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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cuba: Sob o olhar de todos...

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


fotos: terramagazine.terra.com.br

Por: David Brooks

“DEIXEM de vigiar-nos”, foi o lema de milhares de estadunidenses que se manifestaram em Washington, bem como as mensagens dos últimos dias, vindas da Alemanha, Brasil, França e o México. O governo secreto está sob o olhar de todos e perante isto se revelam os perigos dessa parte do poder que opera às sombras.
A partir de que Edward Snowden divulgasse e demonstrasse a existência dum aparelho em massa de espionagem dos Estados Unidos sobre os povos e governantes do mundo, através da exemplar valentia dos jornalistas Glen Greenwald e Laura Poitras (entre outros) e do jornal The Guardian (e depois mais uns quantos meios), parte do disfarce democrático de Washington caiu, deixando ver por o que está atrás da máscara.
Acontece que o governo de Barack Obama, que do início disse seria o mais transparente da história, tem muito que ocultar não só aos seus inimigos, senão aos que dizem que são aliados e parceiros, bem como ao seu próprio povo.
“Se você vê algo, diga algo”, tem sido o lema desde 11 de setembro: isto é, todos são suspeitos. De repente, o mais sagrado na retórica oficial deste país — os direitos e liberdades do indivíduo perante o Estado, que o poder do governo se exerce com autorização dos governados — subordinou-se ante uma ameaça que se caracteriza como constante, brutal e permanente. Foram esquecidos os conselhos dos pais fundadores, como o de Benjamin Franklin: “Aqueles que são capazes de ceder a liberdade essencial para obter um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança”.
Em nome da segurança nacional iniciaram as guerras mais longas da história do país, ampliou-se um aparelho de segurança interna e desenvolveram-se programas de espionagem e operações secretas em nível mundial, talvez sem precedente. O sempre existente governo secreto virou governo super-secreto, com grandes programas de assassinato seletivo, sequestros clandestinos e, como é sabido agora, uma vigilância em massa, de tais proporções que possivelmente este comentário seja visto por algum espião antes de ser revisto pela equipe editorial deste jornal.
O governo de Obama e políticos de ambos os partidos, que justificam e defendem a espionagem em massa, não se cansam de repetir que estes programas são vitais para a luta antiterrorista. Por exemplo, nas últimas semanas o governo tem repetido que estes programas permitiram anular 54 complôs terroristas. Contudo, uma reportagem de ProPublica, agrupação de jornalistas de investigação, conclui que não existe evidência para verificar a afirmação e, de fato, os mesmos funcionários admitiram que não é precisa, apesar de difundi-la de maneira constante. Isto se repete em outros aspectos do que se está revelando.
Quando lhe pediram verificar sua afirmação de que todos os programas são legais, mediante autorização judicial e supervisionados pelo Congresso, o governo argumentou inicialmente que não podia oferecer provas da autorização judicial porque as decisões também são secretas. Ainda mais, legisladores se queixam de que não é possível que supervisionem operações secretas, pois não contam com os detalhes.
Mais recentemente, o governo insistira em que seus programas de inteligência são similares aos que fazem todos os países. Contudo, ainda não se sabe de programas de vigilância em massa da população estadunidense, nem de sua cúpula política, por parte de países como a Alemanha, Brasil, França ou o México.
Ao mesmo tempo, nestes dias tem sido muito difícil para o governo justificar sua espionagem às cúpulas políticas de países aliados, como parte dum esforço antiterrorista (será que Merkel, Rousseff, Hollande e Peña Nieto são suspeitos de algo que somente a NSA sabe?
Como afirma Greenwald em seu artigo no The Guardian, há alguma dúvida de que o governo norte-americano repetidamente tentou enganar o mundo, ao insistir em que este sistema de vigilância sem suspeita foi motivado por uma tentativa de proteger os estadunidenses dos terroristas?  Nossas reportagens revelaram espionagem sobre conferências para negociar acordos econômicos, sobre a Organização dos Estados Americanos, empresas petroleiras, secretarias que supervisionam jazidas e recursos energéticos, líderes democraticamente eleitos de estados aliados e povoações inteiras nesses estados. O presidente Obama e seus simpatizantes mais leais podem sustentar, com expressão séria, que se trata de terrorismo?
Entretanto, este governo tem criminalizado a difusão de informação através dos meios, e insiste em que fazê-lo seria considerado traição. As autoridades têm perseguido pelo menos sete filtradores de informação oficial revelada à imprensa, segundo a velha Lei de Espionagem, de 1917, o dobro do número de casos que o total de todos os governos anteriores.
E além do mais, têm espionado e perseguido jornalistas. Recentemente o Comitê de Proteção de Jornalistas emitiu seu primeiro relatório sobre a liberdade de imprensa nos Estados Unidos e condenou as políticas de controle de informação de Obama. O autor do relatório, Leonard Downie Jr, ex-editor executivo do The Washington Post, afirmou: “A guerra da administração Obama contra as filtrações e outras iniciativas para controlar a informação são as mais agressivas que tenho verificado desde a administração do presidente Richard Nixon, quando eu era um dos editores envolvidos nas investigações do The Washington Post sobre o caso Watergate”.
Mas dia após dia, as coisas mudam e os espiões estão no lugar onde menos desejam viver: sob o olhar daqueles aos quais antes espionavam.

fonte; granma.cu

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Samuel

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