O
governador provincial de Benguela, Rui Falcão, considera que Angola continuará
ainda a ser confrontada com a corrupção nos próximos 20 anos, mas com menos
impacto nas finanças públicas, dada a existência de indivíduos que não
"mudam de chip".
Numa conferência sobre
nacionalismo e patriotismo, o governante desafiou a Procuradoria-Geral da
República (PGR) a seguir os seus rastos enquanto gestor, depois de ter ouvido
um magistrado do Ministério Público dizer que o saque do dinheiro dos angolanos
é exemplo da falta de amor à pátria.
A conferência, uma iniciativa da
Universidade Katyavala Bwila (UKB), realizada na segunda-feira, 8, estava na
fase de perguntas e respostas quando o sub-procurador-geral da República –
chefe na Comarca do Lobito, João da Cruz Rafael, criticou a postura dos
dirigentes angolanos.
"Ao
invés de não mexerem no dinheiro que é do povo, da nação, da pátria, fizeram
exactamente o contrário, com todas as consequências dramáticas e terríveis,
sobretudo para aquela pobre criança. Como enquadrar isso?", questionou
Rafael.
Em resposta, Rui Falcão diz ser um homem a dormir tranquilo, à espera, se
necessário, de investigação, embora admitindo erros por ser parte de um regime
com figuras que tudo fizeram para proteger o dinheiro subtraído do erário e
colocado em Portugal.
‘’Muita gente adquiriu a nacionalidade (portuguesa) para
proteger o que levou daqui roubado, temos de ser claros. E estas pessoas, com
poder político e acesso fácil às finanças do país … o dinheiro vicia, transforma,
daí que tenham caído nessa coisa nefasta que foi roubar. São consequências
históricas, temos de assumir’’, reconheceu o governante.
A PGR confirma que vários membros do Governo de Benguela estão
a ser ouvidos no quadro de processos de corrupção, mas Rui Falcão prefere não
falar em desconforto para si até surgirem dados concretos.
‘’Não estou habituado a
responder a coisas subjectivas, não tendo nome é apenas uma ficção. Então,
perguntem a PGR para dizer os nomes’’, concluiu Rui Falcão.
fonte: VOA
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Samuel