Com
lágrimas, suor da vida dura e memória de sangue das vítimas da ditadura no
mundo, vivemos ouvindo vozes proclamando necessidade de mudança deste regime
político, convictas que estão e dispostas a recomeçar vida nova, a não repetir
os mesmos erros, corrigindo barbaridades cometidas no passado, e evitar andar
com os pés a um palmo do chão, mas com firmeza caminhar sem hesitação rumo à mudança
para uma vida mais justa e sem exploração, mudando o que está mal e mantendo o
que for o melhor e mais justo para todos, a liberdade, a igualdade de direito,
paz e segurança de cidadãos livres, asseguradas pelo Estado de Direito.
Esta
esperança renovada, ainda que frágil, levantou âncoras, quer ver modificado quase
tudo, e como se não bastasse, enterrar fundo esse machado de guerra das
ditaduras contra o Povo e reprovar a sua história cheia de erros cometidos por malvadez,
roubos e crimes contra a humanidade.
Erros
de palmatória cometidos por indivíduos com dificuldades básicas para a
percepção das reais necessidades do Povo, e também por incapacidade em saber
“pôr-se na pele do outro”, perceber suas dificuldades reais, as condições de
vida, dificuldades na adaptação social e, finalmente os erros, por incapacidade
de resistir à perversão e ao enriquecimento fácil, só por isso, uma ditadura é um
sistema que melhor conserva e protege corruptos e as suas interacções
criminosas por tempo indeterminado no poder.
O
que é infelizmente muito grave para o património do Estado, que é normalmente
delapidado sem pudor, abusado, explorado e roubado sem contenção ou consciência
material e política desta gravidade para uma Nação, que se vê espoliada dos
seus bens e infra-estruturas, pelos próprios filhos da “outra” e naturais da
terra, que vendem a própria Mãe sem ressentimento algum, pela obsessão ao
dinheiro, falta de identidade cultural e de valores nacionalistas em defesa do
Estado.
Erros
reincidentes que acontecem quando nos distanciamos da essência da sabedoria
humana, como o amor ao próximo, a solidariedade, a fraternidade, a inter-ajuda
e a honestidade inter-pessoal, preferindo, em detrimento destes valores, enveredar
pela cobiça, inveja, abuso de poder, o engano, a mentira, a corrupção e o roubo.
Todas
estas condições de desigualdade de circunstâncias materiais e psicológicas
entre os cidadãos, quando acontecem, qualquer Estado terá um preço difícil a
pagar no futuro, quando pretender melhorar a sua situação/condição política
perante o Povo. Dificuldades encontradas simplesmente por nos distanciarmos de
um processo de equilíbrio/reequilíbrio dinâmico no desenvolvimento do País, mas
que necessários, são uma constante único e permanente no avanço positivo da
sociedade e para os seus cidadãos.
Ditador,
este monstro maníaco com estados de espírito flutuantes entre o mal que provoca
aos cidadãos na sociedade e o medo pessoal da sua própria sombra, sendo ao
mesmo tempo vítima dos próprios crimes cometidos, que nunca conviveu politicamente
sem intenção de roubo, exploração do outro, crimes de sangue como um estado de
espírito doentio que é permanente nele.
Queremos
ver evaporados da política qualquer semelhança à ditadura, para nunca mais reencarnar
num político à frente dos destinos do Povo.
Não
queremos nunca mais nenhum sobrevivente político ditador, com vícios de
alienação política e cultural, constatadas nesta elite perversa que se alimenta
do sistema, baseados na exploração e no roubo compulsivo, espezinhando o Povo, até
chegar o dia em que pagará com a própria vida a saída inglória da cena
política.
Mas,
antes da separação, infelizmente, já fez muito mal ao Povo, com a arrogância e a
frieza desta repressão levada a cabo pelo regime, com exigências e obrigações
injustas impostas aos cidadãos, apropriando-se de tudo quanto quer, não hesitando
em tirar, matar, ameaçar e perseguir os resistentes ao regime.
No
entanto eles (ditadores) são covardes, dispostos a dar tudo para salvar a pele
quando sentem a própria vida ameaçada, quando sentem o império financeiro em
risco, quando os Bancos Internacionais não estão satisfeitos e exigem mais pagamentos
ao ditador, chantageando com o facto de serem os únicos testemunhos vivos do tesouro
roubado ao Estado e arrecadado nos seus cofres.
Bancos
que transformam o ditador numa presa fácil e submissa às chantagens
institucionais, que passam a obedecer às ordens do “padrinho”, este, que por
sua vez, controla o afilhado (ditador) ladrão, que por sua vez entrega a
própria vida nas mãos do Banco, com a fé de ser poupado de morte “súbita” e,
por isso, condicionados nesta dependência entregam quase tudo ou repartem,
ficando normalmente com a pior parte, penso, e mesmo assim, são executados
friamente, numa conspiração silenciosa que até parece, que a história se repete,
com as mesmas tintas, descritas por um punho que carimba certidões de óbito,
tendo como causa de morte quase sempre, um único sintoma, a mentira da
conspiração.
Quando
morre um ditador, normalmente seca a sua árvore das “patacas”, porque o
dinheiro desaparece, perde continuidade, apenas os banqueiros sabem do montante
arrecadado e o seu novo herdeiro.
Um
ditador é por isso submisso ao seu Banco ou banqueiro, não pensa, obedece às
regras do jogo, impostas pelo Banco.
São
estes ditadores cheios de “medo”, que matam e roubam os próprios irmãos para
satisfazerem exigências destes banqueiros sentados na neve, à espera dos
dinheiros vindos dos trópicos, os mais quentinhos, por não terem Bancos credíveis
no próprio País.
Quando
cai um ditador da cadeira do poder, antecede-o um projecto de morte anunciada, construída
a pensar em si.
Primeiro
falam, criticam e apontam o dedo, posteriormente uma “arma” à cabeça, se tentam
a independência do jogo de interesses em que se meteram, para se constituírem
como organização autónoma, aí têm sido sem excepção sacrificados publicamente,
e com tempo de antena na TV para quem quis acompanhar sem pestanejar.
Acontecimentos
seguidos como estreia de um filme que promete, este negócio virtual que vende
bem.
Quem
não se lembra das horas perdidas na cobertura televisiva com a invasão da NATO à
Líbia de Kadafy, ou na guerra do Golfo.
O
efeito subliminar deste estímulo (poderio militar da NATO), deixou uma emoção
de medo e impotência antecipada nos Países em vias de desenvolvimento, uma
espécie de submissão aos mais fortes está latente, o que é “vantajoso” (mas pau
de dois bicos) para esta máquina imperial ao serviço dos caçadores furtivos, causando
submissão no resto do mundo subdesenvolvido aos acordos e contratos
comprometedoras, elaborados pelas potências, mas com influência directa na
dependência material por tempo indeterminado do Estado em causa, que perde a
sua autonomia para assuntos internos da sua auto-gestão económica e comercial,
uma vez que passa a renegociar com o seu “protector” tudo, inclusive armas “engraxadas”
que já serviram na 2ª guerra mundial, que hoje são pagas com o petróleo, ouro,
diamante e outros minerais do Continente Africano.
Como
pode África não estar em conflito permanente, sendo um mercado bom para venda
de armas, eis uma das questões pertinentes para reflectirmos. Os grandes
negócios sempre falaram “alto”, a droga, a prostituição e venda de armas.
Não
obstante o controle dos maiores Bancos internacionais, com a sua engenharia
financeira ao serviço das máfias “(M-8)”, certa máfia sobrevive à custa de vários
Estados Africanos, que os alimenta através de depósitos milionários que os
ditadores e lideres corruptos fazem
chegar a esses Bancos, em Países estrangeiros.
Recordando
a última intervenção da NATO na Líbia, descolaram mais de vinte e oito mil voos
para despejar toneladas de bombas em poucas semanas por cima de um País soberano,
uma engenharia de destruição planeada ao milímetro, que executou o seu papel,
para logo a seguir se reconstruir tudo de novo, e por empresas que na sua maioria
têm chefias igualmente estrangeiras, o que facilita na “linguagem do dinheiro”
fazer uma síntese de onde vem e para onde vai a maior fatia desta reconstrução
da Líbia.
Testemunhamos
pela TV o poderio desta intervenção militar, os danos causados nas infra-estruturas
do País atacado, tudo mereceu “publicidade” desde a primeira hora, não deixou
dúvidas mais uma vez quanto à sua soberba orquestra militar no mundo.
Talvez
só a China de que ninguém ouve falar neste contexto, continua silenciosa e a
rastejar para onde quer chegar, sem produzir ruído inútil, mas, que tem chegado
com maior “dignidade” junto de Países menos desenvolvidos, enquanto outros,
estão a perder pé em águas rasas, influenciados por princípios ou modelos
imperialistas de ocupação e intervenção, imiscuindo-se nos assuntos internos
(política e desenvolvimento) desse País soberano tirando o proveito da sua
fraqueza material e cientifica.
Neste
campo, a China tem sido um exemplo para muitos outros Países desenvolvidos só
no tamanho industrial e tecnológico, mas, que manifestamente serão subdesenvolvidos
na sua maturidade cultural, social e política, manifestada na sua “interacção”
com África no plano económico, comercial e sociocultural.
Nas
duas últimas intervenções militar da NATO, antes tudo parece uma conspiração de
vários Países para invadir outro, quando preparam o “abate” de mais um ditador.
Tem sido este sinal de alerta antes da “matança”, através da comunicação social,
a vítima, normalmente é um País que tem petróleo, um pré-aviso destacado que
denuncia este método de invasão planeada que temos dado conta. Antes do início
de mais um teatro de guerra, tudo começa sempre com um aquecimento televisivo
da desinformação, a seguir entram a matar, já sabemos que na primeira fase
entram os aviões para bombardear até enfraquecerem completamente o alvo, e só
depois por terra, para fazerem a ocupação ou ajustar “contas”.
Este
último crime contra populações inocentes na Líbia, quase que diríamos bem
sucedido em quase cinco décadas de mandato, foi o Kadafy, apoiado por potências
mundiais, que agora chegou ao fim, como assistimos na TV, mas porquê só agora,
perguntamos nós.
Tudo
muito rápido, foi desencadeada uma perseguição para matar, capturado no lugar onde
se escondia das balas, na sua terra natal, foi arrancado e morto aos olhos do
mundo, vimos manchas de sangue no pequeno ecrã e, ao vivo, seu rosto de
despedida focado até intencionalmente e directa a memória dos homens que ficam
para contar ou registar como história este fim triste.
Um
triunfo dos adversários políticos que viam o projecto de decapitação e
silenciamento de Kadafy a chegar ao fim e com direito de antena televisiva na
sua execução.
Para
muitos Países, personalidades políticas internacionais isso foi um alívio,
porque deixou de poder vir a cobrar dívidas antigas a alguns senhores bem
visíveis no mundo da política internacional e os seus Bancos.
Como
também para outros Países amigos do Coronel, foi uma triste notícia, sim,
porque a Líbia sempre ajudou muitos Países da África ocidental e não só, é uma
potência amiga dos Países mais pobres desta área na era de Kadafy, esta invasão
dividiu a opinião mundial, embora tenha havido poucas opiniões frontais e com
isenção, pondo em causa o método usado nesta resolução e na rapidez negocial
como foi concluído este avanço da NATO.
É
a dita dura realidade de um País soberano atacado e em estado de choque depois
de uma guerra destruidora, ficando por momentos hoje, sem voz própria, no
mercado internacional, sem o controle total do seu petróleo e outros minérios.
Uma
realidade crucial desta invasão que até hoje ninguém pôs em causa o método reincidente
utilizado pela NATO, ninguém ouviu falar sequer dos prejuízos causados por esta
força, os excessos cometidos sobre um Povo inocente, e sobretudo quem devia
pagar os danos causados, se os Líbios ou esta NATO que agiu aqui como “ditadura”
das armas em plena democracia deste século, invadindo por mar, terra e ar, um
Estado Soberano, alegando motivos falsos, que não se confirmaram, temos como
exemplo a investida militar contra Saddam, onde em vez de armas químicas,
encontraram Jóias guardadas nos cofres deste Chefe de Estado, e esta heim!
Vamos
recordar que Kadafy da Líbia também era aliado dos imperialistas, mas então o
que é que falhou para esta engenharia (USA/EU) de guerra aterrar na Líbia, foram
precisos mais do que quarenta anos para perceberem que o homem é ditador, que
inteligência lenta tem mostrado esta “NATA” de polícias do mundo, fica a
impressão de que gostam deles (os ditadores) já mais gordinhos e recheados de petro-dólares,
só depois esta “caça” grossa compensa a investida militar, o desperdício de
bombas lançadas, tem custos elevadíssimos a repartir entre os caçadores
furtivos. Será uma das razões?
O
mundo com os olhos postos na Líbia, o pior foi constatar o silêncio dos
“sábios” e intelectuais impostores, caladinhos no mesmo circo desta
problemática complexa da investida atrás do petróleo e do gás natural, talvez consciências
compradas, porque ninguém falou, ninguém disse nada, até hoje.
Aliás,
todos apoiaram, directa ou indirectamente, este imperialismo blindado na sua
guerra “expansionista” pelo controle do Crude e do gás natural da Líbia, disto
já ninguém tem dúvidas. Nos Países sem petróleo, os conflitos podem existir
anos sem que ninguém dê conta, porque não vão lá como fizeram na Líbia. Não
compensa os gastos relativamente ao ganho
a posteriori, isso já percebeu qualquer um.
O
Sr. Que conseguiu fugir ficou logo depois encurralado no túnel sem saída para a
vida, era cara conhecida, o famoso Coronel Kadafy, já com uma expressão de medo
de morte estampada no rosto, mas sereno, era o contraste entre o olhar e a sua
face com o ar sério de sempre, a que nos habituou há décadas.
Aqui
era um sinal da alma prestes a abandonar seu corpo, de onde escorria naquele
olhar, angústia e dor, acontecer na morte. Vimos esse “rosto” da Líbia
ensanguentada, o rosto do homem abstracto e diferente a despedir-se, sua face registada
nas várias cimeiras de chefes de Estado, que ninguém confunde, este famoso Líbio,
que trazia com ele o aroma natural do deserto e odor intenso do dinheiro,
cheirava a negócios, vinham preparados para lidar com “camelos” e os seus compradores
astutos.
Ele
usava os mesmos métodos, eram negócios debaixo de tendas da Líbia e, chegados
de fresco, montavam o circo, uma autêntica feira de conhecimentos, de jóias
prometidas, onde se vendia magia e ficção, sentia-se na pele o poder agarrado
ao dinheiro que ninguém queria perder.
Quem
entrasse na tenda não saia de mãos a abanar, notava-se, traziam uma promessa
deste mágico líbio, seus visitantes abandonavam a tenda sempre sorridentes,
como se perdessem por segundos a “honra”, na expressão facial que contrastava
com a anterior (séria e carrancuda). Este novo olhar testemunhava satisfação e era
expressivamente fácil de detectar.
Pareciam
estar reunidos com os mesmos objectivos, o da rentabilidade financeira esperada
das negociatas políticas de bastidores, antes da cimeira, concluídas satisfatoriamente,
sem sinais de conflito político, diplomático ou outro, com a Líbia, no entanto,
uma surpresa fatal chegou dos céus, afinal nem tudo está bem, surge então uma guerra
inventada, que veio derrubar Kadafy e seu império económico, um regime político
e financeiro implantado através dos bancos espalhados pelo mundo de negócios, mudaram
de tom e ritmo, guerra que veio mudar também o curso negocial deste fóssil
cobiçado, o crude Líbio.
Ainda
temos memória deste coronel no tapete vermelho desta diplomacia internacional, umas
vezes fardado e outras envergando a sua túnica, um aspecto destoante no meio de
fatos em tom cinza ou azul escuro, exceptuando um ou outro vestido, a realçar o
encanto feminino nas lides da diplomacia internacional.
É
interessante, na fotografia de “família” todos os chefes de Estado pareciam
irmãos de sangue com o mesmo “crude” na mente, afinal falsos actores nesta
passerelle, circulando em terra firme, mas longe do que iria passar-se poucos
meses depois na Líbia, a menos de nove meses de distância da última foto tirada
em conjunto. Estavam
lá todos (Europa, América, África e Ásia), enganados na mesma foto. Ainda vejo
como se fosse hoje, o amigo Sarcozy, o especial amigo de Kadafy, de quem se
falou há tempos nos jornais, em França e, por motivos pouco dignos para um
político representante de uma Nação.
Seria
delírio pensarmos que se hoje continuasse tudo na mesma, com Kadafy vivo e a
ser julgado num Tribunal Internacional, que histórias iríamos saber deste Aly
Babá e os quarenta ladrões espalhados pelo mundo, sim, este governante teve
quarenta e três anos de relacionamentos “secretos” com Chefes de Estado de
vários Países no mundo, já imaginaram como a sua morte calou, enterrou, mais do
que o próprio corpo de Kadafy. Este filme não vai chegar nunca à TV. Talvez,
por isso mesmo, houvesse um “acordo” apressado de invasão da Líbia, que sempre
teve água no bico para muitos de nós, só Deus sabe, mas uma certeza temos,
alguns “amigos” preferiram vê-lo morto e nós assistimos a tudo, mas talvez
melhor assim do que Ele dentro de uma prisão imperialista, será?
Kadafy
era fiel aos seus “amores” e também aos objectos que fizeram história junto
dele, onde montasse uma tenda fora de casa, trazia com ele uns “quilos” de
areia do deserto, uma substituição simbólica talvez do “cordão” umbilical. Este
objecto transitivo (areia do deserto) funcionou como resistência psicológica à
separação física da Líbia, num desmame de curta duração deste “berço”, um
afastamento normalmente dedicado ao Povo Líbio (representação diplomática).
Este
homem de berço de ouro era fanático, mas também um apaixonado eterno da sua
Líbia dourada e cobiçada por reis e rainhas deste planeta.
O
País dos amores e crenças irracionais, material e financeiramente alucinantes
para muitos, que chegaram a aí permanecer como imigrantes, para trabalhar ou
fazer negócios, uma expectativa típica de quem pensa em enriquecimento rápido (fazendo
lembrar os diamantes de Cabinda ou o Crude Angolano) procura um País rico. Um
desejo típico que tem motivado muita cobiça e inveja de potências internacionais,
e quando acontece isto, significa que o País promete, causando loucuras pelos
dinheiros d’África, um síndrome que afecta muitos lideres políticos mundiais e
sobretudo da Europa e América, que não conseguem pensar Angola por exemplo, sem
imaginar as suas riquezas, o mesmo que dizer que amam, mas pelo dinheiro ou
outra condição material imaginada, é este o diagnóstico crónico da maior parte
dos Países que se relacionam com o Continente Africano.
Talvez
por isto e por outros motivos menos visíveis, haja uma tendência para a atenção
excessiva, que se nota através da comunicação social e não só, centrada sobre
Países Africanos em vias de desenvolvimento, independentemente do sucesso individual
de cada um registado hoje, desde o período pós-independência à presente
conjuntura do estado de desenvolvimento em que se encontram estes Países
Soberanos espalhados pelo Continente Africano.
Ditadores
ainda os há, então para quando uma outra “investida” para a caçada de mais uma “raposa”?
A caça grossa de mais um ditador multimilionário, porque esta perseguição tem
dado e trazido boa colheita para alguns Bancos internacionais, sabe que sim,
quem sabe.
Esta
caçada aos ditadores “recheados” ainda não terminou, aliás como já se advinha nas
cenas dos próximos capítulos. Imagino alguns “ditadores” a ficarem neuróticos e
com um registo de ansiedade extrema. Alguns apressaram as visitas aos
“padrinhos” para prestar contas ou garantir “protecção”, isto logo após a
execução de Kadafy.
Que
fazer, será que eles pensam nisto a sério, penso que não e por isso precisam
ser aconselhados a ter nova postura perante os Bancos, e agirem no sentido de
proteger os bens retirados indevidamente ao Povo, voltar a recolocar parte
significativa deste bolo de “regresso” aos cofre do Povo, antes que seja tarde
e vá parar mais uma vez nas mãos de mafiosos políticos ou Bancos criminosos.
Será
que pelo menos três dos actuais Presidentes Africanos se sentirão ameaçados
nesta altura, como potenciais estímulos de atracção para caçadores furtivos de
ditadores. Será que guardam todo o dinheiro em “casa” ou fora? Se está em casa,
fica em “família”e sabe-se do paradeiro do ”bolo”, fora de casa, ninguém saberá
mais nada, a partir de certo momento, perde-se tudo a favor dos Bancos fora de
casa.
Senão
vejamos, num exercício de memória curta, perguntamos em voz alta, onde param as
fortunas de alguns ditadores como Mobutu do Zaire, que após a sua morte, nem
aos filhos foi permitida a entrada na Suíça para exigir o “resgate” financeiro
enterrado neste Banco, até hoje, e porque assim, esta velha máxima do “ladrão
que rouba ladrão tem cem anos de perdão” tem fim à vista. Porque não devolvem
todo o dinheiro ao Povo legítimo do Zaire? Porque motivo um banco estrangeiro
ficou com tudo?
Tudo
isto tem permanecido em segredo, por enquanto. Alguém sabe onde param os
dinheiros de Mubarak, onde param as fortunas recolhidas pela Alemanha Nazi,
onde param as fortunas dos barões da droga colombiana, e não só, onde param as
fortunas de Saddam Hussein, as fortunas das máfias desmanteladas ou extintas,
onde param as fortunas de ex-governantes com contas chorudas na Suíça,
Presidentes, Ministros, todos com avultados saldos Bancários, que após a morte
ou perda de lugar no “poleiro”, ficam sem a fortuna roubada ao Povo, que
representaram?
Todo
este dinheiro, do qual nunca mais ninguém falou ou fala, ficou congelado, é impossível
de recuperar pelos titulares da conta, os “legítimos” herdeiros ou até, pelos
Países que indevidamente foram espoliados durante décadas, estes sim, seus
herdeiros legítimos.
Sendo
assim, aqui jaz a honestidade de alguns Estados imperialistas nesta matéria, como
falsos moralistas, que nesta situação não são recomendáveis como bons
conselheiros para a companhia dos jovens Estados Africanos em vias de desenvolvimento,
porque eles roubam aos ladrões depois de mortos ou ainda vivos e fora do poder.
Uma vez ficando com o dinheiro nunca mais este é devolvido ao Estado Soberano.
Por isso estes Bancos deveriam ser levados à barra do Tribunal Internacional, assim
como aconteceu com Saddam, Mubarak e outros, também eles (Bancos) cometeram
crimes económicos contra os Estados, quando ficam com a fortuna de ditadores e
não o devolvem ao Povo legitimo desses Países.
As
ditaduras e as dentaduras de ferro, prontas a trincarem qualquer resistência de
políticos opositores ao regime. Deste aparelho musculado sabemos de histórias
tristes de eliminação física de cidadãos inocentes, execuções por fuzilamento,
assassinatos de políticos da oposição ao regime, perseguições, prisões sem
julgamento prévio, impunidades do sistema judicial, corrupção, ausência de
liberdade de expressão, abuso de direito, desigualdade de condições e de
circunstâncias para o cidadão comum, ausência de liberdade de acção e de
cidadania, direitos e deveres em desigualdade permanentes, abuso de poder,
instauração do medo, intimidação através da acção do aparelho ditatorial do
Estado, e assegurados pela polícia política do regime.
Uma
autêntica cegueira invadiu naturalmente estes líderes africanos, na sua maioria
Chefes de Estado, como cabeça do polvo que controlando a engenharia financeira
do País, para parte dele fazer seu depósito em Bancos no estrangeiro.
Vemos
aqui Países da NATO que apoiaram o derrube de ditaduras a permitirem crimes de
biliões ou triliões de dólares arrecadados indevidamente, “sepultados” nos
cofres destes Bancos, que nunca serão devolvidos à proveniência, ao seu Povo
legítimo. Por que motivo alguém da NATO, não levanta a voz a clamar por justiça,
a não pactuar com este crime, pensamos que não invadiram estes Países para
permitir que Bancos criminosos ficassem com a “colheita”, pois ingénuos não somos,
até porque já são reincidentes no método.
“Ladrão
que rouba ladrão”, não pode continuar a beneficiar de cem anos de perdão, i. é,
porque é pior, quem limpa friamente o sangue do dinheiro após a morte do
ditador, para a seguir fazer o seu branqueamento, apagando as pegadas das suas
fontes ou Países de origem, e ficando com tudo, como o diabo vestido de anjo e
confundido no altar continua este teatro, se não for desmascarado.
Isto
faz lembrar alguns testas-de-ferro, que ficaram com dinheiros confiados, funcionando
como cofres vivos para evitar uma denúncia obvia (sinais de enriquecimento
rápido) pelo cargo de liderança que ocupavam determinados líderes, mas que logo
a seguir à sua queda do poder, quando tentaram ter de volta o dinheiro e outros
bens, viram frustradas as suas esperanças, pois ficaram sem uma fatia sequer do
bolo desviado, também sem os documentos comprovativos, porque permitiram que o
“amigo” registasse tudo e como titular, para não levantar suspeitas, só que o
tiro depois saiu pela culatra, e uma vez caídos da cadeira do poder, estes
“amigos” aproveitaram para se impor como donos legítimos, passando de testa de
ferro ao “miolo” do polvo, enfim, são coisas nossas, que ainda um dia terão
outras tintas mais realistas a descreverem os próximos episódios num novo capitulo.
Com
este estado de espírito, vamos recordando outros episódios que marcaram o mundo
há bem pouco tempo, quando a NATO atacou novamente e destruiu infra-estruturas
de um País soberano, repito, e baseando suas certezas em afirmações que não
vieram a confirmar-se. Afinal, a montanha pariu um rato cor de ouro.
Mais
uma vez utilizou-se um método que podíamos chamar de ditadura militar,
invadiram um País, deram um espectáculo triste ao ar livre, o aparelho militarizado
e não só, atacou e destruiu, no fim deste, nem sequer justificaram o erro
crasso cometido por uma potência militar ao serviço da comunidade internacional,
a NATO.
Os
políticos utilizaram este aparelho de guerra que fez estragos incalculáveis do
ponto de vista humano, material e financeiro, mas sem contas a saldar com a
justiça internacional, porque são eles próprios os juízes do inferno a ferro e
fogo que deixaram para trás, não se tirou prova dos nove a uma conta que muitos
acham certa e justa (invasão da NATO).
Mas
a natureza tem demonstrado não estar a dormir quando se manifesta, quando está
no controle, em tempos diferentes e nos vários palcos ao mesmo tempo, vamos
tendo e vendo, outras leituras, análises, com maior clarividência do que a versão
anterior que justificou o terror desta invasão militar.
Lembramos
que Saddam Hussein, quando “crucificado” aos olhos de todo o mundo, toda a
gente “sentiu” esta execução, porque vimos a corda à volta do pescoço deste
pobre diabo, porque alguém determinou a exibição deste filme macabro, e não era
necessário, tratou-se de uma agressão psicótica gratuita infligida à distancia
pelos senhores da guerra, que deixou ficar este símbolo cruel, talvez como
forma a prevenir os actuais ditadores, o que os espera, não cumprindo determinadas
exigências políticas e económicas, uma ameaça latente deixada nesta última
aparição de Saddam Hussein, está no ar.
Toda a gente se recorda dos motivos e argumentos dos senhores
da guerra, Americanos e seus aliados, para invadirem um País Soberano, como o
Iraque, afirmando terem provas da existência de armas nucleares.
Estes falhados procuravam armas nucleares para o espanto de todos nós, depois de
destruírem um país com dezenas de milhares de voos, largando milhares de
toneladas de bombas, afinal, estes “policias” do mundo, falharam, porque em vez
de armas químicas, encontraram um tesouro valiosíssimo, classificado já como
património mundial da humanidade.
São as Jóias Assírias e Babilónicas “de” Saddam Hussein,
guardadas no seu cofre-forte, c. 4000 anos antes de Cristo. Foram encontradas
em escavações no Iraque e depositadas num cofre-forte ao invés de estarem num
local apropriado para consulta, observação e estudo, o que seria normal
pensarmos logo num Museu de arqueologia, mas assim não aconteceu.
Mas, o pior já se ouviu dizer, i. é, hoje (depois da
invasão) ninguém sabe ao certo onde se encontram estas Jóias, que pertenceram a
civilização antiga, hoje queremos todos saber qual o lugar “sagrado” para onde
foi levado e nela repousa este pesado espólio da humanidade, há que descobrir
tudo antes que seja tarde e se perca o pudor para quem dá mais, num leilão
milionário.
Ladrão que rouba ladrão, não pode ter cem anos de perdão, nunca
mais!
Bem, sabemos pelo menos que Saddam guardou tudo muito bem e
a sete chaves, não vá o diabo vender este tesouro hoje, porque ontem ele estava
seguro “escondido”, protegido nos cofres de Saddam, de outro modo teria
desaparecido há muito.
O que não seria de estranhar, basta recordarmos o que
aconteceu com o assalto ao Museu do Cairo, e onde para o espólio roubado deste
País. Também não sei.
De certeza que este espólio roubado já chegou a outros
destinos “dourados” e apetecíveis, nas terras dos quarenta ladrões haverá
sempre espaço para esconder quase tudo, já todos procuramos ou perguntamos,
ninguém descobre aquilo que está a “descoberto”, e ninguém inventa o que já
existiu, então será impossível qualquer tentativa de mudar a história acerca
deste espólio.
Uma pergunta deixo nesta reflexão, alguém sabe dizer onde
está este tesouro encontrado no cofre-forte de Saddam Hussein, pergunto e não
espero respostas, porque todos temos uma resposta na consciência. Eu
pessoalmente, conto visitar em “sonho” estas Jóias Assírias e Babilónicas, que segundo
ouvi dizer, na sua nova morada, nos Museus e colecções particulares de um
“desconhecido”, sei que estão ainda em bom estado de “conservação”, porque
aguardam por um “leilão” ainda em parte incerta, logo se verá, mas aguardamos
serenamente que o ladrão se confesse ou permita visitas guiadas, para este contacto
com a civilização antiga, esteja onde estiver este espólio, queremos abraçar
com o olhar toda a sua amplitude e conteúdos de beleza exótica, antropológica e
cultural.
Ainda
acerca de Bancos no mundo, façamos justiça a um deles, o Banco Português, Caixa
Geral de Depósitos, o único que denunciou publicamente um depósito feito em
nome da Líbia de Kadafy, num valor médio de dois milhões de Euros, penso, se
não estou em erro, para trabalhos diplomáticos deste País em Portugal.
E
mais, nunca se ouviu dizer pelo mundo fora, que outro Banco seguisse as mesmas
pisadas ou qualquer outra manifestação no mesmo sentido, só ficou esta
registada até hoje, temos entre nós um Banco exemplar, só.
Mais
Bancos em Países
Europeus , Americanos e Asiáticos haviam de manifestar, para
não concluirmos para já que o Coronel Kadafy era afinal muito “pobrezinho” ou
só conheceu este Banco Português.
Há
que devolver o dinheiro e outros bens materiais ao Povo, legítimo herdeiro das
fortunas sugadas indevidamente ao País, repor justiça, solidariedade e paz
social, só assim é possível caminharmos tranquila e infinitamente pelas
estradas que o mundo oferece, sem arrependimentos, sentimento de culpa ou
injustiças cometidas sem sentido e amor próprio entre nós.
Confiarmos
um filho a um padre que afinal é pedófilo, é similar à confiança do Povo nos
seus líderes, que afinal são corruptos, ditadores e criminosos. Também eles,
acabando por serem enganados por banqueiros ou políticos corruptos, ficando sem
nada, quando caídos em desgraças, com os Bancos guardando fortunas que começam
por ser congelados com a sua morte ou crise política no País do ditador, e mais
tarde “esquecidos” nos cofres, e logo a seguir impossíveis de recuperar pelos
legítimos herdeiros, que indevidamente espoliaram lesando o Estado em fortunas
incalculáveis.
São
estes Bancos mafiosos que agora ficaram com todo o dinheiro roubado pelos
ditadores. Bancos que funcionam como ladrões de segunda, porque não precisaram
de dar a cara em primeiro lugar no pódio, raras vezes o último a chegar é o
mais premiado, neste caso acontece ficarem com o “bolo” após a morte ou
desaparecimento da cadeira do poder por golpe de Estado, quase sempre, deixando
estes Países ainda mais pobres, abandonados à sua sorte, quando o dinheiro
roubado fica nos cofres dos Bancos no estrangeiro e os governos desmantelados.
Teima
a má sorte para estes Países que primeiramente foram colonizados e explorados
pelos colonizadores, no período pós-independência, pior ainda, só mudaram as
moscas, porque continuam explorados e roubados pelos próprios filhos, enquanto governantes
com mão de ferro, ditadores sem escrúpulos e obcecados pelo dinheiro.
Países
chupados até ao tutano, agora por último pelos Bancos criminosos, mas paradoxalmente
os mais bem conotados internacionalmente, estando espalhados por terras frias e
temperadas deste planeta, numa selva de betão armado longe de África, nesta distância
que servirá com certeza de imaginação, quando pensarmos que futuro para a
humanidade neste Continente Africano, aliás de todos nós como tudo indica, porque
a origem do berço da humanidade, só.
Mas
também servirá ainda melhor esta visão global do mundo, como termo de
comparação numa análise da evolução social do passado longínquo, cheio de
incertezas, acabando por delimitar fronteiras à régua e esquadro, nos mares,
terra e ar, que trouxe aos nossos dias Países com políticas diferentes, que vão
das ditaduras às democracias, cada um com o seu Povo, usos e costumes em
sociedade, cada um com a sua promessa de futuro prometido da boca dos lideres, esquecidos
na sua grande maioria, uns mais do que outros, de acordo com o regime político ou
riqueza material em causa (infra-estruturas e matéria prima), e um futuro
ditatorial nalguns Países, que teimam em manter o Povo debaixo de fogo,
repressão política e militar, uma tristeza.
O
direito, o dever, a liberdade, a justiça social, mantêm uma clivagem no
essencial, e por isso não se vislumbra ainda um caminho “perfeito” em democracia,
enquanto não atingirmos maturidade cultural e política o suficiente, sem exploração
humana, repressão, corrupção e outras formas de abuso de direito na sociedade,
pois então minha gente, se não há ainda nos regimes democráticos, quanto mais numa
DITADURA!
Há
que esperar sentados, com calma, porque esta travessia é mais longa do que se
pensa, passando entre curvas de um corpo territorial sem fronteiras
ideológicas, nu, sem cores partidárias, mas com pêlos brancos de tanto esperar
deitados, e agora sentados, mais convincentes e voltados para futuro, penso.
Então,
aqui vos deixo mais uma vez, estas palavras gastas, com repetições e
conjugações do léxico neste tacho de letras ou como preferirem chamar.
Sujeito-me
a várias interpretações, porque cada uma delas é importante para quem a tem,
como cada um de nós é o que é, aqui o autor “desaparece”, não está, passa a ser
o menos importante, partindo do princípio que somos “lidos” por um número
infinito de desconhecidos e igualmente intérpretes convictos das suas próprias
ideias, só e mal acompanhado, prefiro estar nisto, de pensar os meus próprios
pensamentos, só.
Tenho
um sonho, o de não dizer aqui tudo o que penso acerca deste Tema, mas se, direi
a um ditador e, só a Ele…
Um
abraço Guineense a todos. Djarama. Filomeno Pina.
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Samuel