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domingo, 15 de abril de 2012

Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira estão bem, dizem militares.

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Guiné-Bissau

A história repete-se. As movimentações militares da noite de quinta-feira (12.04) não foram inesperadas. O Presidente interino e o primeiro-ministro cessante estão detidos mas encontram-se bem.
O corresponde da Lusa em Bissau, Fernando Peixeiro, faz um pequeno filme dos acontecimentos: „A noite foi um pouco confusa, ao início da noite os militares saíram para as ruas, fecharam algumas ruas. Entre as 20 e as 21 horas ouviram-se tiros de metralhadora e de armas pesada. A zona onde residia o primeiro-ministro e o Presidente da República interino  esteve interditada. Havia pessoas em fuga, muita gente a tentar fugir do centro de Bissau”.
Ao início da noite de quinta-feira, em Bissau, as Forças Armadas ocuparam as instalações da Rádio Nacional e a sede do partido no poder, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).
Várias rádios foram silenciadas e também a TGB, Televisão da Guiné-Bissau.  Em simultâneo  os militares guineenses detiveram o Presidente interino, Raimundo Pereira, e atacaram com armamento pesado a casa do primeiro-ministro cessante Carlos Gomes Júnior.

 
 Raimundo Pereira, presidente interino da Guiné-Bissau, encontra-se detido pelos militares
Segundo a agência Lusa, o porta-voz das Forças Armadas da Guiné-Bissau garantiu, ao final do dia desta sexta-feira, aos jornalistas na capital guineense que os dois políticos “estão bem”.
Motivações étnicas?
Há muito que os analistas previam um novo golpe de Estado na Guiné-Bissau, ou pelo menos o afastamento pelos militares de Carlos Gomes Júnior.
Embora se desconheça quem esteja por detrás dos militares em rebelião há contudo duas figuras possíveis que se cruzam na análise: uma é o ex-presidente Kumba Ialá outra o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, António Indjai.

 
 Golpe militar na Guiné-Bissau era esperado
Alix Pierre professor de jornalismo em Bissau pensa que “por detrás de tudo isto poderá estar um laço étnico entre os militares e Kumba Ialá. A etnia Balanta é maioritária e tudo o que se passa está relacionado com a etnia Balanta no poder. Mas eu não posso confirmar que Kumba Ialá esteja por detrás de tudo isto porque os militares  no comunicado não disseram nada de concreto”, afirma.
Recorde-se que horas antes das movimentações militares, Kumba Ialá disse recusar-se disputar a segunda volta por considerar que a primeira foi fraudulenta. Em conferência de imprensa o líder do PRS disse que nos próximos 15 dias iria "formar e reforçar" as estruturas de base do seu partido que "vai estar no terreno para ver quem avança para a campanha".
Questionado sobre se essa posição era uma ameaça afirmou: "nós já dissemos que não haverá campanha para ninguém, já afirmamos e repetimos várias vezes que não haverá campanha a nível nacional. Caso vier alguém a fazer campanha a responsabilidade será desse alguém e as consequências serão dessa pessoa, porque eles sabem que não há condições para que alguém faça campanha".

Uma paz há muito podre
Também o general Indjai, crítico da presença  da missão angolana na Guiné-Bissau, Missang, apoiada pelo primeiro-ministro, poderá estar por detrás deste golpe.


 
 É desconhecido ainda o paradeiro de Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro cessante guineense e candidato presidencial
Num comunicado divulgado esta sexta-feira, o autointitulado Comando Militar diz que “não ambiciona o poder”, mas alega ter sido forçado a agir para defender as Forças Armadas guineenses de uma suposta agressão que seria conduzida pelas Forças Armadas de Angola no âmbito da União Africana.
“Cadogo”, como é conhecido o primeiro-ministro cessante e candidato presidencial e o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, António Indjai, viviam uma “paz podre” desde o golpe militar de abril de 2010.
Nesta altura o general Indjai ameaçou de morte Gomes Júnior. Também não agradaria a Indjai a influência e o prestígio que Carlos Gomes Júnior goza junto de Angola e da comunidade internacional e o empenho deste em travar o poder dos militares que, há décadas, mantém o Estado guineense como refém. Para já instalou um vácuo de poder na Guiné-Bissau e o país faz jus a sua triste fama de ser um Estado muito perto de falhado.

Autora: Helena Ferro de Gouveia
Edição: Glória Sousa / António Rocha

fonte: DW

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