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terça-feira, 2 de outubro de 2018

ANGOLA: SÓ UM POVO CULTO É LIVRE

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O director do Instituto Politécnico de Arte (CEARTE) defendeu hoje a necessidade de os músicos angolanos apostarem mais na formação, dotando-se de ferramentas e conhecimentos científicos que coloquem no mercado produtos com a qualidade desejável para o consumo público.

Eusébio Pinto, que falava à imprensa em Luanda, no âmbito Dia Mundial da Música, afirmou que, actualmente, a qualidade melódica está a sobrepor-se ao conteúdo das letras das músicas, razão pela qual os artistas devem olhar para este segmento e apostar na sua melhoria.
Felicitando os músicos pela data, o responsável aconselhou os artistas que têm alguma dificuldade na vertente da composição para se socorrerem dos mais experientes e, desta forma, colocarem ao dispor dos consumidores produtos que contribuam positivamente na formação do público.
“O mercado angolano tem bons compositores e estes podem ajudar os demais, melhorando as letras das músicas em termos de arrumação de ideias e mensagens que se querem transmitir”, reforçou.
Eusébio Pinto avançou que o CEARTE, dentro das suas atribuições, tem a formação musical de quatro anos, concretamente no plano pedagógico, criação e interpretação, com o objectivo de dotar os formandos de conhecimentos científicos que podem contribuir e ajudar os músicos a melhorar os conteúdos das letras.
Além dos cursos de quatro anos, informou que o politécnico está também a pensar na institucionalização de cursos de curta duração para os artistas já com uma carreira consolidada.
De acordo com o responsável, infelizmente, o mercado musical angolano tem registado o aparecimento de alguns artistas com uma passagem efémera, visto que não conseguem segurar a carreira por falta de bases.
O Dia Mundial da Música foi instituído em 1975 pelo International Music Council, uma instituição fundada em 1949 pela UNESCO, que integra vários organismos e individualidades do mundo da música.
A celebração do Dia Mundial da Música visa promover a arte musical em todos os sectores da sociedade, divulgar a diversidade musical, aplicação dos ideais da UNESCO como a paz e amizade entre as pessoas, evolução das culturas e troca de experiências.
Nas últimas décadas da época colonial, a produção e gravação de música de artistas locais teve o seu embrião com a criação de estúdios da Valentim de Carvalho, em Luanda, que cessou a sua actividade em 1975.
O resultado foi uma mini-indústria que, combinada com a excitação da liberdade que se antevia, viu nascer excelentes músicos e diversos estilos originais entre meados dos anos 60 até à independência, em 1975.
A música de Angola foi moldada tanto por um leque abrangente de influências, como pela história política do país, referiu Eusébio Pinto.
Segundo o director do CEARTE, a música em Angola registou um “grande crescimento” na componente de produção, promoção e edição discográfica, desde a década de 1980 a 2008.
“Actualmente é um dado indiscutível que o artista angolano conseguiu superar e evoluir em termos de estética, qualidade e conteúdo das letras musicais, e até mesmo os videoclipes, uma vez que, internacionalmente, já são ouvidos com satisfação”, notou.
O semba, kizomba e o próprio kuduro já são consumidos com frequência no continente e no mundo, graças à qualidade que os músicos hoje apresentam.
Em matéria das letras, se os nossos letristas quiserem aprender a melhor a escrita em português, o melhor é não consultar o site daquela que deveria ser um paradigma do ensino em Angola – a Universidade Agostinho Neto.
Vamos a exemplos. Experimentem a entrar na rubrica “História”. Lá encontram pérolas do tipo: “silvicltura”, “bndeira”, “ectroténica”, “edífico”, “ogânicas”, “senando”.
Mal por mal, talvez possam adoptar a linguagem vernácula dos kangambas cá da banda. Eis um exemplo que, se musicado, poderia ser uma digna homenagem aos analfabetos funcionais (mesmo que generais) que assolam o nosso país:
fonte: folha8

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Samuel

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