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sábado, 21 de janeiro de 2023
Senegal: REFERÊNCIA DO CASO ADJI SARR AO TRIBUNAL CRIMINAL: O céu está escurecendo para Ousmane Sonko.
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O caso Ousmane Sonko está passando por uma nova reviravolta. Com efeito, a justiça senegalesa ordenou o despedimento da adversária perante um tribunal penal, por alegadas violações de uma funcionária de um salão de beleza, que é ninguém menos que Adji Sarr. Isto para dizer se o vice está a apertar em torno do presidente do partido dos Patriotas do Senegal pelo trabalho, ética e fraternidade (PASTEF). Em todo o caso, o mínimo que se pode dizer é que esta novela político-judicial que mantém os senegaleses em suspenso desde 2021, data em que foi apresentada uma queixa contra o opositor Sonko, por violação e ameaça de morte contra Adji Sarr, está longe de fechar. Dito isto, se o decano dos juízes que tinha recebido os dois protagonistas para um confronto, decidiu finalmente remeter o caso para um tribunal criminal, é porque o processo pesa mais do que se tenta fazer crer. Certamente, os partidários de Ousmane Sonko clamam por uma cabala política cujo objetivo seria destituir seu mentor das eleições presidenciais de 2024. Mas os da jovem veem as coisas de forma diferente. Em todo o caso, cabe agora à justiça lançar luz sobre este caso que está a envenenar o ambiente sócio-político no Senegal. Tanto mais que a detenção do opositor, em março de 2021, provocou a morte de uma dezena de pessoas e danos materiais significativos. Mas se apesar destes motins mortíferos, a Justiça não cede, provavelmente é porque quer afirmar a sua independência. E se assim for, devemos saudar esse desejo de não ser ditado pela lei da rua.
Justiça senegalesa deve trabalhar para se colocar acima de qualquer suspeita.
Claro, os partidários de Sonko preferem vê-lo como a mão camuflada da política. Em todo caso, a justiça deve ser imparcial neste caso, dizendo a lei, nada além da lei. Porque, se este caso, que se enquadra no direito consuetudinário, assumiu a aparência de um assunto de Estado, é em parte porque alguns senegaleses não têm confiança suficiente em sua justiça. E eles não estão totalmente errados. Porque, ainda que não estivessem brancos como a neve, candidatos sérios como Karim Wade, Khalifa Sall, viram suas ambições presidenciais frustradas por decisões judiciais. Isso quer dizer que a justiça senegalesa deve trabalhar para se colocar acima de qualquer suspeita.
Dito isto, Ousmane Sonko sofrerá o mesmo destino dos outros oponentes mencionados acima? Estamos esperando para ver. Mas uma coisa é certa: o céu está escurecendo para Ousmane Sonko. E enquanto não for inocentado, o risco de se despedir de sua ambição presidencial é grande, até porque esse caso vai grudar em sua pele. O político pode estar pagando por não ter feito sua a máxima de que "melhor um mau negócio do que um bom julgamento". Ele teria aceitado um acordo amigável como os sábios o aconselharam, para que não estivéssemos lá. A postura de vitimização que adotou como estratégia de defesa pode fazê-lo beber o cálice até a borra. Certamente, seus advogados prometeram apelar da ordem deste juiz. Mas essa ação será suficiente para salvá-lo de um julgamento? Nada é menos certo. E depois, tudo leva a crer que a recusa de Ousmane Sonko em se submeter a determinados exames médicos, nomeadamente o de ADN, tenha semeado dúvidas na cabeça do juiz. No entanto, Ousmane Sonko, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2019, poderia superar esse caso, se fosse inocentado.
Dabadi ZUMBARA
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Samuel