Líder da oposição a Maduro chega a Brasília nesta quarta-feira em avião militar colombiano. Entre os temas a tratar com o presidente pode estar seu retorno à Venezuela, após deixar o país estando impedido pelo regime.
fonte: DW África
Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela em janeiro
O líder oposicionista Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela e foi reconhecido por dezenas de países, fará uma visita a Brasília e se reunirá com o presidente Jair Bolsonaro, segundo confirmou o vice-presidente Hamilton Mourão nesta quarta-feira (27/02).
Segundo a assessoria da representante diplomática no Brasil indicada por Guaidó, Maria Teresa Belandria, o venezuelano chega à capital brasileira na noite desta quarta-feira a bordo de um avião da Força Aérea da Colômbia. A reunião com Bolsonaro deve ocorrer na quinta-feira.
A agenda completa de Guaidó no Brasil ainda está aberta, segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Efe. Espera-se, contudo, que ele faça também uma visita ao Congresso.
Em Brasília, há rumores de que a ala militar do governo esteve envolvida na preparação da viagem de Guaidó ao Brasil, publicou o jornal O Globo.
A Folha de S. Paulo afirma que, com a visita a Brasília, o líder oposicionista pretende agradecer a Bolsonaro pelo reconhecimento e apoio na tentativa fracassada de entrar com ajuda humanitária na Venezuela, bem como debater temas relacionados a uma possível transição no país.
Segundo o jornal paulista, Guaidó também deve conversar com o governo brasileiro sobre seu retorno à Venezuela. Ele viajou à Colômbia no fim de semana passado para participar da tentativa de entrega de assistência a seu país por vias terrestres.
Guaidó, contudo, estava impedido de deixar a Venezuela pelo regime de Nicolás Maduro, e as circunstâncias e consequências de seu retorno são uma incógnita. Uma das opções cogitadas seria pela fronteira com o Brasil, e o assunto pode ser tratado com Bolsonaro nesta quinta-feira.
Em entrevista à imprensa colombiana, ele disse que deseja voltar à Venezuela o mais rápido possível, para não dar margem à ideia de que ele estaria buscando refúgio em outro país. "A minha batalha tem de ser feita de dentro da Venezuela, e não de fora", afirmou.
Guaidó é presidente da Assembleia Nacional, órgão legislativo da Venezuela de maioria opositora e cujos poderes foram suprimidos pelo regime de Maduro. Ele se autoproclamou presidente interino do país no fim de janeiro, sendo reconhecido por mais de 50 países, entre eles os Estados Unidos, o Brasil e vários outros da região.
No último sábado, o líder oposicionista liderou, na cidade colombiana de Cúcuta, uma operação internacional para a entrada de ajuda humanitária na Venezuela a partir da Colômbia e do Brasil. A tentativa, contudo, foi frustrada pelo regime de Maduro, que, ainda apoiado pela cúpula das Forças Armadas, mandou fechar as fronteiras. Confrontos deixaram mortos e centenas de feridos.
Na segunda-feira, Guaidó participou de uma reunião em Bogotá com representantes do Grupo de Lima e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para discutir a crise na Venezuela.
Em declaração final, o grupo lançou duras críticas ao regime de Maduro, mas descartou qualquer intervenção militar no país. Também se comprometeu a seguir trabalhando pela redemocratização da Venezuela e ofereceu amplo apoio a Guaidó como presidente interino do país.
EK/afp/efe/ots
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