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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Tedros Ghebreyesus é o primeiro líder africano da Organização Mundial da Saúde.

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O ex-ministro da Saúde da Etiópia foi, esta terça-feira (23.05), eleito diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cobertura universal de saúde será uma das suas prioridades.
fonte: DW ÁFRICA
Tedros Adhanom Ghebreyesus Außenminister Äthiopien (Getty Images/AFP/F. Coffrini)
Tedros Adhanom Ghebreyesus, mais conhecido como Tedros, é também o primeiro diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) que não é médico. Com 52 anos de idade e nacionalidade etíope, Tedros Ghebreyesus assumiu já as pastas dos Ministérios da Saúde  e Negócios Estrangeiros no seu país.
Na votação, que decorreu, esta terça-feira (23.05), em Genebra, e que reuniu representantes de saúde de 186 países, o etíope liderou as três rondas de votações, obtendo 133 votos na última, contra os 50 votos conseguidos por David Nabarro, médico e conselheiro especial do secretário-geral da ONU para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e as Alterações Climáticas. 
Em conferência de imprensa, na manhã desta quarta-feira (24.05), o também ex-ministro da Saúde e dos Negócios Estrangeiros da Etiópia, lembrou que, apesar da OMS ter sido criada em 1948 para que a "saúde fosse um direito de todos”, hoje, "ainda metade da população mundial não tem acesso a cuidados de saúde”. Esta será por isso uma das suas prioridades. "Quando se fala em cobertura universal de saúde, tem que se abordar as barreiras financeiras, os desafios relativos ao acesso a drogas e à qualidade dos cuidados e diagnóstico. As epidemias podem atacar a qualquer momento. Temos de estar preparados”, afirmou.
Tedros Adhanom Ghebreyesus ehem. Außenminister Äthiopien (DW/T. Woldeyes)
Na votação, que decorreu, esta terça-feira (23.05), em Genebra, e que reuniu representantes de saúde de 186 países, o etíope liderou as três rondas de votações.
Num discurso antes de se saber o resultado da votação,  o novo secretário-geral da OMS afirmou que se "recusa a aceitar que as pessoas continuem a morrer porque são pobres”. Esta quarta-feira, Tedros Adhanom Ghebreyesus,  defendeu ainda a ampliação da base de doadores da organização para mediar eventuais cortes de verba proveniente dos Estados Unidos ou de outras fontes.
Reforma do sistema de saúde da Etiópia
A OMS elogiou o trabalho de Ghebreyesus na reforma do sistema de saúde da Etiópia e o seu esforço bem sucedido na criação de centros de saúde e empregos. Durante o seu mandato de sete anos como ministro da Saúde, que terminou em 2012, o agora diretor-geral da OMS, criou 3.500 centros de saúde. O número de escolas de medicina aumentou mais de dez vezes, de 3 para 33, e provocou um aumento exponencial no número de médicos formados em todo o país. Números que contribuíram para a redução das taxas de mortalidade por doenças. As infeções por HIV diminuíram 90% e a mortalidade por malária e tuberculose caiu 75% e 64%, respectivamente.
O trabalho de Tedros Ghebreyesus na Etiópia foi também destacado pelo porta-voz da comunidade etíope na Suiça, Shimeles Bezabih, que não tem dúvidas que a "escolha de Tedros para diretor-geral da OMS foi a mais acertada". Segundo este responsável, Tedros Ghebreyesus "lutou para alcançar os objetivos de desenvolvimento do milénio (MDG´s) mais que qualquer outro país, diminuindo a taxa de mortalidade infantil e materna”, nos anos em que esteve à frente do Ministério da Sáude. Além disso, acrescenta, "quando serviu o seu país como ministro dos Negócios Estrangeiros, mostrou ser uma pessoa humilde e educada e melhorou as relações da Etiópia com o resto do mundo”.
No entanto, as vozes descontentes com esta nomeação também já se fazem ouvir. O ativista do Grupo de Trabalho da Etiópia para os Direitos Humanos e Democracia na Suiça, Kassahun Adefris, acusa Tedros Ghebreyesus de encobrir surtos de cólera no país.
"Quando era Ministro da Saúde, muitas foram as pessoas que morreram porque ele escondeu a epidemia de cólera no país. Na minha perspetiva, nomear uma pessoa que comete este tipo de erros para esta posição, é questionável”, afirmou.
O novo líder da OMS, que irá suceder a Margaret Chan, que estava no cargo há dez anos, assume funções no próximo dia 1 de julho.

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Samuel

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