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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Relatório diz que casos de exploração sexual por soldados são frequentes.

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Exército francês enfrenta escândalo por abuso de crianças africanas ERIC FEFERBERG/AFP
Soldado francês monta guarda junto a fila de refugiados à espera de abrigo na igreja de Boali, na República Centro-africana, em janeiro de 2014Foto: ERIC FEFERBERG / AFP

Nações Unidas - Soldados das Nações Unidas ofereceram dinheiro e bens materiais a centenas de mulheres em troca de favores sexuais no Haiti e na Libéria, denuncia um relatório interno da ONU.

A experiência de missões de manutenção da paz das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) e na Libéria (UNMIL) "mostra que estas trocas de natureza sexual são comuns e não são suficientemente denunciados", diz o documento dos serviços de controle interno da ONU (OIOS). O relatório, datado de 15 de maio e ainda confidencial, foi obtido pela AFP e seria publicado em sua forma final na próxima semana.

Tal como indicado no relatório, 231 mulheres haitianas afirmaram ter tido relações sexuais com soldados da paz em troca de serviços ou bens materiais (sapatos, roupas, telefones celulares, computadores pessoais, perfumes).

Para as mulheres nas zonas rurais, "a fome, falta de moradia e privação das necessidades básicas e medicamentos" foram os principais fatores que levaram à prostituição.

Outra pesquisa realizada em Monrovia indica que um quarto entre 489 mulheres, com entre 18 e 30 anos, "realizou transações sexuais com capacetes azuis, geralmente por dinheiro."

Trata-se de uma flagrante violação das regras da ONU, que assegura praticar uma "política de tolerância zero" em relação ao abuso sexual em suas missões e "desaprova fortemente relações sexuais" entre membros das forças de paz e as pessoas que eles protegem.

Este é um problema recorrente 10 anos após o lançamento pela ONU de uma estratégia para combater o abuso sexual em suas missões, que reúnem cerca de 125 mil pessoas no mundo.

Quatro das 16 missões de paz da ONU são particularmente afetadas, de acordo com o relatório: Haiti, República Democrática do Congo, Libéria, Sudão e Sudão do Sul.

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