Vários incidentes foram registados este domingo (24.03) durante a realização das eleições presidenciais nas Ilhas Comores. Presidente Azali Assoumani tenta reeleição, mas oposição ameaça não reconhecer o pleito.
fonte: DW África
Pelo menos 300 mil eleitores foram chamados às urnas para votar este domingo nas presidenciais das Ilhas Comores. Na disputa, o atual Presidente Azali Assoumani procura a reeleição frente a onze candidatos opositores.
Durante a campanha eleitoral, Azali Assoumani repetiu várias vezes que planeava ser reeleito na primeira volta das eleições, o que levantou fortes suspeitas de fraude por parte da oposição.
Após a abertura das 731 assembleias de voto deste arquipélago, no norte do canal de Moçambique, às 08h locais a oposição relatou graves irregularidades nas Ilhas Anjouan, na sua maioria hostis ao Presidente, e Mohéli.
Um funcionário da Comissão Eleitoral confirmou à agência de notícias France Press que uma dúzia de assembleias de voto em Anjouan foram saqueadas.
Apoiantes dos partidos da oposição relatam que os incidentes estão relacionados com a proibição de entrada nas assembleias de voto dos delegados dos vários partidos.
"Golpe de Estado"
"Nunca vou reconhecer os resultados", disse aos jornalistas Mahamoudou Ahamada, candidato do partido Juwa. Outro candidato disse que está a acontecer "um verdadeiro golpe".
"Nós candidatos declaramos o atual Governo ilegítimo... Convocamos o povo a resistir e se mobilizar contra ele", disse à Reuters a chefe da União do grupo de oposição, ex-vice-Presidente Soihili Mohamed, na ilha de Moroni.
Presidente minimiza incidentes
Azali Assoumani confirmou, mas minimizou os incidentes registados nas assembleias de voto depois de votar em uma escola em Mitsoudje, na ilha principal. "Já me disseram que houve alguns problemas - não é uma surpresa", disse Azali.
"Estávamos conscientes durante a campanha de que algumas pessoas não estavam lá para ganhar, mas para evitar que a votação acontecesse. A situação está sob controlo", disse ele, acrescentando que está "confiante" em vencer.
Estas presidenciais constituem um teste aos novos moldes democráticos no arquipélago. As eleições são encaradas pela União Africana como "essenciais para a estabilidade e consolidação da democracia no arquipélago".
Desde a sua independência de França, em 1975, as Comores já experienciaram mais de 20 golpes de Estado ou tentativas de golpe de Estado.
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Samuel