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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Perfil: Morreu Kumba Ialá, o eterno candidato à presidência guineense.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

O homem do barrete vermelho, que morreu em Bissau aos 61 anos, candidatou-se à Presidência da República em todas as eleições ocorridas desde 1994. Eleito em 2000, viria a ser deposto em 2003 por um golpe de Estado.

O ex-Presidente Kumba Yalá.

Kumba Ialá Kobde Nhanca, ou simplesmente Mohamed Ialá, ficou conhecido por se apresentar com um barrete vermelho, característico dos homens da etnia balanta, que só o podem usar depois de submetidos ao fanado (circuncisão), cerimónia de passagem à idade adulta. Sem este ritual, um homem balanta, mesmo com 50 anos, não é considerado adulto.
Antes de ser Presidente da República em 2000, o fundador do Partido da Renovação Social (PRS) era tido como um dos políticos mais ambiciosos e populares da Guiné-Bissau, facto comprovado pelos excelentes resultados alcançados nas eleições realizadas no país.
“Estou plenamente consciente das responsabilidades que me aguardam e asseguro-vos, desde já, que farei tudo o que estiver ao meu alcance para que as legítimas expectativas criadas em torno da minha candidatura sejam inteiramente satisfeitas”, declarou na altura.
Naquelas que foram as primeiras eleições livres e multipartidárias realizadas em 1994, Ialá obrigou o falecido Presidente João Bernardo “Nino” Vieira a uma impensável segunda volta nas presidenciais, tendo saído derrotado por apenas 4% dos votos.
Filósofo, teólogo e político
Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e em Direito pela Faculdade de Bissau, cursando ainda Teologia na Universidade Católica de Lisboa.

A DW África entrevistou Kumba Ialá por diversas vezes
Kumba Ialá nasceu em Bula, a 30 quilómetros a norte de Bissau, a 15 de Março de 1953, filho de pais camponeses.
No início da década de 90, após a abertura ao pluralismo em Bissau, é um dos co-fundadores da Frente Democrática Social, ao lado de Rafael Barbosa, um dos históricos da luta pela independência.
No rescaldo do conflito militar, que assolou a Guiné-Bissau entre 7 de Junho de 1998 e 7 de Maio de 1999, período em que é acusado pela actual oposição de se ter refugiado no interior, acabaria por vencer as presidenciais.
“Porque isto é que é a democracia. Quem estiver a governar temos que deixá-lo para que governe, para que realize o seu programa”, sublinhou então Ialá.
Quarenta e três meses no poder
Ao longo dos 43 meses em que esteve no poder, no início do novo milénio, Kumba Ialá não correspondeu às expectativas da população guineense, que já vivia abaixo do limiar da pobreza e ficou ainda mais fragilizada ao longo da sua governação.
Durante o seu mandato, por exemplo, houve sempre grandes tensões sociais. Ialá demitiu, remodelou cinco primeiros-ministros e mais de cinquenta ministros e secretários de Estado. E a sua pouca sensibilidade para questões da ordem política deitaram por terra a sua popularidade e levaram ainda ao descontentamento dos militares.
“Queremos é transformar o país para criar uma nova geração de políticos e da organização do Estado da Guiné-Bissau dentro do espírito de paz, solidariedade e estabilidade para o interesse de todos os guineenses”, disse o fundador do PRS.
Em 2003, Ialá converteu-se ao Islão, em Gabu, 200 quilómetros a leste de Bissau. Já publicou dois livros de pensamentos político-filosóficos, cuja edição esgotou rapidamente na Guiné-Bissau.
Quando jovem, jogou futebol como avançado-centro ou extremo-esquerdo no Louletano, clube da cidade de Loulé, sul de Portugal. Rezam as crónicas que Kumba Ialá era um bom rematador, rápido e com “drible”.
Abandono da política em 2014
Kumba Ialá, que fez 61 anos no passado dia 15.03, abandonou a vida política ativa no início de 2014, dizendo na altura que "tudo na vida tem o seu tempo".
Ialá apoiava a candidatura independente de Nuno Nabian à Presidência da República na campanha para as eleições gerais, marcadas para 13 de abril.
O homem do barrete vermelho recorreu a várias citações da Bíblia para argumentar que chegara a hora de deixar o seu lugar a outros, não deixando de parte a ideia de que poderia vir a ser “senador da República”.
O eterno candidato à presidência guineense morreu esta sexta-feira (04.04.14) devido a doença cardíaca, a menos de dez dias da realização de eleições e em plena campanha eleitoral.
Kumba Ialá (centro) apoiava a candidatura independente de Nuno Nabian (esq.) à Presidência da República.

Fonte: VOA - A voz de Kumba Yala: AQUI
# DW.DE




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Samuel

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