Estava programada uma conferência em Bissau levada a efeito por
uma missão internacional que agruparia várias organizações internacionais para
analisar e debater a situação constitucional da Guiné-Bissau.
Estaria, se não
fosse a CEDEAO ter pautado pela sua ausência, no primeiro dia agendado, da
referida reunião.
Daí que a
reunião tenha sido adiada para hoje, 22/03/2014, o que aconteceu conforme despacho do MNE do
Governo de Transição (que legitimidade?)
Note-se que, de
acordo com o ministro da presidência e porta-voz do governo de transição,
Fernando Vaz, em declarações recentemente proferidas, "os países que
recusam vistos à Guiné-Bissau também não terão visto para entrar no país",
ora, Portugal é um destes casos, pelo que não se sabe se está, ou esteve,
presente.
Ainda assim, a
CPLP, enquanto organização a que a Guiné-Bissau ainda pertence, está presente
através do novo secretário executivo da comunidade lusófona, o moçambicano
Murade Murargy que afirmou que "O que a CPLP quer é defender os interesses
dos guineenses. Não queremos interferir no processo, queremos é que eles se
entendam".
Pois esse parece ser a vontade contrária da CEDEAO.
Enquanto os
Bissau-guineenses estiverem desavindos não haverá unidade nacional, estabilidade
política e social e paz militar!
Na realidade a CEDEAO não deseja a unidade Bissau-guineense. Pelo
contrário.
O que a CEDEAO
deseja, ou melhor dizendo, o que dois dos países que integram a CEDEAO desejam
- e são dois dos principais, sendo, um deles, potencial player regional - é a
"shatterização" do país para dele obter mais-valias como o petróleo,
o bauxite e, principalmente, as férteis planícies e bacias hídricas
Bissau-guineenses.
É altura dos
Bissau-guineenses perceberem, de vez, que não podem desprezar o apoio dos
vizinhos e dos verdadeiros amigos - nas relações internacionais estes são
difíceis de serem descortinados porque os interesses privados são mais
importantes que os interesses públicos - também não devem deixar perder o seu
maior valor público: a defesa da sua unidade nacional.
Daí que, como
afirmou Murargy, o que se torna necessário é que os Bissau-guineenses se
entendam! E, se puderem, sem a presença de terceiros cuja a principal - única
-- conveniência é a defesa dos seus interesses.
Eugénio Costa Almeida, Ph.D
Investigador/Researcher
do CEA (ISCTE-IUL)
# pravda.ru
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