A revista norte-americana Time já anunciou a famosa lista de candidatos à personalidade do ano. Mais uma vez registra-se um atentado à inteligência da humanidade. Impõe-se por isso que, como fez com a Forbes, a rainha santa Isabel compra a Time para que a verdade seja reposta.
Por Orlando CastroP ara este ano surgem nomes como Angela Merkel, Vladimir Putin e Donald Trump. Se, digamos, estes nomes são poucos dignos de ombrear numa lista em que seria obrigatório incluir José Eduardo dos Santos, já se aceitaria que o presidente vitalício de Angola disputasse o título com Abu Bakr Al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico.
Os últimos vencedores foram os homens e mulheres que combateram o Ébola (2014), o Papa Francisco (2013) e Barack Obama (2012).
Todos nós desejávamos que, este ano, a Time se lembrasse de Eduardo dos Santos, uma personalidade que, há décadas, tem sido o timoneiro de todas as qualidades e intervenções que mudaram o curso do mundo. Francamente. Incluir Putin, por exemplo, e esquecer o “escolhido de Deus” é um manifesto atentado contra uma personalidade, Eduardo dos Santos, que só em África deixa a quilómetros de distância dirigentes como N’Krumahn, Nasser, Amílcar Cabral, Senghor, Boigny, Hassan II ou Nelson Mandela.
Não fosse a “visão estratégica” do Presidente José Eduardo dos Santos e, reconheça-se, a democracia, a reconciliação, a igualdade, a liberdade, a equidade social já há muito tinham colapsado em todo o mundo.
O mundo e a Time têm de perceber, de uma vez por todas, que também na economia, tal como em todas as outras vertentes da vida, e da morte, dos angolanos, Deus tem em Eduardo dos Santos o seu escolhido. Poucos são os que se podem gabar de chefiar um clã que representa quase 100 por cento do Produto.
Interno Bruto dos seus países.
Além disso, José Eduardo dos Santos não chegou ontem à liderança de um país que é um paradigma celestial. Ele, o nosso “escolhido de Deus”, tinha 37 anos quando, a 21 de Setembro de 1979, foi investido no cargo, sucedendo António Agostinho Neto, que tinha morrido poucos dias antes, em Moscovo na sequência de uma intervenção divulgada como cirúrgica… no sentido clínico.
Capitaneados por aquele que deveria ser a Personalidade Mundial 2015, alguns angolanos continuarão a ser cada vez mais ricos e outros, pouco relevantes para o caso, continuarão a ser cada vez mais pobres. Embora seja assim há 40 anos, certo é que, como tudo na vida, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.
Até agora o líder do MPLA (partido que governa Angola desde 1975), presidente da República não eleito nominalmente e Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos Santos, mostra que não brinca em serviço e que não descansará enquanto não for escolhido como personalidade mundial e, é claro, não conquistar um mais do que merecido Prémio Nobel.
Em abono do apoio que aqui manifestamos a José Eduardo dos Santos, lembramos que, de quando em vez, o Presidente revela um humor inaudito, visível quando exorta os seus súbditos a, nem mais nem menos, “não pactuar com a corrupção e com a apropriação de meios do erário público ou do partido”.
“Hoje é voz corrente equiparar a pessoa investida em funções políticas a um homem sem palavra, desonesto e sem escrúpulos. É necessidade absoluta assumir atitudes positivas que desfaçam essa imagem pálida e inconveniente de forma a dar credibilidade, valorizar e repor a nobreza da função dos dirigentes políticos”, diz Eduardo dos Santos com a mesma veemência com que, por exemplo, condena a cultura da morte ou do assassinato.
Como nos recordamos, a Time elegeu o Papa Francisco como Personalidade do Ano em 2013 “por arrancar o papado do palácio e o levar para as ruas” e por “dosear o julgamento e a misericórdia”.
Esperamos que rapidamente, para ontem, aquele conceituada revista oiça quem sabe da matéria, no caso o Pravda (Jornal de Angola), e não tenha dúvidas em colocar no primeiro lugar do pódio o mais merecedor dessa designação: José Eduardo dos Santos.
Aliás, os argumentos para a escolha do Papa podem ser os mesmos para reconhecer Eduardo dos Santos. Nós ajudamos. “Desde que assumiu funções, em 1979, o Presidente de Angola ocupou exactamente o centro das conversas fulcrais dos nossos tempos: sobre a riqueza e a pobreza, a equidade e a justiça, a transparência, a modernidade, a globalização, o papel das mulheres, a natureza do casamento, as tentações do poder”.
Todos, angolanos e cidadãos do mundo (da Coreia do Norte à Guiné-Equatorial) desejavam que este ano a revista se lembrasse de uma personalidade como Eduardo dos Santos que, há décadas, tem sido o timoneiro de todas as qualidades e intervenções que foram atribuídas ao Papa. Aliás, até no âmbito religioso, importa realçar que o Presidente de Angola é mesmo considerado “o escolhido de Deus”.
Prevemos que a todo o momento, esperada que é a rectificação dos nomeados feita pela prestigiada (não tanto como o “Jornal de Angola”, obviamente) revista norte-americana, o embaixador itinerante do regime, Luvualu de Carvalho, afirme que a inclusão do “querido líder” “não surpreende, tendo em conta a ressonância e a grande atenção que a presidência de Eduardo dos Santos desperta em todo o mundo, e arredores”.
Seja como for, certo é que quando a escolha recair em Eduardo dos Santos, a Time dirá que “o líder do MPLA, do Governo e Presidente da República, tornou-se ao longo de décadas a voz da consciência, com a atenção centrada na compaixão”, podendo mesmo ser chamado de “Pai do Povo”.
Na sua declaração, Luvualu de Carvalho considerará “um sinal positivo que um dos reconhecimentos mais prestigiosos no âmbito da imprensa internacional seja atribuído a quem anuncia no mundo valores espirituais, religiosos, morais, éticos e sociais eficazmente a favor da paz e de uma maior justiça.”
Por seu lado, o Eduardo dos Santos explicará que não procura fama nem sucesso, que faz simplesmente o seu trabalho de anúncio do Evangelho do amor que nutre por todos. Se isto atrai milhões e milhões de angolanas e de angolanos o Presidente sente-se feliz. Se esta escolha “da Figura do Ano” significa que muitos compreenderam – pelo menos implicitamente – esta mensagem, com certeza que isto o fará sentir-se feliz.
E todos ficaremos francamente felizes. Distinguir o representante de Deus, o “escolhido de Deus”, seria uma forma de mostrar ao mundo quanto ele é superior a todos.
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Samuel