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segunda-feira, 11 de abril de 2022

ANGOLA: É SEMPRE A MESMA PORCARIA.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


Há alturas em que a realidade ultrapassa a ficção. Hoje vivemos um momento destes na Europa. Contudo, no caso de Angola em particular e de África em geral, momentos em que a realidade ultrapassa a ficção são por demais recorrentes.

Por Carlos Pinho (*)

A invasão da Ucrânia pelos “libertadores russos” é um destes casos que ultrapassam os nossos sonhos mais disparatados, tal como o 27 de Maio de 1977 o foi em Angola.

E agora ao olhar as reportagens televisionadas, no respeitante à Ucrânia, ou recorrendo à leitura de folhas de rosto de jornais angolanos, especialmente do pasquim abjecto, correia de transmissão do regime do MPLA, não consigo deixar de pensar que, mais do mesmo, no caso mais concreto de Angola, se prepara para a altura das eleições gerais. É a vitória que se perspectiva por KO no dizer de um dos candidatos, que por ser também Presidente da República, mesmo que a martelo, deveria ser mais comedido e responsável nas afirmações que faz.

É o uso da página do Facebook da Presidência da República de Angola, que vai passar a ser usada na campanha pessoal do candidato oficial do regime. São as celebrações da paz e da reconciliação nacional em Angola, a serem celebradas na Embaixada de Angola em Moscovo. É a proposta de debate sob transparência eleitoral pelo partido que, já vai para mais de 46 anos, considera o país como sua coutada. São as repetidas tentativas de impugnação de congressos da UNITA. E não vale a pena continuar a enumeração dos dislates institucionais de quem pretensamente governa o país, ficam apenas alguns dos mais chamativos.

De facto, o paralelismo entre o discurso do MPLA, repito, para mais de 46 anos de país independente, mas que de facto já antecedia o 11 de Novembro de 1975, e o do actual Presidente da Federação Russa, ou se quiserem da antiga URSS, e ainda do Partido Comunista Português (PCP), é por demais evidente. São nestes três casos discursos que têm sempre por detrás escondida uma base estratégica imperialista, a já secular estratégia imperialista russa.

O uso da mentira é o suporte ideológico e justificativo base de todo o “modus operandi” destas entidades atrás citadas. Os imperialistas e os maus são os outros, são as democracias ocidentais e a OTAN (NATO na versão em língua inglesa), nunca eles próprios. No caso vertente de Angola há ainda a somar os dois movimentos “independentistas traidores”, FNLA e UNITA, é claro.

Pois é por demais evidente que a Federação Russa, o PCP, o seu alter ego angolano, o MPLA, são uns santos impolutos que apenas querem “desnazificar” o mundo, concretamente a Ucrânia e o que vier a seguir se derem rédea solta ao Putin e restante pandilha, os capitalistas portugueses e aqueles que por ignorância e má-fé não votam no partido em Portugal, no caso de PCP em Portugal e logicamente todos aqueles que em Angola não votam no partido dos bons, que como se sabe é o MPLA. E todos nós deveríamos ficar agradecidos por sermos ou virmos a ser “desnazificados” por tais almas caridosas. Os que protestam em Angola, e fora dela, por causa do 27 de Maio de 1977, são efectivamente uns mal-agradecidos, está mais que visto.

O mais espantoso é que salvo o caso do Presidente Genocida, que se foi tratar à URSS com o sucesso bem conhecido por todos nós, os outros dois presidentes, o aposentado e o que ainda está em funções, quando o “bicho pega” vão se tratar nos tais países que são membros da OTAN e que precisam de ser “desnazificados”. E também, no caso destes dois últimos próceres da liberdade e democracia, consta que os capitais por eles amealhados foram para esses locais “malditos”. Aliás tal como o fez o prócere máximo das tais liberdades, o Putin.

E se aquilo que hoje se vê nos meios de comunicação social sobre a Ucrânia é algo que nos envergonha a todos, o que se perspectiva nos próximos meses para Angola, vai ser vergonha pior, pois há a agravante de não haver uma União Europeia e países vizinhos dispostos a ajudar os deslocados, nem estou a ver um interesse noticioso de igual dimensão por parte dos países ocidentais, que leve a uma divulgação daquilo que irá ocorrer idêntica à que se tem com a actual invasão da Ucrânia. Aliás, tal foi sempre o que passou com barbaridades análogas ocorridas em África e neste caso, sim, os países ocidentais têm muitas culpas no cartório. Basta voltar a referir o 27 de Maio de 1977, para ficarmos mais uma vez conversados.

Voltando ainda ao caso de Angola, o que é aviltante é que o país mendiga ajuda à União Europeia, dá palmadinhas nas costas à Rússia e lambe as botas da China. Estes dois últimos, que de países livres e democratas nada têm, merecem mais consideração a Angola do que o país traiçoeiramente invadido, a Ucrânia. Isto diz bem da qualidade de quem governa Angola. Mas esta não está só, está bem acompanhada pela China, Cuba, Síria e outras maravilhas da actual civilização.

O cartoon de Cristina Sampaio publicado no jornal português Público, de hoje, dia 10 de Abril de 2022, e que ilustra este texto, é por demais esclarecedor.

Sendo outra gente, gente que fosse de um nível um pouco superior ao da Rússia, do PCP, do MPLA, da China e quejandos, eu diria, de um modo civilizado, que é tudo “farinha do mesmo saco”. Mas não consigo, e vou por isso além do cartoon de Cristina Sampaio, pois tudo isto é bem pior do que aquilo que a imagem indicia. Os parceiros supracitados são é todos “bosta do mesmo penico”.

Resta-me sonhar com Catão o Velho (234-149 a.C.) e parafraseá-lo, se bem que à maneira deste primeiro quartel do século XXI, “Delenda est Putin”.

(*) Docente da FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

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Samuel

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