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sábado, 5 de dezembro de 2015

PRESIDENTE DE ANGOLA: Eu resolvo os problemas dos meus, a China resolve os vossos.

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O Presidente angolano afirmou, em Joanesburgo, que a China é um “parceiro imprescindível” para o desenvolvimento de África, colaboração que ainda pode ser incrementada para resolver “problemas básicos das populações”, do ensino e do combate à fome.

J osé Eduardo dos Santos, conta a Lusa, discursava na segunda cimeira dos chefes de Estado e de Governo do Fórum de Cooperação China África (FOCAC), que está a decorrer na África do Sul desde sexta-feira, durante o qual José Eduardo dos Santos já se reuniu com o homólogo chinês, Xi Jinping.
Eduardo dos Santos defendeu que a China é actualmente “um parceiro imprescindível para o desenvolvimento” africano, em função do crescimento do investimento chinês no continente.
Na base das “relações bilaterais e multilaterais”, do “diálogo permanente e da cooperação”, o líder angolano (há 36 anos no poder) afirmou que “não há dúvida que a África e a China vão realizar os objectivos fixados na estratégia conjunta”.

Contudo, apontou igualmente a necessidade de “estruturar a cooperação” em três níveis e estabelecer os respectivos instrumentos de acção: Ao nível continental através da Comissão Executiva da União Africana, ao nível de cada uma das cinco sub-regiões africanas e ao nível dos Estados-membros da União Africana através dos seus Governos.

José Eduardo dos Santos defendeu que a China ainda “poderia dar maior ajuda a todos os níveis para a resolução dos problemas básicos das populações e dos jovens”, como no combate à erradicação da fome e da pobreza ou “apoiando a agricultura familiar e a comercialização da produção conseguida”.

O apoio chinês, disse, pode igualmente passar por programas para a instalação de sistemas de produção de água potável no meio rural e na periferia das cidades, na criação de centros de formação profissional, “garantindo-se o financiamento previsível de longo prazo dos planos nacionais de educação” ou na promoção de projectos de investimentos públicos e privados, “que criem empregos e evitem a emigração dos africanos para outros continentes, ou a fuga para outros países africanos com mais oportunidades”.
“Outro domínio importante é o da produção de alimentos e da agricultura e da agro-indústria, para se garantir a segurança alimentar e o da construção de infra-estruturas, como estradas, pontes, energia eléctrica, água, telecomunicações, saúde e formação de recursos humanos que são todos elementos essenciais para a industrialização dos nossos países”, sublinhou o “querido líder” do regime angolano.

Combater a desertificação e proteger o continente das mudanças climáticas, alargar as florestas, “bem como transformar, em vez de queimar, o gás obtido da produção de petróleo” são igualmente áreas em que, para Angola, a colaboração entre África e a China pode ser reforçada.

O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou sexta-feira, em Joanesburgo, que a China vai conceder 60 mil milhões de dólares em assistência e empréstimos aos países africanos.

“A China decidiu providenciar um total de 60 mil milhões de dólares em fundos de apoio, que inclui cinco mil milhões em empréstimos isentos de juros e 35 mil milhões para empréstimos concessionais e crédito à exportação, com condições preferenciais”, disse Xi, no arranque da segunda cimeira do FOCAC), que termina hoje.

Sobre este novo plano de acção para a colaboração entre os países africanos e o gigante asiático, o presidente angolano afirmou que vai dar “um novo impulso à materialização dos consensos alcançados, abrindo o caminho para a entrada numa nova era de cooperação e progresso”.

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Samuel

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