NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Opinião: Em minha primeira coluna para o Direto da Redação, já lá se vão diversos anos, escrevi que não tenho ideologia, tenho ideais.Os ideólogos estão aí, todos os dias, torcendo os fatos para que eles se acomodem às suas teses.
Meu ideal é ver o Brasil conseguir se inscrever entre as nações do Primeiro Mundo, mas, amigos, está difícil.Nos últimos tempos as notícias tem sido mais para o lado negativo do que para o positivo. Nosso crescimento econômico estagnou e perdemos, aos olhos de nações estrangeiras, a aura de um país que se desenvolvia e poderia, num futuro próximo, vir a desempenhar um papel importante no cenário internacional.
Agora, nesta semana, chega mais uma notícia ruim envolvendo o Brasil: a de que continuamos a gastar pouco com a educação e, o pouco que gastamos, gastamos mal. No mundo atual, de tecnologia de ponta, só prosperam os países que formam, em grande quantidade, profissionais de alto nível nas áreas da ciência e da economia. Ou, se não os formam, atraem-nos como imigrantes.
Nem um nem outro é o caso do Brasil. Para só ficarmos na formação de bons quadros entre nossos jovens, vejam esta notícia desencorajadora: numa lista de 49 economias feitas pela OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Económico) o Brasil fica apenas na 38a. posição, segundo os critérios do PISA.O que vem a ser o PISA? É o Programa Internacional de Avaliação de Alunos.
Em matemática e ciências, os países mais adiantados são os asiáticos, como a China, Singapura, Japão e Coreia do Sul, os europeus como Finlândia, Suíça, Bélgica, Alemanha e Holanda aparecendo bem, e algum destaque para Austrália e Nova Zelândia. Quanto a nós, estamos atrás de Costa Rica, Uruguai, México, Chile, Turquia, Portugal, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos e outros menos votados.
Estamos a milímetros à frente de nossos vizinhos argentinos. (Mas não se esqueçam, eles têm o Papa, e sendo assim, um milagre pode acontecer). A pesquisa do PISA (um pouco mais ampla do que a lista divulgada pela OCDE) foi feita entre 510 mil adolescentes de 15 anos em 65 países. Segundo o PISA, um país deve idealmente investir 50 mil dólares por adolescente para progredir. O Brasil investe apenas 26.765 dólares, pouco mais da metade. Mas investir apenas não basta. É preciso que o investimento seja feito de forma mais equilibrada, entre escolas que atendem ricos e escolas que atendem pobres. Também neste quesito o Brasil se coloca mal. Nossas desigualdades sociais permanecem sendo um problema. Nenhuma novidade nesta notícia, é claro. Como dizia Olavo Bilac em seu poema ufanista "A Pátria": "Criança! Não verás nenhum país como este".
As crianças realmente não estão vendo.
José Inácio Werneck é jornalista e escritor com passagem em órgãos de comunicação no Brasil, Inglaterra e Estados Unidos. Publicou "Com Esperança no Coração: Os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos", estudo sociológico, e "Sabor de Mar", novela. É intérprete judicial do Estado de Connecticut. Trabalha na ESPN e na Gazeta Esportiva.
por José Inácio Werneck
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