Lourenço diz que processo pode levar 10, 20 anos, e analistas vacinam muitas dificuldades
Começou nesta quarta-feira, 26, o repatriamento coercivo de capitais ilegalmente retirados de Angola, conforme anunciou na passada semana o Presidente João Lourenço, apesar de ter admitido que o processo pode levar “10, 20 anos”.
Analistas vaticinam, entretanto, que a operação de retorno desse dinheiro não será tarefa fácil e que o facto de o Chefe de Estado ter alargado o prazo para o sua execução é a prova disso.
O economista José Matuta Cuato afirma que uma das maiores dificuldades prende-se com a possibilidade de muitas figuras, politicamente expostas, terem o dinheiro retirado de Angola registado no exterior em nome de terceiros, os chamados testas-de-ferro.
Cuato defende que para conferir uma maior transparência ao processo, as autoridades de direito deviam “informar à sociedade os valores já repatriados e os que estão em falta neste momento”.
Para o especialista em finanças Estevão Gomes, o país poderá ver-se confrontado “com uma eventual resistência” dos países onde o dinheiro se encontra, além de que poderá ter sido investido em vários sectores da economia.
Entretanto, o Presidente angolano considera ser cedo para se falar em sucesso ou fracasso do programa, mas declarou estar “confiante no êxito desta operação”.
VOA