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sábado, 15 de junho de 2013

OPINIÃO: O ELOGIO DA IN (DIFERENÇA), CHOVEU NO MOLHADO.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...



Por vezes pensamos menos para nos adaptarmos a determinados estímulos que aparentam um desgaste explícito causado pelo uso excessivo, entendemos que não adianta reflectirmos mais sobre os mesmos sinais, tendo a sensação que tudo será como dantes, já não pensamos mais, achando que não vale a pena, arrumamos tudo para um canto, como quem cospe para o lado.

Só que, depois, com o tempo, não se sabendo como, alguns estímulos “crescem” de novo longe da vista e ganham forças, temos como exemplo os ex-dirigentes dos sucessivos Governos da Guiné-Bissau que, de tanto os vermos diante dos olhos, ao longo de anos, estando associados a um passado e presente menos bom da história do desenvolvimento do País, são hoje reconhecidos à distância como um estímulo desgastado nesta convivência pacífica com o poder do Estado.

Chamo a atenção para o facto desta observação não estar a ser personalizada, não se tratando de pessoa, A, B, ou C, mas sim no âmbito geral deste núcleo de poder ao longo dos tempos. Sentimos que os ex-dirigentes, na sua maioria, já não atraem o suficiente para mobilizar uma participação massiva de Guineenses, com o objectivo de resgatar o País da crise. Muitos de nós parece não querer admitir esta realidade dos que insistem em chover no molhado, sem abrirem mão do poder e partilharem, com a participação de independentes e outros, Guineenses espalhados pelo mundo.

Há que reconhecer esta desconfiança generalizada dos cidadãos para com os seus “clássicos” dirigentes, este símbolo que “guiou” os destinos do País até hoje e fracassou sem dúvida o Estado da Guiné-Bissau, esta realidade é um facto incontornável a termos em conta na nossa história política nacional.

Daí que, haja necessidade urgente de novas politicas e com maior abertura selectiva ao mundo moderno, a começar pela mobilização de meios humanos e tecnológicos (do território nacional à diáspora), reunir “ferramentas” imprescindíveis para esta reconstrução nacional, e será este o único percurso a tomar para sairmos da crise e continuarmos numa linha de desenvolvimento sustentado e com sucesso.

Convivemos ainda hoje com este efeito reflexo do prolongado dos erros cometidos num passado ainda próximo de nós, não deixam saudades alguns actores políticos que comandaram os destinos do País até então, “comandaram” mas sem um projecto sustentado. Tudo se começou (projectos), quase tudo terminou sem êxito ou com pouco e sem continuidade, pois tudo o vento levou, pense nisto.
É a ideia que fica, custa a acreditar, mas creio que não estou a incorrer numa falsa conclusão por falta de dados.

Alguns que têm governado o País, continuam a entrar e sair de sucessivos governos ao longo de décadas. Porque quando são afastados continuam esperançados em voltar a dirigir este mesmo “barco”. Esperando à sombra por novas oportunidades para o dirigirem, obcecados pelo poder e compulsivos perante este desejo.  
Talvez fora deste tacho (governo) não saibam fazer mais nada, e compreendemos porquê, sendo que, fora do Estado, se trabalha mais, havendo maior controle da produtividade, por isso, não se adaptam ao método de avaliação da rentabilidade como forma de controlar o progresso conseguido na instituição que representam.
Se no Estado há mel, a maior parte mete o dedo e chupa, só.

Pensávamos nós que alguns membros deste novo governo de inclusão/transição seriam caras novas, alguns independentes convidados para a inclusão, mas afinal preferimos mais uma vez chover no molhado, como prova da nossa memória curta.
Vemos alguns famosos do costume (tais estímulos desgastados) afectos à cor partidária e prontos a governar. O Povo vai fazendo a sua vida sem contar com os mesmos de sempre (lideres), estes estão desacreditados, sabendo que daí só estão para promessas, pedir votos e fechar os olhos à gestão danosa e continuada do País.  

Chegará o dia em que as muitas dívidas perdoadas ao País até hoje, serão na mesma auditadas (contas são contas) para sabermos o que fizeram aos dinheiros entrados ou não, dedicados à Guiné-Bissau.
Porque as dívidas quando são perdoadas a um País, trata-se de perdoar ao Estado, não às pessoas ou indivíduos que geriram mal este fundo dos cofres do Povo. Não está a ser perdoado aos que se aproveitaram com comportamentos duvidosos e geriram mal enormes quantidades de dinheiro. Vemos que alguns Países amigos perdoaram as dívidas graças a Deus, mas agora compete ao Estado Guineense, pedir contas aos nossos “gestores” de dinheiros públicos, isto é no mínimo honrar as ofertas desses Países amigos, que trouxeram até nós, apoios mais que precisos para o desenvolvimento do nosso País.  

Hoje sabemos que o País não tem dinheiro, só não sabemos, porque não se pergunta pelos milhares de biliões que deram entrada como ajudas económicas e financeiras para o Estado da Guiné-Bissau, ao longo de décadas. Qual o seu percurso detalhado. Sabemos nós que o dinheiro não tem asas, se move de um lugar para outro, tem sempre um nome a assinar por baixo, o que ajudará a apurar as responsabilidades.
Dinheiro do Povo é sagrado, devemos apurar o que foi feito dele, onde e como.

Cada um, enquanto líder no passado, com responsabilidades no desenvolvimento do País, deve pôr a mão na consciência e analisar o que falhou na gestão de dinheiros públicos, quais os erros cometidos, porque de olhos fechados ou às apalpadelas, eles atingem o alvo rapidamente, uma vez que os mesmos assinaram decisões que não foram felizes para o País, sabem o que aconteceu, o que fizeram, sabem o que falhou.
Por isso esta razão torna-se pertinente, justificando a preocupação destas dúvidas.

Sublinho aqui o seguinte, hoje parece que todos queremos ver passar muito depressa estes seis meses de governo inclusivo, damos conta de certa depressão a acompanhar todo o desenvolvimento deste fenómeno “inclusivo” deste novo governo. Um desejo que alguém chamou de “inclusão” das promessas feitas, mas que pelo formato centralizador apresentado, deixou à margem muitas qualidades, sendo que, o “centralizador” nada tem que ver com os conteúdos expectantes desta inovação pretendida pela maioria, para sairmos da crise, temos sim uma “inclusão” sem independentes/tecnocratas, que desta ainda não aconteceu, talvez brevemente.

Temos aqui apenas a “CARA-LAVADA” dum rosto igual a si próprio na fotografia antiga, velha e careca de tanto mau olhado dirigido num passado próximo, mas que ainda resiste, estão aptos a darem cartas neste arranque do prolongamento deste desafio, estipulado por mais “seis” meses.
Não havendo os “empatas” do costume (por causa da marcação de grandes penalidades), e apurados os vencedores, teremos governo todo-o-terreno, pronto a iniciar anos de trabalho pela frente (período pós eleição democrática).

Será esta uma das prioridades deste governo “inclusivo”, cumprir nos próximos seis meses de mandato, um calendário preparatório, rumo às eleições.
Preparar as próximas eleições, ao mesmo tempo inteirar-se da situação do estado da Nação, no sentido de aprofundar o diagnóstico, concluir por terapêuticas a adoptar, de acordo com os objectivos. Sendo que as eleições são de facto importantes, e nunca mais importantes do que as instituições como ferramentas do Estado, daí as duas estarem interligadas na seriedade deste trabalho.

Este governo, no tapete vermelho, já demonstrou o seu grau “discriminatório” em relação ao género feminino no exercício de cargos de liderança, acabando por excluir uma variável sexual importante, a mulher. O que traria com certeza um reequilíbrio profundo nos vários aspectos desta observação pertinente desta classe feminina na dinâmica social, i. é, dum ponto de vista cultural, da política, da motivação e da sensibilidade, para cargos públicos no geral, de maior destaque da sua presença na instituição, mas este quadro falhou, por agora.

Esta ausência e outras foram marcantes, acabou por chover no molhado a composição deste governo de inclusão (sem independentes de raiz), trouxe repetições de perfil de liderança e de nomes. Talvez esteja implícita a manutenção do tráfico de influências ocultas, nos ministérios que pretendem controlar à distância, e mais não se fez do que manifestamente esta “leitura”, preocupados com nomes identificados com partidos políticos ou com o grupo de “dinossauros” do poder até aqui na Guiné-Bissau, que movem influências e vão dando cartas à distância.
Dando a sensação de que não querem perder “ligação” ao vínculo deste cordão umbilical, por onde ainda vai pingando “mel” da abelha mestra, já cansada, que agora quer voltar única e simplesmente para a sua responsabilidade maternal primeira e prioritária, cuidar do Povo!

Esta vontade esteve desviada durante décadas, mas iniciou já o seu retorno às fontes. O que é do Povo, para o Povo volta. Disto, encarregar-se-ão os filhos (Guineenses) com a nova mentalidade de levar o “País-a-Bom-Porto”, acredita.

Por enquanto ainda temos uma “passerelle” cheia de “divorciados”, que voltaram para casar na mesma “paróquia”, com as “pastas” feito aliança, rumo ao respectivo ministério que a “distracção” lhes conferiu com maiores responsabilidades até, para durante mais seis meses, pelo menos, para mostrarem o que valem. Não se vêem os padrinhos a assinar por baixo, mas existem, com certeza, nos cantos da casa, para quem sabe, “casa velha, não faltam baratas”, esta não é excepção, penso.

Mas há mais novidades pouco felizes aqui, o facto de um denominador comum entre eles trazer o anúncio de pré-aviso de “divórcio”, marcado para daqui a seis meses, este condicionamento negativo estará sempre presente neste governo, longe de reunir consenso alargado nas escolhas efectivadas, mas que depois de muita luta e guerrinhas de bastidores, vemos os ilustres vencedores desta maratona de negociações um pouco acanhados, parecendo que lhes falta o entusiasmo natural para quem acabou de receber uma prenda nova e desejada. Será só desmotivação, ou algo mais, antevê mais qualquer coisa?

Conhecemos alguns, das anteriores pastas assumidas nos respectivos governos da época, enquanto políticos, técnicos, empresários, e também os ilustres desconhecidos/as que agora fazem parte desta equipa de trabalho, com o despedimento colectivo já marcado para daqui a seis meses.
Parabéns a todos Camaradas, foram chamados para mostrarem trabalho num curto espaço de tempo, tendo como limite as eleições marcadas para este ano de 2013.
Convenhamos camaradas, que não seja fácil, num tempo curto que pode até vir a justificar ausências nos avanços desejados (o que será compreensível), enfim, um tempo que nem para se coçarem, há-de descontar a favor dos críticos do costume (som pá pega-têssu-dê…) no bom e no mau sentido. Aliás, aqui vamos ver as habilidades e capacidades de cada um dos nomeados e, por agora, desejamos com franqueza boa sorte a todos sem excepção e um bom ambiente de trabalho, sim, porque o ambiente de trabalho tem de ser positivo, com todos os seus membros a remarem para o mesmo lado, a baixarem as orelhas ao Camarada chefe que está no leme, cumprirem todos juntos os objectivos traçados (chefe é chefe, enquanto tal) para o barco deslizar sem pequenos ou grandes obstáculos.

No fundo há esperança neste novo Governo, pelos vistos o “tempo” melhorou um pouco, as portas ainda não estão escancaradas, mas já se abriram envergonhadas, ouvimos as palavras do Dr. Portas, e de outros amigos “atrasados” na fila desta esperança que tardou, mas ela esteve sempre com muitos de nós, a puxar por ela para não fugir (como queriam alguns), e ainda bem, há que – continuar a pensar Guiné-Bissau com humildade – sem arrogância e comparações alienadas tiradas de chapa.

Esta etapa na vida do País é de extrema importância para o futuro de todos, queremos a formação de um Governo eleito Democraticamente e a seguir, um Estado de Direito forte, que o Povo merece.

Temos olhares discretos sobre alguns dos nossos dirigentes activos/inactivos, são Guineenses já conotados com a desgraça a que o País chegou, mas, convém nunca “sentenciar” nomes ou projecções de nomes às cegas, sem que sejam os factos a provar seja o que for, para isso temos os Tribunais, a justiça em Sede própria, baseada nos factos, não adivinhando culpados a partir de suposições e historietas do costume ou sem julgamento prévio, pense nisto.

Digo isto, porque a ser verdade o que acabei de citar como dúvida, haverá sempre quem queira tirar o partido, numa eventual escalada de caça às bruxas, enfim, porque cada “bruxa” presa ou morta, os seus devedores batem palmas, deixando de se preocupar com a “dívida”, que no fundo se trata de dinheiros e segredos, desviados dos cofres e dos arquivos do Estado, pense nisto.

Por conseguinte, mais do que matar, torturar, perseguir ou prender, devemos reunir condições materiais e de estratégias (investigação sob alçada dos tribunais) para recolher fundos do Estado, desviados pela corrupção deste sistema dentro do seu próprio aparelho.

Porque não é possível que em quarenta anos de ofertas económicas e financeiras a fundo perdido e com as dívidas, progressivamente perdoadas ao Estado da República da Guiné-Bissau até hoje, não se veja sequer um ou dois edifícios públicos de vulto no País, construídos de raiz, em qualquer uma das cidades do território nacional, nada. Com excepção das obras de raiz que os Países doadores, mas que não recebemos dinheiro na mão para os executar, mas sim, – chave na mão – depois de obra acabada/prontos (o estádio de futebol, pontes, parlamento…), o que nos impele ao registo de que, mais vale uma “chave” na mão do Guineense, do que grandes quantias de dinheiro para executar projectos/obras enquanto responsável, será (sem ofensa).  

Perguntamos o porquê disto, para onde foi ou está investido todo esse dinheiro (quantias astronómicas de milhares de biliões de dólares ao longo de quarenta anos …), porque na Guiné-Bissau não temos expressão física quase nenhuma, que justifique a aplicação duma engenharia financeira de gastos ou a aplicação, ao longo deste tempo, nas obras públicas por exemplo, perguntamos, o que é que aconteceu este tempo todo com o dinheiro público?

Pensar os erros, Camaradas é pensar incluindo todas as variáveis possíveis, aqui falamos dos dinheiros do Povo, que foram mal gastos ou simplesmente desviados. Os entendidos nesta matéria têm a palavra, para ajudarem no entendimento e na análise esperada, desta conjugação de factos apontados.

Digo tudo isto, com o objectivo de pensarmos os nossos próprios erros cometidos nestes quarenta anos que, progressivamente, estagnaram o País, parando este comboio gigante, fora das linhas, neste momento.
É muitíssimo séria esta situação a que chegou a Guiné-Bissau (sem dramatizar), o Estado merece urgentemente de continuadores capazes de demonstrar, na prática, a importância dum modelo democrático activo operando no País. A lei da transparência é a única capaz de iluminar a vida do cidadão comum num Estado de Direito, através das suas instituições públicas e privadas.

Penso que um próximo governo no País, terá como uma das suas prioridades eliminar muitas dúvidas aqui colocadas, optando por um perfil organizacional diferente para a liderança do aparelho de Estado, sem esta monotonia de fidelização partidária constante.
Abrirá as portas a independentes, tecnocratas e outros, igualmente competentes, mulheres e homens preparados, para vencermos todos os obstáculos que determinaram esta paragem obrigatória do País.
Penso que será possível, a curto prazo, avançarmos com um modelo diferente nas opções políticas, se os nossos futuros dirigentes assim o entenderem e mudarem de rumo ou de caminho a seguir, para tratarmos de vida nacional com todos os Guineenses sem excepção ou pré-conceitos à partida

Camaradas, aqui vos deixo mais uma reflexão que partilho na Guinendade, com todo o gosto, podem não citar o autor, mas serei sempre o único responsável por estas palavras, com total liberdade de expressão …, saudações fraternas.


Djarama. Filomeno Pina.

Ernesto Dabó revelando a Guiné-Bissau pelo mundo na sua voz inconfundível: 


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Samuel

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