para a juventude,
sobretudo na fase de formação e de escolhas no percurso de vida, são parte
desta influência que afecta negativamente este tecido social jovem.
Deixamos um conselho,
porque o crime não compensa, eles nunca estão sossegados, podendo até calhar a má sorte de uma bala dirigida à sua
vida e ser fatal ou mudando da condição de luxo em que vivem, para uma cela,
para cumprir elevadas penas de prisão. Por isso vale a pena pensar nisto, Sr.
Traficante, e também o Sr. Político corrupto, pois estejam onde estiverem,
devem pensar muitas vezes nisto e repetir mentalmente, “o crime não compensa,
não me vou permitir envolver”, e reprogramar nova vida, esta retirada não será
fácil, mas acredite que consegue, e boa sorte. Ajude na mudança de rumo da
nossa sociedade será bem-vindo entre as pessoas de bem.
O mundo do tráfico de
droga, imagino que seja medonho, frio e calculista, de um equilíbrio precário,
no fio da navalha, onde pode cair uma vida e não se levantar mais. Um submundo
com regras próprias, que passam com rigor e confiança as “ordens”, quando
quebrados as reacções são sempre fatais.
Como devem calcular, para a
Guiné-Bissau o narcotráfico nunca foi seu problema desde a independência. Mas
hoje temos um País como bode expiatório e só se perde tempo em divagações, numa
“droga” de conversa, isto é, perante a propaganda agressiva posta a circular,
publicitada com contornos dramáticos, e, quando na verdade, a sua costa está
sendo vista como rota de escoamento da droga na Costa Ocidental de África.
Presenciamos um espectáculo
inédito altamente orquestrado por criminosos da máfia internacional, que
descarregam este produto num País que até hoje nunca lhe tinha tocado ainda uma
única nódoa desta natureza.
Pensando melhor, leva-nos a
muitas conclusões possíveis de chegar, se pensarmos quais os Países que
“lucram” com estas manobras mafiosas nos seus Bancos e com o branqueamento do
capital ou lavagem. Percebermos que realmente a Guiné-Bissau só pode ser bode
expiatório, servindo para tapar verdadeiros núcleos desta célula gigante da
máfia, e espalhadas pelo mundo inteiro como uma doença crónica.
Na apreensão das drogas que
é feita em Portugal, Brasil, Espanha por exemplo, sabemos todos que a diferença
nas quantidades é “mil” vezes superior à Guiné-Bissau, porque então se anda a
bater no ceguinho, será porque a “diplomacia Guineense” anda de muletas há
muito tempo, pois é preciso defender mais o bom nome do País nesta matéria, não
permitir que “infectados” com este vírus, finjam que são médicos imunes à
doença, basta!
Percebemos até o efeito
subliminar desta alcunha “narco-estado”, com proporções dramáticas conotadas
com o rosto de um País como a Guiné-Bissau. Foi posta a circular há vários
anos, pois então meus amigos, por esta razão e ordem de ideias temos muitos
“narco-Estados” no mundo inteiro, há telhados de vidro em quantidade
significativa, todos aqueles onde se reconhece o narcotráfico, serão também em
conceito classificados de “narco-Estado”, obedecendo a uma hierarquia que vem
de “bisavós” até chegar a “bisnetos”. Proponho a Guiné-Bissau abaixo da linha
de fundo, como um “netinho” no consumo de drogas, e como “filho”, talvez só no
narcotráfico, que teve o seu início há meia dúzia de anos e pouco mais.
Isto é a realidade
comparada com os outros Países que têm este problema há muitas décadas, Vamos
parar de atirar areia para os olhos da Guiné-Bissau e colaborar com este Pais
na resolução deste problema que ainda agora começou.
Sabemos que a partir de
2005 começamos a ouvir falar do tráfico de cocaína na Guiné-Bissau, como se os
outros países fossem “virgens” nestas andanças mafiosas, hoje passamos para o
primeiro lugar dos mais falados, a ser o bombo da festa e de acusações. Alguém
conhecedor deste problema acredita nesta novela que coloca a Guiné-Bissau como
actor principal?
Pelo contrário, há
“recheados”há muito mais tempo em experiências do género, com Bancos para
branqueamento de capital ilícito, espalhados numa teia de cumplicidades,
fraudes e corrupção planeada, que vamos sabendo nesta mesma comunicação social
Europeia que fala da Guiné-Bissau, dando uma no cravo e outra na ferradura,
fazendo muita confusão entre a política, o mundo do crime, corrupção e a
Soberania do Estado. Deus nos acuda e proteja de tantos abutres que só atacam
moribundos ou já cadáveres. A Guiné-Bissau está viva!
Reconhecemos alguns sinais
desta máfia, como uma “droga de poder” e não o poder da droga. Tendo a força
que tem, compram ideias, cargos políticos ou lugares públicos de liderança,
movendo influência e mudando as “trouxas” para novos postos de trabalho, Deus
queira que saiam da Guiné-Bissau e deixem aquele povo em Paz.
Uma máfia que fala na mesma
língua está em sintonia mas escondida debaixo do mesmo “pano”, dando cobertura
uns aos outros a olhos vistos e ninguém “ladra”, ainda ninguém apareceu com
mordidela séria, a ponto de querermos arrancar a cabeça do “polvo” que começa a
crescer os tentáculos na Guiné-Bissau.
Guiné-Bissau precisa de
ajuda para controlar a sua costa marítima, mas há que saber escolher dentro das
ofertas e apoios a melhor ajuda. Não pode servir qualquer oferta de ajuda, é
melhor sabermos escolher primeiro para evitar escolher a própria máfia disfarçada,
e só depois aceitarmos ajuda.
Muitos Países têm “ganhos” indirectos com o narcotráfico ao nível do investimento “comercial” com dinheiro lícito, não só no “betão-armado”, como na indústria, nas empresas, etc. Alguns traficantes aprenderam a lançar foguetes e a apanhar as canas muito depressa, já são donos de negócios que lhes permite lavagem de dinheiro, passando de suspeitos para “senhores” respeitados. Tudo com manobras conseguidas à custa do elo mais fraco ou má investigação judicial no terreno. Enquanto beneficiam alguns, outros são utilizados como um tampão para permitir o encobrimento da cabeça do “polvo”, será o caso da Guiné-Bissau neste momento, porque na verdade mais parece um anão no meio de gigantes sendo o mais falado, só.
Muitos Países têm “ganhos” indirectos com o narcotráfico ao nível do investimento “comercial” com dinheiro lícito, não só no “betão-armado”, como na indústria, nas empresas, etc. Alguns traficantes aprenderam a lançar foguetes e a apanhar as canas muito depressa, já são donos de negócios que lhes permite lavagem de dinheiro, passando de suspeitos para “senhores” respeitados. Tudo com manobras conseguidas à custa do elo mais fraco ou má investigação judicial no terreno. Enquanto beneficiam alguns, outros são utilizados como um tampão para permitir o encobrimento da cabeça do “polvo”, será o caso da Guiné-Bissau neste momento, porque na verdade mais parece um anão no meio de gigantes sendo o mais falado, só.
O que é profundamente
falso, ninguém de bom senso acredita que a Guiné-Bissau de repente passou a ser
“narco-Estado”, a não ser que estejamos todos sob o efeito de cocaína, vamos
reparando, porque a procissão só vai no adro.
Está montado um esquema
para o ingénuo acreditar, “para o inglês ver”, é este o filme, porque há outras
versões do mesmo tema, há os que sabem quem são os verdadeiros bandidos neste
circuito aberto do narcotráfico pelo mundo inteiro, acreditem se quiserem.
Porque há mais Países que não andam a dormir nisto de controlo “intensivo”
deste planeta, estão em estado de alerta, não estão a reboque de migalhas ou de
cobranças difíceis de “juros” indevidos ao Povo martirizado.
Há Países que ajudam os
mais carenciados, e há os que só prejudicam, certo?
Conheço um que está muito
atento aos problemas do mundo embora não pareça, é o mais silencioso deles
todos, é com certeza a China, este sim, sabe que a Guiné-Bissau não é como a
pintam, nisto acredito eu, por isso este País forte tem ajudado e muito, a
Guiné-Bissau.
Ensina a pescar e depois
oferece cana de pesca, faz grandes obras de raiz e deixa ficar trabalho feito
para o Povo amigo. Por onde passam deixam ficar ajudas visíveis, isto em pleno
século vinte e um, não se vêm dois como a China no nosso Pais, não vão em
cantigas, têm ajudado no terreno e sem ingerir nos assuntos internos da
Guiné-Bissau. É um exemplo a seguir!
Um exemplo a seguir e a ter
em conta, num mundo actual em que se dá com uma mão e se retira com outra, há
que abrir os olhos ou passar a dormir com um aberto.
Devemos abandonar as
migalhas que nos oferecem depois de quase vexame público, “quem muito se
abaixa, o cu lhe aparece”, sabendo que há uns aproveitadores que gostam disso,
os que manipulam e exploram logo a seguir toda a situação. Vamos experimentar
andar mais na posição vertical e reconhecer este efeito positivo, parecendo
melhor e mais difícil, será nossa maneira de estar e de agir de futuro, com
vista a um Estado na verticalidade da sua postura. Há que não confundir o País
Guiné-Bissau, com a posição adoptada por alguns dos seus actores políticos no
meio desta orgia sadomasoquista.
Para quem pense que há
confusão quanto às escolhas, devo então repetir que este País é Sagrado, sempre
o foi, profundo nas suas raízes e culturas ancestrais como qualquer outro País
que traz ao colo um Povo inteiro unido, sabe o que quer, tem carácter formado e
maturidade, caminhando até hoje com a dignidade que o mundo reconhece.
PARA QUÉM TENHA A
GUINÉ-BISSAU NAS MÃOS OU NA PONTA DO LÁPIS, PEDIMOS MUITA ATENÇÃO E CUIDADOS
ESPECIAIS A TER COM O SEU POVO, SEUS VALORES, USOS E COSTUMES, QUE O CHÃO
AGRADECE!
Hoje sentimos fugir o
aparelho mental da Guiné-Bissau para fora do seu território, uma sensação
estranha, é como ter um carro telecomandado, vendo tudo programado para ser
activado, pomos o motor a trabalhar com a ajuda de um “clíc”, substituímos a
nossa reflexão, sabedoria, experiência cultural e, acomodamos programados a
partir de objectivos desta substituição, e somos usados por estranhos que não
se sabe quem são, e a mando de quem estão. Mas trazem o comando nas mãos para
fazerem de nós o que bem lhes apetecer e na hora que escolherem.
Esta autonomia do Estado da
Guiné-Bissau vai ser difícil de recuperar, mas não é impossível, sobretudo
quando sistematizarmos os passos que temos que dar e em sintonia, rumo ao
progresso sustentado.
O patrão simbólico que
temos na cabeça e que nunca aparece ao vivo ou fisicamente, está na mente de
determinadas pessoas que defendem os direitos conquistados ou a conquistar para
estes senhores do dinheiro.
O que quer dizer que alguns
de nós vendem as nossas riquezas, mas com ideias que vêm de fora, porque
adormecidos, andam atrás de migalhas desses patrões, deixadas por distracção e
não como um pagamento justo naquilo que é do Povo.
Isto é demais, sei que é um
acto levado a cabo com “luvas”, o que permite fazer sem sujar as mãos, mas
outra coisa estranha é fazer sem saber que está fazendo ou com quem se está
“enrolado”. Por exemplo receber uma comissão sem saber da raiz do dinheiro. Há
muita matéria em que vivemos a sonhar acordados, somos guiados pela programação
economicista, preparada para extorquir, matar se for preciso, abrindo caminhos,
como quem derruba árvores para fazer o seu próprio negócio.
Este perfil das negociatas
que se fazem sem olhar os meios, colocando mais filhos da Guiné diante do
“bisturi”, sujeitados à acção cirúrgica dos psicopatas da relação comercial,
neste caso os senhores do dinheiro, à espera de oportunidade para entrar e
implantar o “aspirador”, que chupa até ao tutano o nosso rico País.
Estes rótulos de:
“narco-Estado” e “esquizoEstado”, são dois nomes falsos que não têm nada de bom
para a Guiné-Bissau, ambos os conceitos têm em comum uma noção de divisão entre
pessoas que são dirigentes num País, e acontece uma cisão entre ambos. Dando a
ideia de um País fendido em dois, um País com dupla personalidade, separado em
dois, há uma voz dentro da cabeça e uma segunda voz fora dela, o mesmo que
dizer que o Governo de Transição seria a voz dentro da cabeça, enquanto a voz
do regime deposto se encontra fora da cabeça (fora do País) a falar sozinha no
exterior.
Mas a voz que governa o
País é uma voz mais forte, mais persistente, que está dentro do corpo actuante
e no terreno (governo de transição).
A outra voz tenta, de fora,
fazer-se ouvir (governo deposto), parece por vezes delirante e ausente,
flutuando pelos palcos políticos de alguns Países amigos, arrecadando promessas
de apoios em ajudas materiais, no futuro.
Tudo isto faz parecer que
estamos diante de um Estado dividido em dois, cada metade com a sua boca,
dizendo o que lhe apetece afirmar, se dantes era difícil perceber os políticos
Guineenses, agora nem no divã de Freud compreenderão rapidamente a razão deste
conflito.
Aconselho aos que estão fora
(lideres do regime deposto) a falarem para dentro, mas que sejam mais directos,
olhos nos olhos e sentados com o Governo de transição, já faltaram mais dias, e
cada vez serão menos, então, tentemos descobrir um mediador capaz, que seja
aceite pelas duas partes deste conflito e num País neutro sentarem e
conversarem sem complexos.
Estas duas versões activas
de liderança neste conflito político cansam. Temos um governo deposto que teima
em “governanças” e na versão ficcional ou online, apoiados por ferramentas fora
do País, vão falando com amigos do exterior, mas, no entanto, teimam num
autismo da comunicação e postura arrogante, em não partilhar directamente as
suas ideias com o governo de transição que afinal está a governar na
Guiné-Bissau.
Sabendo que não têm terra
firme debaixo dos pés, sendo “reis” sem reinado, agem paradoxalmente em tudo,
num faz de conta que não se sabe como vai terminar esta cena, bom não vai ser,
e desta vez podemos vir a ter confrontos em vários palcos espalhados pelo
mundo, fazendo sempre aquilo que estamos infelizmente “programados” a
concretizar friamente. Como um comportamento cirúrgico entre pessoas com os
mesmos interesses materiais, cumprimos às vezes o nosso instinto de maldade
entre Guineenses, a morte, que desta vez poderá não “golpear” só os filhos que
estão dentro do País, mas espalhar para outros pontos do mundo onde houver
focos de conflito acesos, por haver muita raiva espalhada por vários palcos e
“teatros”, ainda sem operação montada, mas que não falta quem o pretenda
montados quanto antes, e a caminho do alvo perigoso, derramamento de sangue.
Aqui deixo mais uma vez esta pergunta, será que caminhamos inconscientemente
para uma guerra?
Se nada mudar vamos ter um
mau prognóstico para o desfecho desta sessão e,
por motivos óbvios, mais desgraças, com mais umas etapa cíclica para
nova tentativa de reconciliação, com possibilidades de sucessos ou novos erros
neste processo de maturação política democrática do Estado da Guiné-Bissau,
ainda temos de comer muito sal para amadurecer de vez.
Até hoje ninguém faz nada
com objectividade para se resolver este impasse, o que parece doentio mantermos
este autismo na comunicação, com vozes que não entram em diálogo senão para dar
tiros nos pés, como alguns que no fundo só lutam para se instalar
favoravelmente na opinião pública internacional, para ganhar um passaporte de
livre circulação, mas deixando para trás o único caminho directo a percorrer
rumo ao diálogo que faz falta, o de falar directamente com o Governo de
transição.
Se não acontecer já, só
será após os doze meses deste mandato, pensem nisto porque vale a pena quebrar
esta birra politica.
Este conflito tem alastrado
conquistando novos terrenos, já os líderes políticos, empresários e as forças
vivas, também estão em cisão, com desconfianças mútuas nos assuntos de Estado.
Por influências há uma falsa consciência democrática, talvez por ausência de um
período suficiente de prática em democracia estável no País, que são um reflexo
do agir e pensar isolados, por falta de coerência entre o pensamento e acção,
pois há uma rotura inconsciente com os princípios e regras Institucionais de um
Estado de Direito, o que ofende uma concepção de valores e ideais da Nação
Guineense, tudo isto faz com que estejamos perante um fenómeno de
“esquizo-Estado” neste momento.
Vamos parar com tudo isto
camaradas, é um pedido gritante do Povo, vocês sabem e bem o que tendes que
fazer para mudar as peças deste jogo de xadrez cansativo e pouco gratificante.
Há que proclamar o culto de
honestidade e isenção no exercício de cargos públicos, porque alguns,
acreditando que o tolo é quem reparte e não fica com a melhor parte, são
influenciados para o desvio de regras de protecção do tesouro de Estado.
Parecendo que há um roubo
expectante na cabeça de alguns lideres, e por isso na maior parte das vezes
quem governa ou governou, vemos logo pelos sinais exteriores de riqueza, o seu
novo “estatuto” do cidadão recheado, atraído pelo enriquecimento fácil.
Uma manipulação efectiva
pelo poder do dinheiro, que testemunham uma disfunção comportamental como
tendência para o enriquecimento indevido. A começar em certos líderes logo na
primeira oportunidade que têm para o exercício de um cargo no Estado ou no
governo, condição vista por muitos como a oportunidade única de enriquecer e de
tirar toda a família de dificuldades materiais, num País já de si débil do
ponto de vista económico, em que o Estado é quase o único empregador, e tudo
isto tem favorecido a corrupção e lutas pelo poder na procura de um lugar ao
sol.
Tudo junto, tornam estas
realidades latentes como um motivo de exploração obvia, sendo vitimas um Povo
nas mãos de líderes que são corruptos, revelando por isso uma urgência da
necessidade de mudança deste perfil político nos jovens políticos de futuro.
Acabar com isto só é
possível num processo transparente, que zele pela meritocracia na sociedade,
com abertura politica para os projectos de desenvolvimento sustentado, numa
justiça social isenta e sem pré-conceitos.
Com tantas preocupações
para resolver até hoje, só vemos um governo sombra fora do Pais, que tentamos
compreender o que faz de bom na Diáspora para a Guiné-Bissau, o País real (já que estão fora), mas confesso
que é muita areia para a minha camioneta, o meu tóca-tóca cansou-se do excesso
de carga e tem os pneus a arrebentar, vou esperar de pé por melhores dias,
porque acredito que os homens se vão entender quanto antes.
Vivemos esta ficção como
estando a sonhar acordados, cruzando-nos uns com os outros, do Rossio aos
recantos online, afinal estamos juntos outra vez na terra do bacalhau, mas com
certeza que desejamos um caldo de “kákry” com limão e malagueta da terra, como
tira gosto.
Parecemos todos vindos de
uma noite longa de reuniões sem sentido, com trocas de copos e sabores, entre
curvas de um abraço apertado ou aperto de mãos, saudações e uns recados para
passar, mas que fazem todo o sentido neste sonho, para serem analisados com
preocupação experimental.
Quando acordamos, muitas
vezes preferimos o retorno ao sonho, parecendo-nos menos doloroso ou que a
felicidade é mais intensa, porque a consciência por vezes está triste e dói
muito, espero portanto que tanto no sonho como na realidade, Guiné-Bissau seja
feliz um dia.
…/
NÃO HÁ PAZ SEM TOLERÂNCIA
SOCIAL, PENSE NISTO!
Djarama. Filomeno Pina.
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Samuel