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sábado, 19 de setembro de 2015

Analistas pedem medidas firmes para pôr fim à tensão em Moçambique.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

É preciso obrigar o Governo e a RENAMO a encontrar "caminhos acertados" para pôr termo à tensão política, defendem especialistas, depois dos vários apelos para uma investigação sobre o ataque à comitiva de Dhlakama.

O líder da RENAMO, Afonso Dhlakama (esq.), encontrou-se com o Presidente Filipe Nyusi em fevereiro, em Maputo.

Missões diplomáticas acreditadas em Moçambique apelaram à realização de uma "investigação célere" do ataque contra uma coluna em que seguia o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama. O epsiódio teve lugar no sábado (12.09) em Chibata, quando a comitiva regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.
A RENAMO atribuiu a emboscada a elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) das forças de defesa e segurança moçambicanas. A polícia negou o envolvimento no ataque. A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, classificou a emboscada como uma "simulação" do maior partido da oposição.
Os apelos das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique são fundamentais para a solução rápida da tensão política que o país vive, defendem analistas, que, no entanto, divergem quanto aos resultados destas exigências.
Por um lado, receia-se que, devido à complexidade do problema e a escassez de fontes que permitam o apuramento da veracidade do ocorrido o assunto termine em meras trocas de acusações.
Apelos não chegam
As acções da comunidade internacional perante a tensão política que Moçambique vive são "demasiado suaves", considera Domingos do Rosário, do Departamento de Ciências Políticas da Universidade Eduardo Mondlane. "Se a situação chegou onde está hoje, eles também são responsáveis. Porque tinham muitas formas de travar a maneira como este país foi governado durante muito tempo. Eles bateram palmas porque também beneficiavam desse clientelismo", critica.
O académico defende que, mais do que simples apelos, a comunidade internacional deve encontrar caminhos para influenciar os atores políticos, com vista a ultrapassar o principal problema: a exclusão social e económica que ainda prevalece no país.
"Essa solução passa por a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a RENAMO sentarem-se e falarem seriamente", sugere. "Como disse o porta-voz da FRELIMO, como é que dentro da própria FRELIMO há dois movimentos contraditórios? Não há reconciliação nacional porque a reconciliação nacional não é um discurso, é uma prática".
O analista Egídio Vaz acredita que o Governo, liderado pela FRELIMO, dará ouvidos à chamada de atenção dos diplomatas e de todas as vozes que se levantam contra a intolerância política e a guerra no país. "É um apelo direto ao Governo, mas também um apelo indireto à RENAMO para que, dentro das suas possibilidades e a todo o custo, continue a preservar a paz e que cinjam o jogo democrático dentro do quadro legal".
Encontro entre Nyusi e Dhlakama
Dércio Alfazema, do Instituto para a Promoção da Democracia, acredita também que o Governo irá ceder à pressão das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique, mas sugere uma intervenção mais firme de toda a sociedade para pôr termo a esta instabilidade.
Joaquim Chissano (esq.) e Afonso Dhlakama assinaram o Acordo Geral de Paz a 4 de outubro de 1992
"Perante a situação que estamos a viver, não precisamos de culpados. Precisamos é de soluções, de encontrar saídas. E ninguém melhor do que os dois que estão diretamente envolvidos nisso para trazer esta solução e buscar algum tipo de consenso", sublinha o especialista.
O encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, continua a ser a porta para a solução desta instabilidade, sublinham os analistas.
O ex-chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano já se mostrou disponível para mediar um encontro entre os dirigentes políticos, a quem apela para que aprendam a gerir conflitos. Em 1992, em Roma, Chissano assinou com Dhlakama o Acordo Geral de Paz que pôs termo a 16 anos de guerra civil em Moçambique.
#dw.de

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Samuel

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