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Terroristas na Síria Apoiados pelos Americanos Se Voltarão contra os EUA no Futuro.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... “A mão norte-americana é visível nas mudanças recentes em território...

quinta-feira, 6 de março de 2025
Terroristas na Síria Apoiados pelos Americanos Se Voltarão contra os EUA no Futuro.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
“A mão norte-americana é visível nas mudanças recentes em território sírio”, afirma o acadêmico finlandês Timo Kivimäki, especialista em conflitos internacionais ao traçar na entrevista a seguir breve histórico das tensões na Síria, desde a década passada até a queda do presidente Bashar al-Assad em 8 de dezembro de 2024.
Os auspícios do analista, renomado mundialmente, encaixam-se perfeitamente à revelação de WikiLeaks anos atrás em relação à influência secreta de Washington na Síria.
Enquanto se surpreende ao observar a mídia internacional, agora, relatando grupos terroristas na Síria como “rebeldes”, supostamente pró-democracia, Kivimäki mostra-se convicto de que a trágica história dos EUA no Oriente Médio repetir-se-á como farsa na Síria.
Eis a “Guerra ao Terror” sem fim dos EUA. Cujo Novo Pearl Harbor previsto no governamental Project for the New Americam Century (Projeto para o Novo Século Americano) de 1997, é mencionado por Kivimäki nesta entrevista ao abordar que “em 2001 o general americano Wesley Clark revelou um plano dos EUA para a mudança de regime em sete países muçulmanos, sendo a Síria um deles”.
Os atentados de 11 de setembro de 2001 têm servido como contemporâneo Pearl Harbor aos EUA, cujas drásticas consequências são vistas ainda hoje – muito mais por “falhas” (na menos grave das considerações) dos tomadores de decisão em Washington, que devido aos denominados “inimigos” dos Estados Unidos.
Em 2000 foi notado neste Projeto, , sob o título Rebuilding America’s Defenses (Reconstruindo as Defesas dos EUA). que apenas um novo Pearl Harbor, a ser produzido no Oriente Médio, poderia dar novo fôlego aos interesses econômicos e geopolíticos dos EUA naquela região, justificando novas intervenções “humanitárias” abertamente em busca de petróleo.
“Os EUA tendem a elaborar planos muito perigosos e sangrentos repetidamente apenas para, mais tarde, constatar que as mesmas pessoas que colocaram no poder, voltaram-se contra eles. Isso veremos na Síria, sem dúvida”, prevê o docente.
Professor de Relações Internacionais da Universidade de Baath na Inglaterra, Kivimäki foi consultor de Martti Ahtisaari, presidente da Finlândia (1994-2000) premiado com o Nobel da Paz em 2008. Notável pela atuação em favor da paz internacional, Ahtisaari atuou também como diplomata da ONU e mediador em diversos conflitos. Um deles, na própria Síria. Em outro caso, para Kosovo durante os anos de 1990 e da primeira década deste novo século.
Nesta entrevista, o analista finlandês revela conversas e planos elaborados por solução na Síria nos anos de 2010 com o então presidente de seu país, até então mantidos em sigilo, assim como com o embaixador russo na ONU, Vitali Churkin (2006-2017). E ainda, expõe como tais esboços por paz, bem recebidos por Vladimir Putin e Assad, sempre acabaram boicotados pelos EUA.
Consultor de diversos outros governantes de países ao norte da Europa e asiáticos ao longo dos anos, Kivimäki acabou injustamente acusado e condenado por colaborar com agentes de inteligência estrangeiros por ocasião, exatamente, das reuniões que o pesquisador revela nesta entrevista com o embaixador russo na ONU entre 2006 e 2017, Vitali Churkin.
Timo Kiviäki é autor de diversos livros e inúmeras pesquisas, de alta influência pela paz em todo o mundo. Algumas dessas pesquisas, envolvendo também a prória Síria, First Do Not Harm – Do Air Raids Protect Civilians? (Primeiro, Não Cause Dano – Ataques Aéreos Realmente Protegem Civis?). Seu último livro, de junho de 2024, é Research Handbook on Conflict Prevention (Manual de Pesquisa sobre Prevenção de Conflitos).
Abaixo, a íntegra da entrevista.
Edu Montesanti: Como o senhor analisa a queda de Al-Asad, e seu contexto?
Timo Kivimäki: Acho especialmente estranho que, de repente, a mídia ocidental esteja focada no fato de que Assad caiu, e como ela descreveu o principal grupo que assumiu o poder citando-o como rebelde democrático ou grupo rebelde de oposição, embora este seja o grupo anteriormente chamado de Al-Nusra, que jura lealdade tanto à Al Qaeda quanto ao Estado Islamita (EI).
Também é estranho que a mídia não prestou atenção ao fato de que estamos, agora, diante de uma situação em que o embaixador Vitali Churkin e o presidente Ahtisaari já haviam levado o país, em 2012. Houve um acordo entre o presidente Assad e os russos sobre a “saída digna” de Assad, e sobre a não interferência na transição democrática na Síria.
As únicas condições para isso eram que, primeiro, Assad teria uma saída digna da Síria e, em segundo lugar, que os EUA não ditariam os termos da transição à democracia. O presidente Ahtisaari de meu país tentou “vender” essa solução ao Reino Unido, EUA e França, e para sua surpresa nenhuma dessas potências manifestou interesse.
Mais tarde, os e-mails vazados de Hilary Clinton revelaram a razão dos EUA para isso: eles presumiram que suas milícias de estimação, Exército Sírio Livre (FSA, na sigla em inglês) e Forcas Democráticas Sírias (SDA em inglês), assumiriam o poder para que não precisassem arriscar uma transição democrática mas, em vez disso, soubessem que sua própria gente estava no poder. Claro, mais tarde nos inteiramos de que nenhum dos grupos tinha apoio local e, portanto, seu caminho ao poder foi mais difícil do que Clinton havia suposto.
Sei algo sobre isso pelo fato de que a Rússia já havia pressionado Assad a dialogar com a oposição desde 2007, e acho que posso ter sido a pessoa que persuadiu o embaixador Churkin a envolver o presidente Ahtisaari no plano russo.
Os russos não eram muito otimistas em relação a Ahtisaari devido a seu papel na antiga Iugoslávia, mas tive algumas longas conversas com os assistentes do embaixador Churkin sobre Ahtisaari, e tenho certeza absoluta de que isso suavizou suas atitudes em relação a Ahtisaari, o grande pacificador finlandês e premiado como Nobel da Paz.
Acredito que você saiba que meus problemas na Dinamarca foram causados por esses mesmos contatos que tive com os assistentes de Churkin, pois a inteligência dinamarquesa pensava que eles eram espiões, e eu ainda não podia revelar que eles eram assistentes de Churkin porque eu havia prometido que não revelaria isso. E não o fiz até a morte de Churkin.
É importante perceber que este é um plano que tinha a intenção de resolver o problema sírio antes da grande escalada de conflitos, e do movimento rumo ao extremismo da oposição. Isso também custou cerca de meio milhão de vidas perdidas, e cerca de 12 milhões de pessoas deslocadas internamente e refugiados anteriormente. Se a saída relativamente digna de Assad é boa agora, mesmo que o poder tenha sido tomado por alguém que ainda classificamos como uma organização terrorista, então por que não aceitamos essa saída sem a tomada do SDA já em 2012?
Em 2012, o governo de transição iria, até onde sei, desembocar em esquerdista sírio, o Abdul al-Aziz Al-Khayer. Algumas das mensagens que recebi do embaixador Churkin indicaram a mim que, provavelmente, ele também estivesse bem à esquerda de Putin e de outros líderes mundiais.
Veio à tona no início de 2010, por meio de telegrama confidencial enviado pela Embaixada dos EUA em Damasco revelado por WikiLeaks, que os EUA estavam influenciando secretamente a política e a sociedade sírias, incluindo a cultura. Por suas análises na questão anterior, entendo que o senhor vê hoje em dia uma continuação da interferência dos EUA na Síria, correto? Se sim, com quais propósitos? É interessante ver uma repetição relativa do que aconteceu com o Afeganistão e até mesmo com o Iraque neste caso, grupos terroristas apoiados pelos EUA – não rotulados assim – sendo considerados “criadores democráticos” de um país do Oriente Médio, o senhor não vê desta forma?
A mão americana é visível nas mudanças recentes em território sírio. De acordo com os recentes anúncios oficiais, o número de tropas dos EUA durante o processo em que Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e seus associados assumiram o controle do Estado [em 2024], mais que dobraram comparadas com as 900 dos anos 2000.
O fato de as tropas dos EUA ainda estar por lá e que não estejam combatendo o HTS, e que ainda estegjam bombeando o petróleo sírio e vendendo-o como seu como o então presidente Donald Trump declarou triunfalmente em 2019, sugere que o HTS, pelo menos, não é hostil às forças dos EUA.
Além disso, milícias pró-EUA especialmente as Forças Democráticas Sírias, estiveram presentes na coalizão liderada pelo HTS. O New York Times reportou alianças entre a Frente Al-Nusra, como o HTS era então chamado, e grupos apoiados pelos EUA. Portanto, há uma ligação entre o HTS e os EUA e, portanto, seria razoável supor que haja pelo menos algum tipo de mão dos EUA no processo de expulsão do regime de Assad.
No entanto, as raízes da mudança de regime sírio são mais profundas. Já na década de 1980, um estudo da CIA previu o apoio dos EUA para que uma oposição sunita “moderada” assumisse o poder. Em 2001, o general americano Wesley Clark revelou um plano dos EUA para a mudança de regime em sete países muçulmanos, sendo a Síria um deles.
Mais tarde, em 2010 a secretária de Estado Hilary Clinton envolveu a Microsoft em seus planos de enfraquecer o regime sírio, segundo seus e-mails vazados sugerem. Então, já existem planos relacionados a isso há muito tempo. No entanto, como podemos ver nos outros sete países de mudança de regime, os EUA tendem a elaborar planos muito perigosos e sangrentos repetidamente apenas para, mais tarde, constatar que as mesmas pessoas que eles colocaram no poder, voltaram-se contra eles. Isso veremos na Síria, sem dúvida.
A principal razão pela qual os EUA tinham o interesse em derrubar o regime de Assad, mesmo que isso significasse vitória a um grupo que ainda é listado como terrorista internacionalmente, é a geopolítica. Enquanto algumas décadas atrás o principal objetivo geopolítico dos EUA era derrotar os islamitas antiamericanos, atualmente a liderança dos EUA vê a Rússia como inimigo muito mais perigoso.
Assim, expulsar um regime pró-Rússia faz sentido, agora, mesmo correndo o risco de a Síria se tornar um país islamita radical. A brutal ironia disso é que, enquanto o regime de Assad sempre esteve preparado para não deixar o país sob controle de islamitas radicais ou dos EUA, o presidente Assad nunca esteve terrivelmente ansioso para permanecer no poder.
Havia um plano russo, já em 2007, para resolver as questões entre o regime e a oposição através da negociação. Já então, diplomatas russos viram que a paz na Síria podia exigir uma saída digna de Assad do poder. Muito ódio havia se acumulado entre grupos de oposição contra Assad e, portanto, a reconciliação parecia impossível enquanto Assad estivesse no poder.
Em algum momento entre 2011 e 2012, ficou claro que Assad estava preparado para aceitar tal plano, e que ele estava preparado para deixar a presidência. Houve um plano elaborado pelo embaixador Vitali Churkin, de uma transição que ofereceu a Assad uma saída digna, ou seja, uma transição voluntária que não demonizasse o autocrata hipoteticamente renunciante.
Além disso, o plano era garantir que a transição não pudesse ser manipulada pelos EUA. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia anunciou em público a possibilidade de tal plano, o que para mim sugere que a Rússia deve ter tido o aceno de Assad para tal plano ou, do contrário, um aliado não anuncia um plano de transição em público. No entanto, o plano exigia a aceitação dos EUA pois, caso contrário, havia o risco de que os EUA utilizassem o processo e colocassem seus próprios favoritos no poder.
O presidente Ahtisaari apoiou o plano e, portanto, o embaixador Churkin foi persuadido a utilizar as habilidades diplomáticas do presidente Ahtisaari para persuadir os EUA, a aderir ao plano. Ahtisaari era um político pró-EUA com amplos contatos na administração dos EUA e o plano pretendia remover o inimigo dos EUA, o presidente Assad, do poder. De maneira que a suposição era que a Rússia e os EUA poderiam cooperar nisso.
No entanto, o plano Churkin-Ahtisaari não recebeu aprovação dos EUA. Mais tarde, os e-mails vazados de Clinton revelaram o motivo: os EUA presumiram que conseguiriam colocar seus próprios favoritos do Exército Democrático Sírio e das Forças Sírias Livres no poder por meios militares e, portanto, as razões de se contentar com um acordo. Diante de mais de meio milhão de vidas perdidas e 12 milhões de refugiados e deslocados internos depois, seria possível ver algum motivo para tal cooperação entre os EUA e a Rússia.
Muitos estão falando sobre a implementação de um sistema popular e democrático no país. O senhor acredita que isso seja possível?
Acho que devemos começar com alguns princípios básicos da democracia. O governo de uma potência estrangeira, por mais democrática que essa potência pareça ser, não é um sistema democrático para a Síria. Enquanto os sírios não puderem votar nas eleições dos EUA, o impacto dos EUA na política síria não é uma influência democrática. Claro, a influência russa tampouco foi democrática. Assim, o nível de autonomia que a Síria consegue obter dos EUA, Rússia, Turquia, Israel, Irã e o resto, é crucial para a perspectiva de democracia na Síria. Este é o ponto de partida.
Em segundo lugar, não devemos pensar que existe apenas um modelo democrático. Em um país em desenvolvimento, a democracia econômica pode ser mais importante do que a democracia política, mas é claro que ambas são necessárias. Mas o que é frequentemente esquecido nas transições democráticas, é o lado social e econômico da democracia: se parte da população permanecer sem educação e necessidades básicas, seria difícil ver liberdade democrática neste segmento da população. Além disso, se o Estado se concentrar em manter sua gestão econômica incorrupta e indiscriminada, a democracia tem chances muito melhores.
No entanto, finalmente, a questão mais importante da democracia à qual a Síria precisa de solução, é a questão dos direitos dos grupos. A democracia ocidental frequentemente enfatiza em demasia a democracia individual, e os direitos individuais. No entanto, em um país onde as pessoas são politicamente divididas em linhas étnicas, é essencial que, além da democracia individual, ou seja, direitos de voto para todos, haja uma necessidade de que todos os grupos étnicos tenham suas vozes ouvidas.
Se a maioria árabe-sunita assumir o poder, der início a eleições e governar o país de acordo com os princípios ocidentais de direitos individuais e democracia, grupos minoritários como os alauítas, xiitas e curdos, podem ficar sem voz. Bill Zartman, um dos principais especialistas em conflitos do mundo, disse que as eleições em uma área de país etnicamente dividida são como um censo étnico, nada mais que isso. Portanto, instituições democráticas puramente individuais não podem dar às minorias um sentimento de propriedade parcial do Estado.
Na ausência de tal copropriedade, esses grupos continuarão se rebelando. Um estudo recente revela que no Oriente Médio e Norte da África (MENA) os conflitos são, em ampla medida, causados pelo sentimento de que o Estado é instrumento corruptor de um dos grupos subnacionais ao invés de um instrumento de todos os grupos. Tal sentimento, especialmente na região do MENA, dá origem a protestos e revoluções, descontentamento que a democracia individualista não será capaz de conter.
Fala-se também, com a queda de Assad, em reformulação da geopolítica do Oriente Médio: qual sua avaliação disso?
Esta transição foi caracterizada como uma grande perda para a Rússia e, portanto, uma vitória aos EUA. Dado que há uma provável mão americana na vitória do HTS, e considerando que há cooperação entre o aparato de segurança dos EUA e este grupo, poderíamos acreditar que esta também será uma grande vitória aos EUA. Duvido disso tudo. A guerra na Síria sempre foi muito impopular na Rússia, desperdiçar recursos em lugares distantes nunca foi do agrado dos russos. Portanto, se houver uma solução na Síria que não aumente a posição geopolítica dos EUA, não acho que a Rússia tenha muito prejuízo ao perder o regime pró-Rússia na Síria.
Os EUA, novamente, não devem esperar muito do HTS. Devemos lembrar que a resistência à União Soviética aproximou os EUA dos militantes islamitas afegãos, incluindo o Talibã e a Al Qaeda e, no final, esses aliados não foram tremendamente úteis para as ambições geopolíticas dos EUA. O apoio e a cooperação com o HTS devem implicar riscos muito semelhantes aos EUA, como esses erros geopolíticos anteriores.
Da mesma forma, o apoio de Saddam Hussein contra o Irã na década de 1980 não foi benéfico aos EUA, como sabemos. Mais tarde, a mudança de regime no Iraque e a expulsão de Saddam Hussein também não levaram a um sucesso fantástico para os EUA. O primeiro-ministro, o presidente e o parlamento iraquianos solicitaram a saída das tropas dos EUA do país, e a saída negociada de dois anos pode levar à retirada real dos EUA do país. Enquanto isso, a presença militar em um país que não quer hospedar tropas dos EUA deve ser muito cara tanto econômica quanto politicamente. Os EUA não querem parecer uma força ocupante de países que eles “libertam”.
O caso da Líbia deveria ter dado uma lição contra o apoio de grupos como o HTS, e mudanças de regime como a da Síria. Na Líbia, a estratégia dos EUA era muito menos arriscada e, no entanto, terminou em desastre. Essa estratégia foi baseada no apoio de um homem e suas tropas: Khalifa Haftar envolveu-se com a Frente Nacional para a Salvação da Líbia (NFSL), um grupo de oposição anti-Gaddafi apoiado pelos Estados Unidos, e depois que ele escapou da repressão do presidente Muammar Gaddafi, morou por duas décadas nos EUA onde esteve na folha de pagamento da CIA.
Ele poderia ser monitorado, testado e observado por sua lealdade aos EUA. No entanto, Khalifa Haftar e seus subordinados militares originalmente apoiados pelos EUA na Líbia voltaram-se contra os EUA quase instantaneamente, após a chegada à Líbia. Por muito tempo, o Exército Nacional Líbio (LNA), que Haftar liderou, lutou pelos interesses russos na Líbia. “Libertar” a Líbia para completar o caos e a anarquia tampouco foi muito positivo ao apelo geopolítico em outros lugares, para as operações militares libertadoras dos EUA.
Dado que o papel do HTS na Síria será muito menos fácil de controlar do que a operação de Haftar na Líbia, não devemos ser muito otimistas em relação à mudança de regime sírio vir a tornar-se uma história de sucesso geopolítico aos EUA.
Edu Montesanti
edumontesanti.wordpress.com
Ver mais em https://port.pravda.ru/mundo/58561-siria_terroristas/
Agentes da CIA foram mandantes do assassinato do presidente Kennedy.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Agentes da CIA foram mandantes do assassinato do presidente Kennedy: entrevista com John Kiriakou sobre desclassificação de documentos secretos
Em 23 de janeiro deste ano, o presidente Donald Trump assinou uma Ordem Executiva intitulada Desclassificação de Registros Referentes aos Assassinatos do Presidente John Fitzgerald Kennedy [em 1963], do Senador Robert Fitzgerald Kennedy [1968], e do reverendo evangélico Martin Luther King Jr [1968].
A Lei de Coleta de Registros de Assassinato do Presidente John F. Kennedy de 1992, exigiu que todos os registros relacionados ao assassinato fossem divulgados em 25 anos. Porém, os presidentes estadunidenses de lá para cá recusaram-se a liberar estes documentos, sem apresentar nenhuma justificativa.
"Esta deveria ser a última vez que qualquer presidente deva ordenar aos serviços de inteligência e ao FBI que divulguem informações sobre esses assassinatos", afirma na entrevista exclusiva a seguir o ex-agente da CIA denunciante, John Kiriakou, primeiro oficial de inteligência norte-americano a revelar métodos de tortura da CIA sob ordens da Casa Branca - ocupada então por George W. Bush.
Jornalista e autor, Kiriakou tem insistido neste tema em Loud & Clear da rádio russa Sputnik, um dos programas que apresenta entre rádio e TV internacionais, além de artigos na imprensa escrita.
"Como alguém que trabalhou para a CIA como oficial de inteligência – e preso por 23 meses por denunciar técnicas de interrogatório – eu diria que não há nada de interessante sobre o assassinato de JFK que ainda não foi divulgado. Muito mais interessantes serão os arquivos confidenciais sobre o assassinato de seu irmão Robert F. Kennedy", escreveu o analista dias atrás, no jornal diário The Intendepent da Inglaterra.
"Eu sei como a CIA funciona. Se alguma vez tovesse havido documentos implicando a CIA, aina que indiretamente no assassinato de JFK, eles teriam sido destruídos anos atrás, ou então já teriam sido divulgados", acrescentou Kiriakou em seu artigo no jornal inglês, intitulado In the JFK files, there’ll be no smoking gun – only bombshells.
Mas para não perder o bem conhecido costume, John Kiriakou comenta de maneira direta aqui, sua percepção - com base em evidências - sobre quem esteve por trás do assassinato do presidente Kennedy, contrariando a intrigante versão oficial do magnicídio. Entre outras questões relevantes sobre um dos crimes mais comoventes da história, e contraditórios segundo o que se conta até os dias de hoje.
Eis a entrevista.
Edu Montesanti: John, você tem publicado seguidamente nos últimos dias sobre a vindoura desclassificação dos documentos dos assassinatos de John Kennedy e Robert Kennedy: o que o motiva a isso?
John Kiriakou: Esta deveria ser a última vez que qualquer presidente deva ordenar aos serviços de inteligência e ao FBI que divulguem informações sobre esses assassinatos. O Congresso ordenou a divulgação em 1992, mas sucessivos presidentes, George H. W. Bush, Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump e Joe Biden, recusaram-se a divulgá-los. Finalmente veremos o que há nesses documentos.
O Serviço Secreto falhou em escoltar o presidente Kennedy naquele fatídico dia, fato claramente visto no momento exato dos disparos. Você compartilha esta percepção, John?
Sim, de fato o Serviço Secreto falhou terrivelmente naquele dia. Mas eles também falharam em 1884 quando o presidente Harrison foi assassinado e em 1901 quando o presidente McKinley foi assassinado. O Serviço Secreto falhou em proteger muitos presidentes, principalmente Donald Trump recentemente.
No caso do presidente Kennedy, muitos dos oficiais do Serviço Secreto que falharam foram mantidos no cargo. Apenas alguns foram demitidos.
Você acredita na versão oficial, de que Lee Oswald matou o presidente Kennedy?
Acho que Oswald provavelmente disparou aquela arma. Mas acho que maus elementos da CIA o levaram a fazer aquilo.
O que o leva a considerar isso?
Há evidências convincentes de que Lee Harvey Oswald não agiu sozinho. Até mesmo E. Howard Hunt, um dos delinquentes de Watergate, disse ao filho em seu leito de morte que ele fazia parte da conspiração para assassinar John Fitzgerald Kennedy.
Há outras evidências de que maus elementos da CIA, agindo de forma independente, tramaram a fim de matar Kennedy porque ele recusou o pedido da CIA de cobertura aérea durante a invasão da Baía dos Porcos.
Por que você acha que os documentos sobre o assassinato de Robert Kennedy serão muito mais reveladores que os de John Kennedy?
Sabemos muito menos detalhes sobre o assassinato de Robert Fitzgerald Kennedy. Tenho esperança de que o lançamento final acabe com as perguntas sobre o chamado “segundo atirador” e se a CIA ou o FBI estavam de alguma forma envolvidos.
Ver mais em https://port.pravda.ru/mundo/58564-assassinato_kennedy/
Rússia: A cúpula dos covardes.
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Realiza-se nesta terça-feira (04) uma cúpula emergencial dos países árabes para discutir planos próprios de reconstrução de Gaza, após quase um ano e meio de aniquilação total do território palestino pelo exército israelense.
O encontro é uma resposta às declarações de Donald Trump sobre uma limpeza étnica de Gaza que seria conduzida para transformá-la em um grande balneário turístico, sem palestinos, que seriam expulsos para a Jordânia e o Egito. Mesmo após o repúdio internacional a essa proposta – com exceção de Israel, que ficou com água na boca –, o presidente dos EUA e especulador imobiliário dobrou a aposta e divulgou um vídeo fantasioso de como seria Gaza no futuro, uma espécie de Trumplândia bizarra.
Trump sabe que pode humilhar os árabes como quiser. Os líderes da região estão acostumados e parecem não se importar muito. Ele expôs parte dos planos em reunião com o próprio rei da Jordânia na Casa Branca, mostrando quem é o lado dominante na relação. Inclusive descartou retaliações caso esses países recusassem sua proposta: “não preciso ameaçar isso.” Os líderes árabes são cãezinhos dóceis.
E estão domesticados, porque são clientes dos Estados Unidos. Dependem do apoio de Washington para permanecer no poder. O Egito é o exemplo mais claro: Trump cortou praticamente toda a “ajuda” externa do governo, com exceção daquela que vai para o Cairo e, obviamente, para Tel Aviv. Al-Sisi não tem qualquer apoio popular e a ditadura militar egípcia só se sustenta pela corrupção e o dinheiro dos EUA, do FMI e do Banco Mundial. Logo, os generais estão nas mãos de Trump.
Dados de outubro de 2024 apontam para a presença de 40.000 militares dos EUA em serviço no Oriente Médio, presentes em ao menos 19 localidades espalhadas pelo Egito, Jordânia, Bahrein, Iraque, Kuwait, Catar, Arábia Saudita, Síria, Emirados Árabes Unidos, Omã e Turquia – além de Israel, claro. O Catar, por exemplo, é sede do quartel-general do Comando Central das forças armadas americanas. O Bahrein, da 5ª Frota Naval. O Kuwait e a Arábia Saudita têm quase dez bases que já operam há décadas. A Turquia é membro da OTAN desde 1952 e também hospeda mais de dez bases americanas.
Não há condição para o exercício de uma soberania real por parte desses países se os seus líderes estão sob as botas dos soldados americanos. Por isso o apoio que alguns dão aos palestinos é extremamente limitado, ainda que em alguns casos pontuais seja de grande relevância para a resistência. O máximo que esses regimes podem fazer é um jogo duplo. Alguns ainda fornecem apoio financeiro, armado ou logístico, mas insuficiente. Outros, apenas um apoio moral da boca para fora. Alguns, como Bahrein e EAU, chegam ao ponto de perseguir os simpatizantes da causa palestina e reprimir quem denuncia o genocídio cometido por Israel.
Realmente não se trata apenas de não terem feito nada de efetivo para parar a carnificina contra crianças e mulheres palestinas. Alguns ajudaram esse genocídio concretamente. As bases militares e soldados dos EUA nesses países, uma vez que Washington é o grande patrocinador das ações de Israel, são utilizadas diariamente para fornecer apoio ao exército israelense. Além disso, países como Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes fornecem material de inteligência a EUA e Israel sobre as movimentações e planos do Eixo da Resistência.
Mas o mais grave é o apoio direto a Israel. As exportações do Cairo para Tel Aviv dobraram em maio de 2024, comparadas com o mesmo mês do ano anterior – apesar das humilhações impostas por Israel ao Egito, com o assassinato de militares e as crises em Rafah. Ou seja, enquanto ao menos 35.000 palestinos já haviam sido dizimados (segundo números oficiais), o Egito duplicava o envio de produtos essenciais para manter a máquina de guerra israelense.
O mesmo foi observado sobre as exportações da Jordânia e dos Emirados Árabes, enquanto as da Turquia diminuíram mas não cessaram e garantiram um apoio importante para a sobrevivência do regime de Netanyahu, apesar das vociferações de Erdogan em comícios populistas.
Após permitirem a destruição de Gaza, agora querem discutir sua reconstrução. Muitos temem que a dispersão de palestinos fora de Gaza desestabilize a frágil estrutura política e social de seus países. A causa palestina é a causa comum de todos os povos do Oriente Médio e fator de instabilidade interna no Egito, na Jordânia, no Líbano, no Kuwait e em outros países nas últimas décadas. Além disso, as monarquias e empresários cataris, emires, sauditas e turcos poderão obter bons lucros e influência na pretensa reconstrução de Gaza. Claro, em parceria com o capital norte-americano e europeu, porque, mesmo que declarem oposição a uma “Riviera do Oriente Médio”, sabem que os EUA e Israel não vão abrir mão do que conquistaram nesse genocídio.
Enquanto os líderes árabes se reúnem novamente para projetar o futuro de Gaza, Israel continua desrespeitando o cessar-fogo, atacando a zona, bloqueando o acesso de ajuda humanitária, retendo os sequestrados que deveriam ser devolvidos, e abre novas frentes, com a invasão à Cisjordânia há mais de um mês (inclusive com tanques) e o deslocamento forçado do maior número de habitantes desde 1967.
Ver mais em https://port.pravda.ru/mundo/58565-cupula_covardes/
JOHN DRAMANI MAHAMA EM ABIDJAN: Uma viagem pela razão.
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Depois do Senegal e da Gâmbia, o presidente ganês, John Dramani Mahama, está em visita oficial à Costa do Marfim. Houve uma sessão de trabalho com seu homólogo Alassane Dramane Ouattara (ADO), com quem ele mantém excelentes relações. Esta foi uma oportunidade para os dois líderes relembrarem a qualidade das relações existentes entre Gana e a Costa do Marfim, dois países vizinhos ligados pela história e pela geografia, mas também por "valores comuns como a paz, a união dos povos africanos, o respeito pelas tradições e o respeito pelos valores democráticos". Isso pode explicar que, a partir daí, entendamos por que, imediatamente após seu retorno à Jubilee House, John Dramani Mahama decidiu viajar para a Costa do Marfim, que, em 2016, o elevou à Dignidade de Grã-Cruz da Ordem Nacional, a mais alta distinção honorária do país. Com esta viagem, o presidente ganês pretende estreitar os laços existentes entre Accra e Abidjan, especialmente à luz do contexto sub-regional caracterizado por uma crise de segurança sem precedentes. De fato, embora seja verdade que Gana é um dos raros países costeiros que não sofreu ataques terroristas, o mesmo não é verdade para a Costa do Marfim, que registrou vários em seu território.
A ADO e John Dramani consideraram necessário chegar aos países da Aliança dos Estados do Sahel (AES)
Daí a necessidade de unir esforços, principalmente quando sabemos que os grupos terroristas armados que semeiam morte e desolação em seu caminho não conhecem fronteiras. Não é dito que quando a casa do seu vizinho está pegando fogo, você tem que tomar as medidas necessárias para ajudar a conter o fogo, caso contrário as chamas se espalharão? Por um motivo, essa viagem é uma delas. É, aliás, por isso que a ADO e John Dramani consideraram necessário chegar aos países da Aliança dos Estados do Sahel (AES), que são o Burkina, o Mali e o Níger, vítimas da insegurança ligada ao terrorismo, que fecharam a porta à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). De fato, o presidente Ouattara pediu ao seu anfitrião do dia que usasse toda a sua influência para garantir que os três países irmãos acima mencionados, para os quais ele nomeou um representante especial, pudessem permanecer na organização da África Ocidental, acreditando que é melhor com 15 do que com três. O chamado do número um da Costa do Marfim será ouvido? John Dramani Mahama terá sucesso onde outros falharam? Vamos esperar para ver. No mínimo, sabemos que os três líderes da AES sempre proclamam a quem quiser ouvir que sua decisão de deixar a CEDEAO é irreversível. Eles concordarão em recuar? Nada é menos certo.
fonte: lepays.bf
PLíderes da UE reúnem-se para discutir o futuro da Ucrânia enquanto Trump insiste num acordo de paz rápido
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A cimeira especial de quinta-feira foi convocada em reação à decisão unilateral de Donald Trump de iniciar negociações com Vladimir Putin.
Os 27 líderes da União Europeia estão reunidos em Bruxelas para discutir o futuro da Ucrânia, país candidato a aderir ao bloco, em meio à exigência maximalista de Donald Trump de que um acordo para acabar com a guerra da Rússia seja fechado o mais rápido possível.
É a primeira vez que os chefes de Estado e de Governo se reúnem na mesma sala desde que o presidente norte-americano manteve uma conversa telefónica de 90 minutos com Vladimir Putin e decidiu lançar negociações para pôr fim à invasão de três anos.
A crescente adesão de Trump aos pontos de vista do Kremlin, a sua recusa em condenar a Rússia como agressora e o seu extraordinário confronto com Volodymyr Zelenskyy na Sala Oval abalaram profundamente a UE e alimentaram o receio de que Washington consiga um acordo com Moscovo e depois obrigue Kiev a aceitar ou não.
As tensões diminuíram ligeiramente esta semana, depois de Zelenskyy ter lamentado o confronto na Sala Oval e elogiado a "forte liderança" de Trump. O republicano respondeu positivamente, dizendo que "apreciava" as palavras de Zelenskyy.
"É altura de acabar com esta guerra sem sentido. Se quisermos acabar com as guerras, temos de falar com os dois lados", disse Trump ao Congresso.
Apesar do aparente desanuviamento, a Casa Branca manteve uma suspensão temporária da ajuda militar e da partilha de informações com Kiev, duas decisões que correm o risco de ter consequências desastrosas para o país num momento crítico no campo de batalha.
"Os Estados Unidos da América, nosso aliado, mudaram a sua posição nesta guerra, apoiando menos a Ucrânia e deixando dúvidas sobre o que vem a seguir", afirmou o presidente francês Emmanuel Macron, num discurso transmitido pela televisão. "Quero acreditar que os EUA estarão ao nosso lado, mas temos de estar preparados para que não seja esse o caso".
Ao reunirem-se na quinta-feira para uma cimeira especial, convocada em reação às conversações entre os EUA e a Rússia, os 27 líderes tentarão projetar unidade e determinação no seu apoio coletivo à Ucrânia e responder a algumas das questões mais prementes, tais como o tipo de garantias de segurança que a UE pode dar, quanto dinheiro adicional está disposta a dedicar e até onde pode ir para compensar a ausência dos EUA.
Poderá também ser discutida a questão da nomeação de um enviado especial para as negociações, embora não seja provável que, nesta fase, seja apresentada uma lista de nomes.
Zelenskyy deslocar-se-á à cidade para falar pessoalmente com os chefes de Estado e de Governo.
Mas o esforço para cerrar fileiras pode ser enrugado por Viktor Orbán, que se alinhou totalmente com a nova administração dos EUA e ameaçou fazer descarrilar qualquer nova iniciativa que, na sua opinião, poderia prejudicar o esforço de negociação de Trump. Orbán opõe-se particularmente à abordagem "paz através da força", uma vez que implica mais assistência militar a Kiev.
"Existe uma divisão estratégica, uma fratura transatlântica entre a maioria da Europa e os Estados Unidos da América sob o comando do Presidente Trump", disse Orbán antes da cimeira, dando o mote.
Não é claro, nesta fase, qual será a influência de Orbán nas conclusões da cimeira, que devem ser aprovadas por consenso. O primeiro-ministro húngaro tem um historial de exercer o seu poder de veto, para depois ceder no último minuto.
Diplomatas e funcionários passaram os últimos dias a afinar as conclusões para acomodar todos os pontos de vista, mas não excluem o cenário em que um texto final, mais ambicioso, seja assinado pelos 26 líderes, ou 25, se a Eslováquia se juntar à Hungria.
O último projeto de conclusões a que a Euronews teve acesso inclui uma breve referência ao fundo comum proposto pela Alta Representante Kaja Kallas para aumentar rapidamente os fornecimentos letais e não letais à Ucrânia, que a Hungria sugeriu que iria vetar.
Até ao momento, o plano de Kallas não foi quantificado, com especulações em Bruxelas que vão desde os 10 mil milhões de euros até aos 40 mil milhões de euros.
"A iniciativa será claramente mencionada. Só precisa de ser mais trabalhada", disse um diplomata sénior da UE. "Gostaríamos muito de ver uma soma (de dinheiro). Isso teria sido um sinal muito claro para a Ucrânia, mas também para os outros, de que estamos a assumir a nossa responsabilidade".
A oposição de Orbán coincide com o surgimento de uma "coligação dos dispostos", constituída por nações democráticas empenhadas em apoiar a Ucrânia durante e após as negociações, através de garantias de segurança, como botas no terreno e proteção aérea.
A França, a Dinamarca e a Suécia, bem como países não pertencentes à UE como o Reino Unido, a Noruega e a Austrália, já manifestaram interesse em aderir à coligação nascente. Todos eles, no entanto, insistiram que a sua contribuição deve ser acompanhada de uma proteção americana. Trump não mostrou qualquer indicação de que iria fornecer essa barreira, defendendo, em vez disso, um acordo sobre minerais como uma espécie de dissuasão económica contra a Rússia.
"Este é um debate prematuro. Não temos um acordo de paz, nem sequer temos negociações para alcançar um cessar-fogo. É prematuro especificar o que tem de ser feito", disse um alto funcionário da UE.
"Mas não podemos ignorar que o contexto mudou. Muitos dos nossos Estados-Membros disseram que estariam dispostos a participar na coligação".
A cimeira de quinta-feira também abordará as despesas com a defesa, com base na recente proposta de Ursula von der Leyen para mobilizar até 800 mil milhões de euros em investimentos adicionais.
Para Bruxelas, ambas as questões - o futuro da Ucrânia e as despesas militares - tornaram-se essencialmente as duas faces da mesma moeda. Para garantir a sobrevivência da Ucrânia como uma democracia soberana e estável, os Estados-membros terão de reforçar os seus exércitos nacionais para controlar o expansionismo da Rússia e garantir uma paz duradoura.
"Não pode haver negociações que afectem a segurança europeia sem o envolvimento da Europa", diz o projeto de conclusões.
"A segurança da Ucrânia, da Europa e do mundo estão interligadas."
fonte:https://pt.euronews.com/
O Produto Interno Bruto (PIB) de Angola cresceu 4,4% em 2024 face ao ano anterior, segundo dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. Mas, no reino do MPLA, gasta-se mais em juros da dívida do que e saúde e educação, mas isso faz parte do ADN de quem nos desgoverna há 50 anos.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
De acordo com a Folha de Informação Rápida relativa às contas trimestrais do IV trimestre, esta variação positiva é atribuída fundamentalmente às actividades de Extracção de diamantes, Minerais metálicos e outros (44,8%); Transportes e armazenagem (10,4%); Pesca (12,2%); Electricidade e água (6,5%); Comércio (4,6%); Outros serviços (4,9%); Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória (4,3%), Agro-pecuária (3,5%) e Extracção e refinação de petróleo (2,8%)
O PIB em termos homólogos cresceu 3,6 % no quarto trimestre face ao trimestre anterior, segundo o INE.
As actividades que mais contribuíram, em termos de participação, e constituíram factores importantes para o desempenho da actividade no PIB do IV Trimestre de 2024 foram Extracção e refinação do petróleo bruto e gás natural com 23,8%; Comércio com 22,1%; seguida da Produtos da Indústria Transformadora com 10,6%, Agro-pecuária e Silvicultura com 9,1%; Pesca com 8,4% e Outros serviços com 8,2%.
O Produto Interno Bruto no quarto trimestre de 2024 totalizou 23 025 128 milhões de kwanzas (23 mil milhões de euros), sendo que 259 451 milhões de kwanzas (268 milhões de euros) correspondem aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
MAIS EM JUROS DA DÍVIDA DO QUE EM SAÚDE E EDUCAÇÃO
Angola, há 50 anos governada pelo MPLA, é um dos países africanos que gasta mais dinheiro a pagar os juros da dívida do que a investir na educação e saúde, diz o Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA). Nada de novo, dirão – entre outras testemunhas oculares – os 20 milhões de pobres que existem no país.
O relatório sobre a Situação e Perspectivas Económicas para 2025, divulgado pelas Nações Unidas, revela que “em várias das maiores e mais populosas economias de África, incluindo Angola, Egipto, Gana, Nigéria e Uganda, os pagamentos de juros da dívida excederam o total de despesas em educação e saúde nos últimos anos, mostrando as difíceis escolhas políticas que os governos enfrentam”.
No documento, os peritos da ONU dizem que “os desafios orçamentais são mais severos em África, onde o custo em crescimento rápido de servir a dívida está, cada vez mais, a afastar recursos essenciais para os serviços públicos e o investimento” em áreas que permitam o desenvolvimento económico.
A média de pagamentos dos juros da dívida em percentagem das receitas fiscais em África chegou a 27% no ano passado, aumentando significativamente face aos 19% registados em 2019 e aos 7% em 2007, demonstrando o impacto que a dívida crescente tem nas opções políticas dos governos africanos.
Alguns destes países, incluindo Angola, têm de gastar mais de 25% da sua receita para servir os juros da dívida, lê-se no relatório, divulgado na mesma altura em que uma outra análise da Organização Não-Governamental Debt Justice aponta Angola como o país do mundo em que uma maior percentagem da receita (66%) é usada para pagamento de dívida.
Angola vai ter de pagar 6,2 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros) em 2025, representando 5,2% do PIB, e 5,4 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros) em 2026, representando 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o que compara com os 5,4 mil milhões de dólares que o país pagou em 2024, diz a Fitch Ratings numa análise recente à economia angolana, apresentando estes valores como o total de dívida que será paga nestes anos, que inclui os juros e os pagamentos na maturidade dos empréstimos.
“As experiências recentes de protestos no Quénia e na Nigéria devido a aumento de impostos e dificuldades económicas mostram o delicado equilíbrio que os decisores políticos têm de garantir entre fortalecer a sustentabilidade orçamental e evitar medidas que dificultem ainda mais as finanças das famílias e a estabilidade social”, escrevem os economistas da ONU no relatório sobre a situação económica em África.
A cooperação multilateral e os esforços globais são essenciais para aliviar o fardo do serviço da dívida em muitas economias em desenvolvimento, acrescentam, concluindo que “expandir o acesso a financiamento concessional, iniciativas coordenadas internacionais para alívio da dívida e o fortalecimento de mecanismos globais para facilitar a reestruturação da dívida podem expandir significativamente o espaço orçamental para estes países investirem no desenvolvimento sustentável de longo prazo”.
De facto, Angola usa dois terços da receita fiscal para pagar a dívida, o que é a percentagem mais alta do mundo. Segundo a Organização Não Governamental Debt Justice, da lista dos 84 países analisados num relatório sobre os pagamentos de dívida em função do total de receita fiscal prevista para 2024 e 2025, Angola vai canalizar 66,4% das receitas para pagar a dívida este ano, agravando a situação face aos 64,7% pagos no ano passado.
Na tabela que mostra a dificuldade dos países em servir a dívida que se avolumou nos últimos anos, a Guiné-Bissau também aparece nos 20 primeiros, mas com uma percentagem bastante menor: 23,7% e 21,5% do total de receita fiscal em 2024 e 2025, respectivamente.
No relatório, esta ONG não apresenta valores concretos para o volume de dívida, mostrando apenas o valor em percentagem da receita fiscal, mas a agência de notação financeira Fitch Ratings escreveu recentemente que os pagamentos da dívida de Angola vão chegar quase a seis mil milhões de euros este ano.
Angola vai ter de pagar 6,2 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros) em 2025, representando 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB), e 5,4 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros) em 2026, representando 4,2% do PIB, o que compara com os 5,4 mil milhões de dólares que o país pagou em 2024, diz a Fitch.
“Os países de baixo rendimento deverão ter pago uma média de 15% das receitas em pagamentos de dívida externa, no ano passado, e vão gastar pelo menos 14% este ano”, aponta-se no relatório da Debt Justice, que defende um perdão de dívida por parte dos credores que permita a estas economias financiarem o seu desenvolvimento.
De acordo com a classificação do Banco Mundial, do grupo dos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa só a Guiné-Bissau e Moçambique são países de baixo rendimento, elegíveis, portanto, para financiamento concessional de várias entidades, ao passo que todos os outros estão no patamar dos países de médio rendimento, o que torna o financiamento internacional automaticamente mais caro.
Contas públicas, fretes privados
Segundo as contas da agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P), a dívida pública de Angola irá descer para 64% do PIB até 2025, depois de ter atingido o pico de 131% em 2020
“Esperamos que a dívida governamental de Angola vá continuar a cair para 64% do PIB até 2025, depois de ter atingido um pico de 131% em 2020; o declínio na dívida depende dos preços favoráveis do petróleo, que devem impedir uma desvalorização abrupta da moeda”, dizem os analistas.
“Os níveis da dívida de Angola são elevados”, afirmam, salientando, ainda assim, que “quase 40% da dívida foi em termos concessionais [abaixo das taxas de juro comerciais] a credores bilaterais e multilaterais”, nomeadamente chineses.
“Angola depende fortemente dos empréstimos chineses, que compõem cerca de 40% da dívida externa e quase 30% da dívida total registada no final de 2021”, dizem os analistas no relatório.
“A nossa visão actual é que as fontes de financiamento e as reservas externas são suficientes para mitigar os riscos imediatos de liquidez, mas se as taxas de juro a nível global subirem, isso pode afectar o sentimento dos investidores e aumentar os custos de endividamento para Angola”, alertam.
Em Fevereiro de 2022, a ministra das Finanças de Angola disse que a dívida pública angolana era de 67,5 mil milhões de dólares (59,6 mil milhões de euros), assegurando que a sua gestão continuava a ser sustentável. Desses 59,6 mil milhões de euros, 17,6 mil milhões pertencem à China.
Vera Daves de Sousa disse que o valor rigoroso da dívida varia muito em função da taxa de câmbio, porque existem dívidas em kwanzas, algumas indexadas à taxa de câmbio, e dívida em moeda externa.
“De modo que a performance da taxa de câmbio dólar/kwanza faz logo mexer o valor, na dívida que é indexada à taxa de câmbio, e isso faz com que os números possam variar, mas ronda em torno dos 67 mil milhões de dólares”, frisou.
Segundo Vera Daves de Sousa, o maior credor (dono do dono) de Angola continua a ser a China, com uma dívida de 20 mil milhões de dólares (17,6 mil milhões de euros), um valor que o governo espera começar a reduzir. Previsivelmente será uma dívida que nunca será paga mas apenas amortizada, de modo a que o principal credor (a China) continue a mandar em Angola.
“Vamos recomeçar e então o valor dessa dívida vai recomeçar progressivamente a reduzir e aí os pesos vão mudar em função dessa amortização”, salientou.
A governante angolana citou igualmente o “peso interessante [da dívida] do Reino Unido” e igualmente com o mercado interno, “que vai reduzindo”, facto constatado ano a ano, à medida que se vence a dívida, o Estado “mobiliza menos”.
“Quando vence uma obrigação de tesouro ou bilhete de tesouro nós pagamos aos credores e ao ir ao mercado fazer novas emissões captamos menos do que pagamos, de modo que o endividamento líquido é menor, comparativamente àquilo que tem sido nos anos passados, de modo que o nível de exposição dos bancos locais a títulos do Estado também tem reduzido por essa via”, informou.
A titular da pasta das Finanças referiu ainda que além da dívida pública financeira, aquela que decorre de acordos de financiamento com bancos, com organizações financeiras internacionais ou obrigações de tesouro, bilhetes de tesouro, existe a dívida pública comercial.
Sobre este segundo grupo, a ministra disse que têm incentivado e motivado os gestores públicos, as unidades orçamentais, a fazerem com que ela não surja, incentivando o respeito pelas regras de execução do orçamento, além de incentivarem igualmente as empresas que aceitam prestar serviços ou entregar bens, com base num contrato sem provar que o contrato está visado, sem estar provado que a despesa está orçamentada, a evitarem esta prática.
“Nós temos reservado para tratar dessa dívida 2013-2018, no Orçamento Geral do Estado de 2022, 450 mil milhões de kwanzas (783,8 milhões de euros) e tudo que está fora dessa janela temporal deve ser tratado pelas próprias unidades orçamentais com o seu orçamento no exercício corrente”, disse.
A governante reconheceu (o que é politicamente relevante porque o MPLA é quem está no Poder há 47 anos) que existiu, no passado, alguma “indisciplina orçamental”. Alguma? Pois!
“Se tivesse havido disciplina, não estaríamos nessa situação, porque todas as operações que foram realizadas respeitando as regras de execução orçamental e que transitaram de um exercício para outro, como ordens de saque, restos a pagar, todas, até 2020, estão pagas”, referiu Vera Daves, passando um atestado de criminosa incompetência aos anteriores governos… ou candidatando-se a uma… exoneração.
No entanto, “temos agora umas que transitaram de 2021 para 2022, que estão em tratamento, mas de 2020 para trás está tudo pago, de modos que quem respeitou as regras não tem problemas nenhuns, todos os reclamantes resultam de situações que envolvem desrespeito pelas regras de execução orçamental”, realçou.
Vera Daves de Sousa disse que todos os Estados se financiam, sendo importante agora continuar a gerir esse endividamento, mas “de forma racional e prudente”.
“No sentido de procurar as soluções financeiras menos onerosas possíveis e no sentido de assegurar que esses recursos que estão a ser mobilizados servem projectos que vão acrescentar valor à economia e que vão ajudar o PIB a crescer, nessas duas vias, porque o endividamento é normal e temos estado a notar que ano a ano as necessidades brutas de financiamento diminuem”, acrescentou.
“Em termos líquidos, se fosse para tirar esses compromissos de amortizações – estamos a endividar-nos em 500 e tal mil milhões de kwanzas (870,9 milhões de euros) – são as necessidades líquidas de financiamento. De modo que, o grosso é, no fundo, para nos refinanciarmos, usando diferentes alternativas, financiamentos multilaterais, Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, Agência Francesa de Desenvolvimento, financiamento de instituições financeiras, financiamento comercial, com as melhores condições possíveis” disse.
Folha 8 com Lusa
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