Presidente José Mário Vaz
A comunidade internacional apelou hoje aos líderes da Guiné-Bissau para que sejam "mais razoáveis" na forma de verem os problemas do país, há dois meses sem Governo, indicou aos jornalistas o representante da União Africana (UA), Ovídio Pequeno.
Pequeno foi o porta-voz
dos diplomatas e representantes da comunidade internacional sediados em Bissau
que hoje se encontraram com o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, para
abordarem a situação política no país.
O chefe de Estado deu conta do processo
de formação do novo Governo, que se encontra num impasse entre o Presidente e o
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das
últimas eleições legislativas.
"É preciso que as partes venham ao
diálogo. É preciso que haja um sentido mais razoável de ver as coisas" sem
extremar posições, porque, "no fundo, o que está em jogo é o interesse da
República da Guiné-Bissau e do seu povo", notaram os diplomatas.
Segundo Ovídio Pequeno, todos se manifestaram
preocupados "em relação àquilo que se passa" na Guiné-Bissau.
"Estamos há dois meses sem Governo
e com as fragilidades que a Guiné-Bissau tem isso cria sérios problemas, não só
para as instituições do Estado, mas também para aqueles que no dia-a-dia têm
que labutar pela sua vida", observou.
Os diplomatas, que na quarta-feira
estiveram reunidos com a direção do PAIGC, pediram ao chefe de Estado guineense
para que "tudo fosse feito" para se encontrar uma solução para o
impasse.
"Aqueles que foram eleitos não têm
o direito de defraudar as expetativas que são criadas pelo povo em função
daquilo que foi votado nas urnas", observou Ovídio Pequeno.
A comunidade internacional voltou a
frisar não se poder substituir aos responsáveis e ao povo da Guiné-Bissau, mas
mesmo assim fará tudo o que estiver "ao seu alcance" para ajudar a
resolver o impasse, concluiu Ovídio Pequeno.
Depois de ter demitido o Governo
liderado por Domingos Simões Pereira a 12 de Agosto, o Presidente guineense
recusou esta semana o elenco governamental proposto pelo novo
primeiro-ministro, Carlos Correia, mas este voltou a apresentar a mesma lista
de membros do Governo para aprovação do chefe de Estado.
#expressodasilhas.sapo.cv
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Samuel