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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Luka Modric: as duas faces do melhor futebolista do mundo.

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O médio croata venceu o prémio "The Best" da FIFA para a temporada 2017-2018, pondo assim um fim à década de vitórias sucessivas de Ronaldo e Messi. Na Croácia, há quem o adore e o odeie. A DW explica porquê.

fonte: DW África

FIFA The Best Wahl | Luka Modric und Marta (Reuters/J. Sibley)

Não tem tatuagens, nem gel no cabelo. É discreto, mantendo a sua vida privada fora dos holofotes. Luka Modric não parece um jogador destes tempos.
Com apenas 1,72 metros de altura, o capitão da seleção croata, é tímido. Passa bem sem dar conferências de imprensa ou entrevistas. Para ele, falar de si próprio não é tarefa fácil. No entanto, dentro de campo, é ele quem manda.
"A guerra e a vida no campo de refugiados tornaram-me mais forte", disse ele, no passado, numa entrevista quando falava sobre os seus primeiros anos de vida durante a Guerra da Independência da Croácia. Algo que certamente o tornou mais forte perante a concorrência na luta por um lugar no Real Madrid. "El Pony", como é conhecido pelos seus companheiros de equipa, usa a camisola número 10 no Real - um sinal de apreço pelas suas conquistas. Modric é um jogador com técnica. A sua marca pessoal: os poderosos passes de 30 ou 40 metros com a parte exterior do pé.
"O melhor jogador croata de todos os tempos"
O atleta de 33 anos é um jogador forte e incansável, está constantemente em movimento. Apesar da sua estatura pequena, o seu toque de bola chama a atenção, assim como a sua excecional visão de jogo.
A vitória de segunda-feira (24.09) é apenas a mais recente de uma série de distinções individuais que o médio do Real Madrid recebeu este ano. Tendo levado a Croácia à final do Mundial de Futebol na Rússia, onde perdeu com a França, Modric foi agraciado com a Bola de Ouro. Anteriormente, há algumas semanas atrás, tinha sido eleito o Melhor Jogador da UEFA na Europa.
Fußball WM 2018 Gruppe D Kroatien - Nigeria (Reuters/F. Bensch)
Recentemente, Modric foi eleito o Melhor Jogador da UEFA na Europa.
"Luka não é apenas o nosso melhor jogador de agora, ele é o melhor jogador croata de todos os tempos”, afirmou, durante o Mundial da Rússia, o seu colega de seleção Ivan Rakitic, atualmente a jogar no FC Barcelona. Modric convenceu todos os céticos, incluindo os do seu próprio país. Ele jogou muito bem, como se tivesse esquecido a "tempestade” que caiu sobre ele por causa das acusações relacionadas com o seu alegado falso testemunho no processo judicial contra Zdravko e Zoran Mamic. Esta é a outra face da vida de Luka Modric.
Nuvens negras
No testemunho que deu no início deste ano, Modric foi questionado acerca das circunstâncias da sua transferência do Dinamo Zagreb para o Tottenham, em 2008. Primeiramente, o médio do Real Madrid disse que tinha aceite um acordo em que o então diretor executivo do Dinamo, Zdravko Mamic receberia taxas adicionais de transferência para beneficio próprio.
Mais tarde, Modric negou esta versão, dizendo que não se lembrava dos detalhes dos contratos em questão. Se ficar provado que cometeu perjúrio, o "The Best" da temporada passada pode enfrentar até seis anos de prisão.
O caso está a ser julgado no tribunal de Osijek, que deu como provado que os irmãos Mamic foram responsáveis pelo desvio de cerca de 15 milhões de euros e fuga ao fisco em cerca de 1,6 milhões de euros. O principal réu, Zdravko Mamic, também conhecido como "padrinho do futebol croata" evitou a ida para trás das grades, pois fugiu para a vizinha Bósnia.  A sentença final não saiu ainda.
Kroatien | Fußballer Luka Modric der Falschaussage beschuldigt (Getty Images/AFP)
Luka Modric alterou o seu testemunho no "Caso Mamic"
O capitão da seleção nacional é adorado por muitos na Croácia, mas as suas idas a tribunal fizeram com que perdesse algum desse afeto. Muitos fãs estão desapontados. Não só não conseguem entender a sua "perda” de memória no caso Mamic, como também não aprovam os seus laços duvidosos com o "padrinho" do futebol croata.
Um dia após a reviravolta no julgamento de Mamic, consequente da perda de memória de Modric, amontoaram-se cartazes difamando o jogador nas paredes de Zadar, a sua cidade natal, localizada na costa da Dalmácia.
Na fachada do hotel onde, aos seis anos de idade Modric e a sua família encontraram refúgio durante a guerra, no início da década de 1990, foi escrito: "Luka, vais lembrar-te deste dia."
Por um lado, é natural esperar que atletas altamente bem pagos sejam vistos como modelos, diz Dario Brenton, do Centro de Estudos do Sudeste Europeu na Universidade de Graz, na Áustria. Por outro,"(...) Modric não é visto como o "cabecilha", mas como uma pequena peça da máquina corrupta e nepotista do futebol croata. Por isso, os seus "erros" serão, em grande parte, perdoados".
Na Croácia, há por isso, uma certa ambivalência sobre Modric. Embora a euforia e o orgulho provocado pelos sucessos da seleção nacional tendam a ser tidos mais em conta. Durante muito tempo, os atletas foram considerados por muitos como os melhores embaixadores da Croácia. Os políticos sabem como usar isso a seu favor. "O desporto tem um papel fundamental para a identidade da nação", acrescentou Brenton.
Os jornalistas incumbidos de investigar os escândalos e de avaliar criticamente o papel dos que representam a equipa nacional são muitas vezes apelidados de "traidores da pátria". Alexander Holiga, do portal online Telesport, é um deles. E afirma: "Dado que os jogadores da seleção nacional representam, não só o desporto croata, mas o país inteiro, então o apoio ao Vatreni [nome pelo qual é conhecida a seleção] é visto como um dever patriótico supremo."
Bildkombo - Mohamed Salah, Cristiano Ronaldo, Luka Modric
Mohamed Salah, Cristiano Ronaldo e Luka Modric foram os finalistas do "The Best" deste ano





A nomeação de Modric como o melhor jogador de futebol masculino do mundo marca o fim de uma era. Pela primeira vez em dez anos, nem Cristiano Ronaldo, nem Lionel Messi venceram este que é o mais prestigiado prémio do mundo do futebol. Luka Modric escreve assim mais uma página da história desportiva da Croácia, diz Holiga. Na opinião deste jornalista, e apesar da alegada ligação do jogador ao clã Mamic, este prémio é um sinal positivo. "Jogadores como Modric são antíteses no futebol moderno, no qual o brilho individual e as próprias estrelas são glorificados. Nós falamos sobre heróis. Modric não é show-off, acima de tudo ele joga em equipa, é  o motor da equipa. Ele liga  as partes individuais do coletivo e torna-as melhores", explica.

Um dos destaques da noite desta segunda-feira (24.09), em Londres, foi a ausência do português Cristiano Ronaldo. O português, juntamente com o egípcio Mohamed Salah, figuravam na lista dos três finalistas.
Modric recebeu o prémio das mãos do presidente da Fifa, Gianni Infantino. Na cerimónia, o médio croata felicitou os concorrentes e disse que esta foi "uma temporada incrível, a melhor da sua vida". "Este prémio não é só para mim, mas também para os meus companheiros do Real Madrid e da seleção da Croácia, e para os treinadores com quem tenho trabalhado. Sem eles, não seria possível. Também é um prémio para a minha família. Obrigado ainda aos adeptos pelo apoio e carinho, significam muito para mim", afirmou.

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Samuel

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