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terça-feira, 18 de julho de 2017

MOÇAMBIQUE: Negociação de paz é único ponto positivo consensual na governação de Nyusi.

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Em entrevista à DW África, o CIP considera que dizer que, nestes dois anos e meio, "o país voltou aos carris é uma falácia”. Já o analista Egídio Vaz frisa o papel do Presidente moçambicano na garantia da paz no país.
fonte: DW ÁFRICA
Mosambik Filipe Nyusi (DW/B. Jequete)
O Presidente moçambicano Filipe Nyusi completou este fim de semana dois anos e meio do seu mandato e aproveitou a data para fazer um balanço do seu trabalho. Num documento distribuído à imprensa, Filipe Nyusi mostrou-se "orgulhoso” do trabalho desenvolvido desde o dia em que tomou posse, a 15 de janeiro de 2015, e evidenciou os progressos do país em áreas como a agricultura, saúde, educação, turismo e acessibilidades. No entanto, nem todos parecem partilhar da visão "otimista” do Presidente Nyusi.
Em entrevista à DW África, Edson Cortez, do Centro de Integridade Pública (CIP), afirma que dizer que, nestes dois anos e meio de governação de Filipe Nyusi, "o país melhorou e voltou aos carris, constitui uma falácia”. Segundo este responsável, o único ponto positivo a apontar à governação de Nyusi é o "calar das armas". "Os passos que foram dados ao nível das negociações entre o Presidente Nyusi  e o presidente do partido RENAMO é um dos poucos aspectos positivos da sua governação porque, contrariamente ao seu antecessor, Nyusi mostrou maior proatividade para resolver este assunto”, deu conta.
De resto, o CIP entende que "Moçambique não está melhor e está a atravessar uma crise profunda”. E Edson Cortez dá exemplos de alguns dos problemas atuais do país: "o setor privado reclama, cada vez, mais da crise financeira que o país está a atravessar, há maior desemprego, a contestação social tem vindo a aumentar - algo que há muito tempo que não víamos que eram as greves por parte de funcionários públicos [voltaram a aparecer] -, a questão da tensão político-militar que, pese embora, tenha dado alguns passos, ainda não está bem definida”.
Discurso motivador
Egidio Vaz Historiker aus Mosambik (Marta Barroso)
Já o analista político Egídio Vaz encara o discurso positivo do Presidente moçambicano como uma forma de motivar o seu povo. "[O Presidente] quis apresentar um espírito um pouco mais positivo aos moçambicanos que já sabem que estão em situações difíceis”, deu conta este responsável, constatando, no entanto, que "Moçambique cresceu claramente pouco – apenas 1%” e que a "divulgação do relatório da Kroll também adensou o ceticismo em relação à forma como os negócios são feitos” no país.
Ainda assim, acrescentou este analista, são notórios alguns progressos. Para Egídio Vaz, "o feito mais louvável não são aqueles quilómetros de estrada ou, eventualmente, aqueles números que [o presidente Nyusi] citou. O feito mais importante é aquilo que, constitucionalmente, ele deve ao povo moçambicano, que é garantir a paz e a segurança, e isso ele tem estado a cumprir”. Destaca ainda "a forma como está a ser conduzido o diálogo com os seus parceiros internacionais”.
E as dívidas ocultas?
No documento conhecido este fim de semana, para além de frisar ter assumido "funções num momento difícil” para o país, Filipe Nyusi admite também que "existe ainda trabalho a fazer” em Moçambique. No entanto, o Presidente não fez qualquer referência ao caso das dívidas ocultas. Um facto que, aos olhos do CIP, não pode ser ignorado, uma vez que é, segundo a instituição, o que marca este dois anos de governação de Nyusi. "Não sei qual era o propósito do Presidente ao ignorar esse passo, talvez dar essa imagem otimista sobre o país na sua liderança, mas a realidade prática de Moçambique demonstra que estamos muito longe de ter feito avanços ao longos dos últimos dois anos e meio”, acrescenta Edson Cortez.
Amtseinführung des neuen mosambikanischen Präsidenten Filipe Nyusi (DW/Leonel Matias)
Filipe Nuysi tomou posse como presidente de Moçambique a 15 de janeiro de 2015
Egídio Vaz tem outra opinião. O analista considera que não "seria bom” para um Presidente da República pronunciar-se sobre um processo judicial ainda a decorrer. "Tratando-se de um documento que já tem contornos judiciários, não julgo que nem aqui em Moçambique, nem na América ou na Alemanha, seria aconselhável ao Presidente da República, que é intitulado de órgão de soberania, pronunciar-se sobre um processo que ainda está sob investigação”, dá conta.
Próximos dois anos e meio
Para o CIP, são "enormes” os desafios que o Presidente tem pela frente. Primeiro, explica Edson Cortez, "tem que trazer uma paz efetiva para o país, porque sem ela o desenvolvimento económico não será alcançado”. O segundo, "é conseguir ter um desfecho que ajude a explicar e a trazer transparência no que realmente aconteceu no processo de contração das dividas ocultas”. Para o CIP, "se não houver grandes mudanças, o Presidente corre o risco de fazer cinco anos de mandato num mandato muito difícil”.
Já para Egídio Vaz, a prioridade de Nuysi para o tempo restante do seu mandato deverá ser, não só a manutenção da paz, mas também o desbloqueio internacional. "Existe um problema imediato a resolver que é prosseguir um acordo de assistência pelo Fundo Monetário Internacional por via do qual os demais Estados que apoiam o Orçamento Geral do Estado também se poderão pronunciar”, dá conta este analista.
"Meta é paz efetiva", diz Nyusi
Para além de ter feito um balanço positivo da primeira metade do seu mandato, no documento divulgado na sexta-feira (14.07), Filipe Nyusi debruça-se também sobre o futuro. "Se na primeira metade do meu mandato me dediquei a trazer Moçambique de volta aos carris do progresso, na segunda metade deste mandato, em simultâneo, quero empenhar-me em assegurar que os benefícios do nosso crescimento tenham impacto directo e sejam sentidos por cada um dos moçambicanos. Continuaremos a investir na saúde, educação, infraestruturas, turismo e agricultura, ao mesmo tempo que combatemos vigorosamente a corrupção e todas as suas manifestações", afirma.
O Presidente moçambicano afirma que o seu Governo continuará "a encorajar os investidores estrangeiros e potenciais parceiros a apostarem em Moçambique".
Nyusi afirma ainda que "através de um diálogo franco, aberto e sem preconceitos com todas as forças vivas da sociedade, incluindo a RENAMO, temos conseguido uma paz relativa, rumo à consolidação de um ambiente de concórdia e reconciliação entre os moçambicanos. A nossa meta é uma paz efetiva e duradoura"..

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Samuel

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