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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Estrangeiros arriscam a vida para entrar em Angola.

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Estrangeiros detidos quando pretendiam desembarcar na praia do Puri em Cacuaco
Fotografia: M. Machangongo
Cidadãos estrangeiros arriscam a vida para entrar em Angola de forma ilegal. Fazem recurso a esquemas e utilizam pequenas embarcações, nas quais chegam à costa angolana após vários dias em alto-mar, com fome e sede. 
As autoridades, que impediram a entrada de mais de 200 imigrantes ilegais desde Setembro último, falam em redes organizadas e alertam para o perigo que a situação representa para a segurança nacional.
A aproximação de uma chata carregada de gente chama a atenção dos agentes da Unidade Fiscal Marítima e da Polícia de Guarda Fronteira que, na praia do Puri, em Cacuaco, faziam o patrulhamento da costa. Feita a autuação em flagrante, constata-se que são 31 cidadãos da Guiné Conacry, sete da Mauritânia, dez do Congo Brazzaville, dos quais cinco eram tripulantes da embarcação, cinco da República Democrática do Congo, cinco do Senegal, três da Guiné-Bissau, e um da Costa do Marfim.
Os estrangeiros ilegais de sete nacionalidades partiram de Ponta Negra, Congo Brazzaville. O desembarque tinha de ser feito de madrugada, para fugir ao controlo das autoridades, mas os seus objectivos foram gorados pela intervenção dos agentes. Da unidade da Polícia Fiscal, os imigrantes ilegais foram transportados para o centro de detenção de estrangeiros, para serem repatriados para os seus países de origem.

O sonho angolano


O guineense de Bissau Tamini Baldé, 24 anos, era um dos imigrantes ilegais que tentavam desembarcar na praia do Puri. Era o único que se conseguia comunicar em português. Animado pelas notícias de paz e estabilidade em Angola, trabalhou durante alguns  anos para juntar dinheiro para a viagem, durante a qual ultrapassou as fronteiras do Senegal, Mali, Burkina Fasso e Congo Brazzavile.
Em Ponta Negra, pagou 500 dólares aos cinco tripulantes de uma pequena embarcação, de nacionalidade congolesa, que os trouxeram até àquela praia, nos arredores de Luanda. Baldé estava seguro de que tudo fosse correr bem, a confiar nas informações que lhe foram passadas por um cidadão nigeriano, que se disse habituado a este tipo de viagens a partir do Congo, mas as coisas revelaram-se diferentes do que esperava, a começar pelas dificuldades passadas durante a jornada, tendo ficado quatro dias em alto-mar, quase sem se alimentar. “Viajámos como sacos de arroz, uns atrás dos outros, sem poder esticar as pernas, durante dias e noites”, contou. 
A história de Baldé é idêntica às dos demais integrantes do grupo. Chegados a Ponta Negra, a maioria contacta familiares já residentes em Angola e depois as tripulações das chatas que os transportam.
 O seu sonho também era o mesmo dos demais: fixar residência e montar um negócio, lícito ou ilícito, sobreviver, ganhar dinheiro e ajudar a família no país de origem.

Contactos

Os 57 estrangeiros ilegais arriscaram a vida para chegar a Luanda, ao viajarem amontoados numa pequena embarcação de construção artesanal, com fome e sede durante quatro dias. Traziam a bordo um saco de carvão e um fogareiro, além de um bidão de combustível para o motor de popa. Para comer, apenas quicuanga, trazida pelos cinco tripulantes congoleses.
Antes de embarcar para Angola, Tamini Baldé manteve contacto com um parente, também em situação ilegal no país. “Ele disse-me que lhe ligasse logo após a chegada, que me vinha buscar imediatamente. Mas, caso não aparecesse, devia dirigir-me a uma mesquita, onde receberia ajuda dos nossos compatriotas”, explicou. 
Como os demais, Baldé sentiu-se frustrado ao ser autuado pelas autoridades, quando tentava desembarcar. Além do esforço inglório, foi dinheiro perdido. “Jamais volto a arriscar a vida numa aventura destas em alto-mar com o risco de morrer afogado. Tudo farei para voltar a Angola, mas de forma legal”, disse.

Ameaça à segurança nacional


O comandante da Unidade Fiscal Marítima, superintendente Anito Félix, frisou que o patrulhamento das águas territoriais angolanas está inserido num plano estratégico conjunto entre a Polícia de Guarda Fronteira e a Polícia Fiscal, com vista ao reforço do combate à imigração ilegal. 
Anito Félix garantiu que as forças policiais estão em prontidão com vista à detenção de qualquer tentativa de entrada ilegal de estrangeiros no país. Fez saber que nos últimos anos muitos estrangeiros tentam entrar em Angola por essa via, razão pela qual se mobilizam forças e meios para travar este tipo de acções, que a continuar pode tornar-se numa fonte de geração de conflitos e uma ameaça à segurança nacional. Aquele oficial superior adiantou que tudo indica tratar-se de redes organizadas, com comités de recepção de estrangeiros ilegais, a julgar pela frequência com que são feitas as detenções.

Situação preocupante

O comandante da Polícia de Guarda Fronteira da zona Luanda-Bengo, superintendente-chefe Domingos Manuel, disse que de Setembro a Novembro, foram impedidos de entrar no país por via marítima quase 200 imigrantes ilegais. Luanda continua a ser o destino preferencial dos estrangeiros, por ser o local com maior facilidade de sobrevivência. Domingos Manuel disse que a acção é premeditada e parte dos dois Congos. 
Na capital, os ilegais encontram apoio de compatriotas, que alimentam esse tipo de ilícitos com informações. “Cacuaco tem sido a área preferencial para o desembarque de estrangeiros. Eles procuram agora outras áreas, mas a Polícia está atenta”. A Polícia de Guarda Fronteira tem efectivos colocados em Luanda, Ambriz, Sangano e na área do Longa. O superintendente-chefe disse que os estrangeiros vêm sem grandes somas monetárias, pelo que se desconfia que a sua sobrevivência nos primeiros tempos depende de conterrâneos residentes no país.


fonte: Jornal de Angola

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Samuel

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