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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

“Mesmo com guerra, Kabila será obrigado a sair”.

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A República Democrática do Congo (RDC) está mergulhada num conflito político que se tem agravado desde o término oficial do mandato presidencial de Joseph Kabila, ocorrido na segunda-feira última, dia 19.

Por Sedrick de Carvalho
No dia seguinte, 20, pelo menos 19 pessoas morreram durante distúrbios onde forças policiais dispararam contra manifestantes que exigiam a saída imediata do presidente no poder. Dados da ONU local apontam que, para além das mortes, mais de 45 pessoas ficaram gravemente feridas.
No dia 23 de Outubro mais de 20 indivíduos congoleses democráticos em Angola foram detidos quando se preparavam para protestar contra a permanência de Joseph Kabila na presidência, numa altura em que Kabila se encontrava em Luanda para participar numa reunião da Região dos Grandes Lagos.
Blaise Zimambu, congolês democrático a residir em Angola há 10 anos, falou ao F8 sobre a instabilidade política que se regista no seu país. Em 2011 esteva em Kinshasa, capital da RDC, onde foi exactamente para participar nas manifestações contra Kabila que se proclamara vencedor das eleições que aconteceram naquele ano, o início do segundo mandato presidencial que terminou nesta semana.
Em Kinshasa, Kabila nunca ganhou. Blaise Zimambu é natural de Kinshasa. Através de contactos com familiares e amigos que têm participado em manifestações, Zimambu confirma que “a situação no Congo está péssima, aquilo está mal mesmo”, tanto que “alguns amigos foram feridos na repressão policial de terça-feira”.
Zimambu afirma que em 2011 “ele já não devia governar” porque “na verdade ele perdeu” nas eleições. Kabila manteve-se no poder “porque é a pessoa que tem a força através do armamento que controla”. A Constituição congolesa determina que apenas pode ser presidente durante dois mandatos. Desde o ano passado que Kabila tem tentado alterar a lei magna do país para permitir que ele concorra ao terceiro mandato consecutivo. Para isto tem um forte aliado: o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Para além de Kinshasa, que é o centro das manifestações, Matadi e Lumbubashi são outros dois locais onde se verificam fortes protestos com violência policial à mistura.
O acordo assinado em Kinshasa para reorganização do ciclo eleitoral seguinte não é bem visto pelos populares, e Zimambu adianta que “este acordo não é bom porque o mandato dele terminou e por isso tem de deixar o poder de qualquer forma”. E “qualquer forma” significa que “mesmo com guerra os congoleses vão continuar até ele sair”.
A Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO) emitiu uma declaração na quarta-feira, dia 21, onde exige aos políticos congoleses um acordo que ponha termo à crise política antes do Natal. Muitos congoleses desejam que Joseph Kabila, o principal motivo da instabilidade, acate a exigência da Igreja Católica. Blaise Zimambu deposita esperanças nesta exigência. Questionamos o que fará se o regime congolês não cumprir, e em resposta disse: “Então em Janeiro estarei no Congo para participar nas manifestações”.
Étienne Tshisekedi, principal líder da oposição e presidente do partido União para a Democracia e Progresso Social (UDPS), declarou recentemente que o derrube de Joseph Kabila, se necessário, acontecerá pela força do povo. As declarações de Tshisekedi serviram de motivação ao povo congolês.
Em 2011, depois das eleições, Blaise recorda que Joseph Kabila cercou a casa do líder político com vários tanques de guerra em posição de disparos. Ninguém estava autorizado a sair da residência.
Perguntamos a Blaise em quem votaria caso o presidente Kabila Jr. fosse derrubado. O escolhido de Zimambu encontra-se preso – Jean Pierre Mbemba. Desde 2008 que o antigo vice-presidente do governo de transição da RDC, de 2003 a 2006, que Mbemba se encontra preso por ordem do Tribunal Penal Internacional. Em alternativa, o congolês aponta Moise Katumbi, ex-governador da província de Katanga e actualmente um dos principais adversários de Joseph Kabila.

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Samuel

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