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quinta-feira, 8 de junho de 2017

Há políticos, militares e empresários angolanos (ligados a sua majestade o rei José Eduardo dos Santos) que – entre outros sumptuosos excessos – gastam milhares de dólares para assistir a jogos de futebol em Portugal. Mas Angola não vive um dramático clima de crise? A crise, como todas, só atinge os escravos…

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Apesar da crise económica e financeira que afecta os angolanos, algumas figuras da elite angolana costumam alugar jactos ou viajar em aparelhos privados para assistir a grandes jogos de futebol em camarotes de estádios em Portugal.
A informação é confirmada por várias fontes ouvidas pela DW África que, por uma questão se vida, preferem manter o anonimato. Se o não fizessem chocariam com muitas das balas perdidas que vagueiam nos céus de Angola e que, por uma questão “genética”, só conseguem acertar nos inimigos do regime.
Parte dos jactos aterra no Aeroporto da Portela, na capital portuguesa, Lisboa, e aplacam no antigo Terminal Aéreo Militar de Figo Maduro. Outros vão para o Aeródromo de Tires, em Cascais. Além de Portugal, o Brasil é outro dos destinos das altas individualidades da elite angolana que viajam em jactos privados para fins diversos, revelou uma fonte militar abordada pela DW.
Um voo desta natureza para Lisboa, adianta a mesma fonte, pode custar por pessoa entre 10 mil a 15 mil dólares. De acordo com uma empresa portuguesa que presta serviços nesta área, o preço real do aluguer do aparelho Luanda-Lisboa para 14 lugares VIP, já incluindo taxas e mordomias, ultrapassa os 50 mil euros (só ida mais três noites), dependendo do tempo de estadia.
De acordo com uma das edições do “Correio Angolense”, no final da primeira Liga portuguesa de futebol, entre o Benfica e o Vitória de Guimarães, registou-se “um movimento inusitado de aviões a jacto executivos saídos de Angola”, que transportaram para Lisboa políticos, oficiais-generais e empresários, entre outros. Na altura, o Aeroporto de Figo Maduro terá recebido dezenas de aviões de pequeno porte provenientes de Luanda.
A DW quis confirmar as informações, mas recebeu uma resposta evasiva por e-mail do departamento de relações públicas daquela infra-estrutura, sob a tutela da Força Aérea Portuguesa: “Infelizmente não será possível à Força Aérea acolher a sua solicitação”.
A ANA – Aeroportos de Lisboa também não avança muita informação, referindo apenas que “atendendo à indisponibilidade de slots, o Aeroporto Humberto Delgado deixou de receber aviação executiva”. Por e-mail, a empresa remeteu-nos para o Aeródromo de Tires, em Cascais, por ser “esta infra-estrutura que tem recebido este tipo de movimentos”.
O que inquieta o ex-primeiro ministro angolano Marcolino Moco é que estes luxos decorrem numa altura em que Angola enfrenta uma forte crise económica e financeira, provocada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional.
Mas “há coisas piores em Angola”, considera Marcolino Moco. Como, por exemplo, o facto de o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, ter nomeado a sua própria filha como presidente da Sonangol, “a empresa mais importante do país, que é uma empresa pública”, frisa.
“O que é escandaloso é terem sido instituídas no país estruturas ao serviço de uma família só”, afirma o ex-primeiro-ministro, lembrando que “não é só a Constituição em si que já dá poderes excepcionais a um Presidente da República, mas sobretudo a própria prática”.
Em Angola, acrescenta, “o que há são ordens superiores” e o próprio Presidente da República “é que instituiu esse tipo de regime e então criou super-homens, super-endinheirados, super-tudo”.
Ouvido pela reportagem da DW, o nosso director, William Tonet, afirma que esta é uma prática rotineira do novo-riquismo em Angola, demonstrada por figuras ligadas ao poder. “Os novos ricos angolanos têm uma série de jactos particulares. Grande parte dos ministros não viaja em aviões de carreira quando se desloca ao exterior”, referiu William Tonet.
“E como não há essa noção do que é gerir um Estado, as pessoas acham absolutamente normal que, diante do sofrimento e das dificuldades da maioria, consigam que os bancos transfiram dinheiro para pagar sobrevoos, subestadias e tripulações, durante o tempo que eles entenderem”, lamentou o director do Folha 8.
Para William Tonet, fazer uma viagem internacional num avião particular não é de “bom tom” num país em crise e deveria merecer uma reflexão crítica mesmo no interior do partido do poder, o MPLA.
“E isto do Benfica é uma aberração quando efectivamente muitos desses dirigentes só precisavam de emprestar um pouco de carinho às equipas angolanas para o campeonato interno ser bem melhor”, concluiu Tonet.


Folha 8 com DW África

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Samuel

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