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quarta-feira, 10 de março de 2021

Rainha Elizabeth diz que alegações sobre racismo são preocupantes e serão tratadas.

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Em entrevista, príncipe Harry e Meghan Markle alegaram que um membro da família real questionou o quão "escura" seria a pele do filho do casal.

Atualmente, Harry e Meghan vivem na Califórnia

A rainha Elizabeth divulgou nesta terça-feira (09/03) um comunicado no qual afirma que alguns dos itens levantados na entrevista do príncipe Harry e de Meghan Markle à apresentadora americana Oprah Winfrey, especialmente os referentes a racismo, eram "preocupantes", e que ela ficou triste ao saber o quão difícil a vida do casal era na realeza.

"A família como um todo está triste em saber de forma completa o quão difícil os últimos anos foram para Harry e Meghan. Os temas levantados, especialmente o relacionado a raça, são preocupantes. Apesar de que algumas lembranças podem variar, elas serão consideradas com muita seriedade e serão tratadas pela família de forma privada", disse a monarca, que acrescentou que "Harry, Meghan e Archie serão para sempre amados membros da família". 

O Palácio de Buckingham estava sob pressão para responder às alegações de racismo entre os mais altos escalões da família real. Na entrevista, que foi ao ar no domingo (07/03), o casal também falou sobre a dificuldade de conviver com a família real britânica e sobre depressão.

Na revelação mais chocante, Harry e Meghan contaram que alguém da monarquia havia externado preocupação com relação sobre quão "escura" poderia ser a pele do filho do casal, Archie.

Mais tarde, Oprah esclareceu que nem a Rainha Elizabeth 2ª nem seu marido, o Duque de Edimburgo, haviam feito as declarações. No entanto, a recusa de Harry e Meghan em identificar o membro da família que teria feito o comentário racista lançou suspeitas a outros integrantes da realeza.

Meghan, que é filha de uma afro-americana, sugeriu durante a entrevista que o fato de que Archie pudesse ter pele mais escura significaria que ele não poderia ter o título de príncipe. Segundo os protocolos, como neto de um soberano, Archie se tornaria automaticamente um príncipe quando seu avô, Charles, ascendesse ao trono.

No entanto, o casal afirmou que havia sido informado de que essas regras seriam alteradas, de acordo com o plano de Charles para uma monarquia mais enxuta, deixando Archie sem o título e a segurança que vem com ele.

Harry disse que o racismo foi "uma grande parte" do motivo pelo qual o casal deixou o Reino Unido, alegando que, embora o país não fosse intolerante, a imprensa britânica, especificamente os tabloides, era. Hoje, o casal vive na Califórnia com o filho Archie e espera uma filha, que deve nascer no verão no hemisfério norte. 

Johnson em cima do muro

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recusou-se a entrar na polêmica. Questionado sobre se o palácio deveria investigar as acusações, Johnson disse que sempre teve "a maior admiração pela Rainha e pelo papel unificador que ela desempenha". Já quanto a todos os outros assuntos da família real, o primeiro-ministro afirmou que "ficou muito tempo sem comentá-los" e que não pretende fazer o contrário agora.

Mas nem todo mundo se absteve. O político conservador e ministro do governo Zac Goldsmith afirmou em um tweet que Harry estava "explodindo sua família". "O que Meghan quer, Meghan consegue", escreveu.

A secretária de educação do gabinete paralelo, Kate Green, disse à Sky News que as declarações do casal foram "realmente angustiantes, chocantes" e pediu que o palácio investigue qualquer alegação de racismo.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, afirmou que as questões raciais e de saúde mental levantadas por Meghan eram "maiores do que a família real" e não deveriam ser deixadas de lado. A ministra das crianças, Vicky Ford, sublinhou que "não há lugar para o racismo na nossa sociedade".

Problemas de saúde mental

Meghan também disse que não se sentia bem no palácio. Ela revelou que a intensa pressão que sofreu a fez pensar em suicídio e que falou ao palácio que precisava de ajuda para problemas de saúde mental, mas não recebeu nenhum apoio. "Eu simplesmente não queria mais viver. E esse foi um pensamento constante, aterrorizador, real e muito claro", disse Meghan.

Questionada sobre a reação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à entrevista, a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki disse que a decisão de Meghan de falar sobre suas lutas com a saúde mental "exige coragem" e "isso é certamente algo em que o presidente acredita". No entanto, Psaki disse que não comentaria mais o assunto, "visto que se trata de cidadãos privados, compartilhando sua própria história e suas próprias lutas".

A biógrafa real Penny Junor disse que o casal "jogou uma granada na família" e teme que "não haja mais volta". Para o autor real e historiador Robert Lacey, as repercussões "reverberarão por muito tempo, porque são mais do que sobre personalidades". "É um testemunho em primeira mão de uma família disfuncional", afirmou.

No entanto, para Charles Anson, ex-secretário de imprensa da Rainha, o palácio poderá refletir sobre a entrevista e tentar uma reconciliação.

O grupo anti-monarquia República pediu um debate honesto sobre o futuro da monarquia e disse que a instituição "precisa acabar".

A Sociedade de Editores atacou a alegação de que a imprensa do Reino Unido é intolerante. "A mídia do Reino Unido não é preconceituosa e não será influenciada por seu papel vital de responsabilizar os ricos e poderosos", afirmou o diretor-executivo da entidade, Ian Murray.

Maior escândalo desde os anos 1990

A ampla cobertura da imprensa britânica sobre a primeira grande entrevista do casal após se afastar da família real gerou um nível de controvérsia que a realeza não via desde os anos 1990, durante o colapso público do casamento da princesa Diana com o príncipe Charles.

Em 1992, Diana colaborou com o autor Andrew Morton em uma biografia reveladora e, em 1995, deu uma entrevista bombástica à rede BBC. Na ocasião, Diana disse que tanto ela quanto seu marido, o príncipe Charles, haviam sido infiéis, e falou sobre o quanto se sentia isolada, lutando contra a automutilação e a bulimia.

Embora Harry e Meghan tenham deixado claro que as declarações racistas não partiram da Rainha Elizabeth 2ª, a polêmica ainda pode ser prejudicial à monarca, já que ela é chefe da Commonwealth, uma organização que compreende 54 ex-colônias britânicas, muitas delas na África, com 2,4 bilhões de pessoas, quase um quarto da população mundial.

Desde que a rainha subiu ao trono, em 1952, a imigração em massa transformou o Reino Unido de um país predominantemente branco para um em que mais pessoas se classificam como britânicos-asiáticos, negros-britânicos ou mestiços.

Para o historiador David Olusoga, as afirmações de Harry e Meghan "não são apenas uma crise para a família real, mas para o próprio Reino Unido".

Em janeiro do ano passado, Harry e Meghan anunciaram o afastamento da realeza para terem um futuro independente. O anúncio inesperado surpreendeu e causou desconforto entre os outros membros da monarquia, tendo levantado dúvidas sobre as futuras fontes de financiamento dos duques de Sussex.

Com a decisão, Harry e Meghan deixaram de participar dos compromissos reais e não recebem mais recursos públicos destinados à coroa britânica.  

le (afp,ots)

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Samuel

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